Chegando à reta final de sua 2ª temporada, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder apostou em um potente sétimo capítulo, focado bastante na guerra e na despedida de alguns personagens.
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Além disso, o episódio dirigido por Charlotte Brändström (Xógum: A Gloriosa Saga do Japão) acrescenta uma cena que pode ter justificativas dentro da série, mas realmente não precisava existir em uma produção ligada ao universo de J.R.R. Tolkien.
[Spoilers de Os Anéis de Poder a partir daqui]
Deixando os núcleos de Númenor e do Estranho de fora, “Que a Morte Escolheu” foca especialmente no cerco de Eregion, unindo a isso outras linhas narrativas, como a de Arondir (Ismael Cruz Cordova) e a de Khazad-dûm.
O capítulo começa mostrando que Celebrimbor (Charles Edwards) parece satisfeito ao seguir forjando os novos anéis de poder, destinados aos homens. Porém, aos poucos, o elfo percebe que está sendo manipulado, e a ilusão criada por Annatar/Sauron (Charlie Vickers) se desfaz, em uma boa cena conduzida pelos dois atores.

Grande parte da 2ª temporada da série é dedicada a mostrar como o personagem de Charles Edwards se deixa levar pelas próprias ambições, e ignora sinais claros de que há algo errado. “Que a Morte Escolheu” aprofunda ainda mais essa percepção, mostrando como é perigoso fugir da realidade e se contentar em ouvir só o que queremos ouvir e enxergar apenas o que queremos enxergar.
Enquanto isso, a cidade de Eregion é fortemente atacada pelos orques de Adar (Sam Hazeldine), que agora não mede esforços para entrar no lugar e derrotar Sauron. Dessa forma, a série tem a oportunidade perfeita para mostrar uma grande batalha, semelhante à escala mostrada nos filmes principais da franquia.
A qualidade de tais cenas é um tanto irregular, com momentos que chamam a atenção pela qualidade dos efeitos visuais e caracterização dos orques, enquanto outros deixam claro o uso de computação gráfica, como um fundo que claramente se destaca dos personagens em primeiro plano. Ainda assim, é possível dizer que O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder entregou uma batalha digna da franquia, ainda que nem todos os acréscimos do episódio sejam positivos.
Elrond e Galadriel

Outro ponto em que Os Anéis de Poder tem insistido ao longo dos episódios é em uma certa tensão amorosa entre Galadriel (Morfydd Clark) e Elrond (Robert Aramayo).
Apresentados como amigos desde a primeira temporada, os elfos tiveram altos e baixos já esperados de uma parceria de longa data, mas a série sempre tentou adicionar algo a mais, de uma forma que não condiz com os livros de Tolkien.
Isso culmina em uma cena de “Que a Morte Escolheu” em que os dois se beijam. Tudo não passa de um plano para que Elrond ajude a amiga a fugir do cativeiro de Adar, mas não há como negar que a série força o público a ver os dois como um casal, subindo a música na sequência e acrescentando olhares que não precisavam estar ali, já que tudo era um plano.
Pode parecer um certo preciosismo reclamar que isso não faz sentido com os livros, mas Galadriel é sogra de Elrond na história de Tolkien, então não há realmente uma justificativa para uma sequência como essa, que poderia chegar ao mesmo resultado de várias outras formas.
Elfos, anãos e tragédia
Antes de chegar com o exército élfico em Eregion, Elrond reencontra Durin IV (Owain Arthur) em Khazad-dûm e pede a ajuda do amigo para lutar contra o mal que se espalhou pelo local. O príncipe dos anãos aceita ajudar o amigo, e aproveita o momento para fazer algo que já estava indicado há algum tempo.
Além do príncipe, outros anãos percebem que o rei Durin III (Peter Mullan) está tomado pela vontade do anel e, com isso, o personagem de Owain Arthur finalmente consegue o apoio que precisa e convence o exército a marchar para ajudar os elfos.
O que ele não esperava é que o próprio pai se revoltasse com a situação, atacando outros anãos e continuando a escavação por si próprio. “Que a Morte Escolheu” coloca Durin IV frente à difícil escolha entre garantir a segurança de Khazad-dûm e ajudar um grande amigo, e os laços fraternos com seu próprio povo parecem falar mais alto na decisão conflitante do anão.

Assim, o capítulo termina com um Elrond sem esperanças, e com Adar conseguindo Nenya, o anel de Galadriel. Após fugir do cativeiro, a elfa reencontra Celebrimbor, que confia a ela os nove anéis, para que ela os leve para longe de Sauron. A cena entre Edwards e Clark é emocionante, ressaltando como é importante encontrar forças, mesmo quando toda a esperança parece ter terminado.
Dessa forma, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder entrega um sétimo episódio agridoce em sua segunda temporada. Por um lado, uma bela batalha foi mostrada em cena, e frases dignas de Tolkien são ditas. Por outro, a série cai no erro de tentar criar narrativas que não precisam estar ali, algo que já aconteceu anteriormente em adaptações da obra, como em O Hobbit. Resta esperar que a produção corrija o curso e encerre o segundo ano com a grandiosidade que a história merece.
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