O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder começa alianças improváveis em novo episódio

A 2ª temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder passou da metade, apostando em alianças improváveis, mostradas no episódio "Recinto Rochoso".

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Com a volta do núcleo dos anãos, o quinto capítulo também aprofunda a influência dos Anéis de Poder e a manipulação constante de Annatar (Charlie Vickers).

[A partir daqui, spoilers de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder]

Seguindo a ideia de intercalar alguns núcleos entre os episódios, a série retoma a narrativa de Khazad-dûm, mostrando que o rei Durin III (Peter Mullan) começa a utilizar um dos sete Anéis de Poder dados aos anãos. Altamente influenciado pela joia, o governante encontra meios de fazer a luz do Sol retornar para o interior da montanha, mas também se torna displicente, autorizando escavações cada vez mais profundas em busca de riquezas.

Durin IV (Owain Arthur), filho do rei e herdeiro do local, é contra as decisões do pai, deixando claro que não concorda com a ideia dos anéis desde o começo. E, aos poucos, o seriado mostra como ele tem razão, revelando manipulações cada vez maiores feitas pelo objeto. Além de escavar profundamente em partes protegidas da montanha, o rei também cria um “imposto do anel”, que estrangula os vendedores e aumenta o preço de itens importantes.

Todos esses pontos são apresentados ao longo do episódio para mostrar que há algo de errado com as joias dadas aos anãos. Enquanto os anéis do elfos parecem guiá-los, e a trama deixa isso bem claro, o rei de Khazad-dûm parece inquieto e orgulhoso, como se precisasse provar a todo o momento que se tornou alguém mais importante ao utilizar o anel.

Sauron usa as fraquezas de Celebrimbor para atingir os próprios objetivos (Amazon/Divulgação)

Curiosamente, essa é a mesma narrativa utilizada dentro da série por Annatar/Sauron, para convencer Celebrimbor (Charles Edwards) a fazer uma nova leva de objetos mágicos, desta vez destinados aos homens. O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder acerta ao mostrar que o elfo tem opinião própria sobre o tema, e acredita que a raça humana não deve portar objetos tão poderosos.

Acrescentar este ponto no quinto episódio torna mais crível a manipulação feita por Sauron, já que ela não soa forçada, ao não reduzir Celebrimbor a um mero fantoche. O elfo sente o perigo do que está sendo proposto, mas ao não aceitar a ideia de primeira, faz com que o Senhor das Trevas busque outros caminhos para atingir os próprios objetivos. Neste caso, é o príncipe Durin IV que cria o contexto perfeito para que o ferreiro élfico sinta o orgulho ferido ao ponto de aceitar criar mais anéis.

Preocupado com as ações do pai, Durin IV confronta Celebrimbor e diz que deve ter “algo errado” com as joias dadas aos anãos. Annatar aproveita a oportunidade e culpa o ferreiro élfico, afirmando que ele mentiu ao rei Gil-galad (Benjamin Walker) sobre a forja de mais anéis, e tal atitude teria tornado os objetos ligeiramente corrompidos, sem o funcionamento “correto”.

Sozinho e tentando entender o que aconteceu, Celebrimbor cede à tal narrativa, acreditando que errou na forja dos sete anéis e, por isso, é necessário criar uma nova leva, de nove joias, que podem ser dadas aos homens. Para quem já conhece a história, esse labirinto de informações pode parecer até um pouco exagerado, mas insistir em um caminho menos direto torna o resultado mais plausível para quem assiste. Com tais sequências, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, que é baseado em um livro, mostra a força, muitas vezes destrutiva, que as palavras podem ter.

Novas lideranças e alianças

Outro núcleo em destaque no episódio "Recinto Rochoso" é Númenor, agora liderado por Ar-Pharazôn (Trystan Gravelle). Com medo do que pode acontecer ao local, mas acreditando que a profecia sobre o fim da ilha pode mudar, Míriel (Cynthia Addai-Robinson) não deseja lutar, o que frustra o capitão Elendil (Lloyd Owen).

Assim, o ancestral de Aragorn testemunha grandes mudanças na ilha, e até se desentende com a própria filha, Eärien (Ema Horvath). Acreditando estar do lado certo da história, de luto pela perda do irmão, Isildur (Maxim Baldry), e com uma ponta de ambição, a jovem fica cegamente ao lado da família de Pharazôn, deixando até o próprio pai de lado.

Tais sequências geram um sentimento natural de revolta, ao mesmo tempo em que “lavam a alma” dos fãs, quando Elendil mostra que tem uma liderança natural em Númenor, e lembra um pouco de Aragorn no futuro. Infelizmente, os homens de Pharazôn mostram que não têm nenhuma honra, e matam Valandil (Alex Tarrant), amigo de Isildur, em um movimento covarde de Kemen (Leon Wadham), filho do novo líder.

No mesmo episódio, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder fala sobre os receios em entregar Anéis de Poder para os homens, que são facilmente corrompidos, e mostra isso na prática em Númenor, quando coloca homens valorosos e corruptíveis lado a lado, provando que, muitas vezes, é difícil saber quem é quem.

Uma inusitada aliança entre Adar e Galadriel precisa ser bem construída para funcionar (Amazon/Divulgação)

Antes de finalizar, vale ressaltar mais dois pontos do capítulo. O primeiro é a origem das Portas de Durin, que selam a entrada de Moria e são mostradas na trilogia principal da franquia. E o segundo é o começo de uma possível aliança improvável entre Galadriel (Morfydd Clark) e Adar (Sam Hazeldine).

Percebendo que a elfa tem um ódio profundo por Sauron, o “pai” dos orques decide propor uma inusitada parceria, para que os dois enfrentem o inimigo em comum. O capítulo termina sem uma resposta, mas alguns trailers indicam que a elfa pode aceitar o acordo – algo que seria estranho para uma personagem que também não é à favor das criaturas das trevas. Caso tal parceria siga adiante, resta saber como Os Anéis de Poder vai justificar a sequência, sem descaracterizar a construção da personagem de Morfydd Clark, e com uma justificativa que faça sentido na história.

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