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Conheça a origem do Coringa nas HQs
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Conheça a origem do Coringa nas HQs

Personagem surgiu na HQ Batman #1, em 1940, e teve várias versões ao longo dos anos

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
03.abr.19 às 16h50
Atualizado há cerca de 6 anos
Conheça a origem do Coringa nas HQs

O primeiro trailer de Coringa foi divulgado, com Joaquin Phoenix criando uma nova versão do Palhaço do Crime, totalmente diferente das que foram mostradas anteriormente nos cinemas. O vilão é um dos personagens mais antigos da DC, mas, afinal, qual é a origem do Coringa nas HQs?

O arqui-inimigo do Cavaleiro das Trevas apareceu pela primeira vez em Batman #1, de 1940. Ele teve seu conceito imaginado por Jerry Robinson, e foi formalmente moldado por Bob Kane e Bill Finger, os criadores do Morcego. O visual do Arlequim do Ódio foi inspirado pelo rosto do ator Conrad Veidt, que, em 1928, estrelou o filme mudo O Homem que Ri:

Conrad Veidt em O Homem que Ri

Na origem do Coringa, logo de cara, ele foi apresentado como um assassino serial que matava inocentes de Gotham sem dó nem piedade, e isso se repetiu por dois anos, em todas as vezes que o vilão apareceu nas HQs do Morcego. Em 1942, os editoras da National Allied Publications (que futuramente se tornaria DC Comics) decidiram que apenas vilões que apareceriam somente uma vez poderiam cometer assassinato, já que tornar esse tipo de crime algo recorrente em uma única figura estava enfraquecendo a credibilidade do Cruzado Encapuzado perante os leitores.

Nesse ano, veio a decisão de se matar essa versão do personagem “de uma vez por todas”. Em Detective Comics #69, o Palhaço do Crime é sentenciado à cadeira elétrica. Ele é executado, mas, poucas páginas depois, é trazido de volta à vida por um de seus capangas, retornando em uma iteração um pouco menos cruel e sádica.

Em 1954, o psiquiatra Frederic Wertham publicou o livro Sedução dos Inocentes, no qual argumentava que as histórias em quadrinhos estavam diretamente relacionadas aos casos de delinquência juvenil. A polêmica culminou na criação do Comics Code Authority, regulamentação do governo dos EUA que aprovava o que poderia ser publicado ou não nas HQs, através de um selo.

O selo surgiu em 1954, mas começou a perder forças a partir dos anos 70

Com isso, praticamente todas as revistas lançadas na Terra do Tio Sam assumiram um tom mais infantil e, nessa época, o Coringa deixou de ser um vilão propriamente dito para se tornar mais uma inconveniência para o Batman e para os moradores de Gotham, assumindo de vez um tom cômico e abobado, que o seguiria até os anos 70.

Em 1973, quando o Comics Code Authority estava perdendo força, Dennis O’Neil e Neal Adams, que estavam comandando a revista do Cavaleiro das Trevas, decidiram reformular o vilão por completo, apresentando-o como um maníaco psicopata completo, que mata por puro sadismo ao mesmo tempo que tenta enlouquecer o Batman. Até os dias de hoje, esse é o perfil padrão do personagem.

Porém, nada podia preparar os leitores para o que estava por vir em 1988, quando o roteirista britânico Alan Moore escreveu uma das melhores histórias do Morcego: A Piada Mortal.

A graphic novel apresenta ao público a versão mais sádica, psicótica e cruel possível do vilão. A HQ é considerada uma das mais icônicas de todos os tempos.

Apesar da origem do Coringa enquanto personagem nunca ter sido contada oficialmente, A Piada Mortal apresenta aquela que se aproxima mais de uma gênese definitiva do vilão. Moore retrata o Palhaço como um cidadão pacato que tenta ganhar a vida como comediante. Com problemas familiares e financeiros, ele tenta entrar na vida do crime, atuando em Gotham como o Capuz Vermelho. Após um dia desastroso, com uma série de eventos ruins, o humorista acaba caindo em um tanque de ácido e assume de vez a personalidade insana que conhecemos.

Fora das páginas das HQs, o Coringa também foi retratado de diversas formas. Em 1966, Cesar Romero, na série de TV do Batman, apresentou uma versão do vilão mais próxima da fase cômica dos quadrinhos. Em 1989, Jack Nicholson encarnou um Palhaço do Crime que era um misto entre o que foi visto na década de 70 e aquele dos anos 60, no filme dirigido por Tim Burton.

Em 2008, Heath Ledger reinventou o personagem em O Cavaleiro das Trevas, dando a ele ares filosóficos ligados à anarquia, que deu uma nova profundidade ao vilão, interpretação que é considerada por muitos a melhor. E aí, em 2016, no filme do Esquadrão Suicida, Jared Leto fez… alguma coisa. Mas desse a gente não comenta, não é mesmo?

Em 2018, a revista Empire apontou o Coringa como o segundo vilão mais icônico de todos os tempos, ficando atrás, somente, de Darth Vader.

No momento, não é possível determinar exatamente o que será usado das HQs para contar a origem do Coringa em seu filme solo, porém, o trailer já fez o hype subir até às alturas, e veremos tudo isso em 3 de outubro, quando o filme estrear nos cinemas.

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