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The Great Ace Attorney Chronicles | Review
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The Great Ace Attorney Chronicles | Review

Jogos trazem trama histórica sem perder completamente o humor da franquia

Priscila Ganiko
Priscila Ganiko
26.jul.21 às 14h56
Atualizado há mais de 3 anos
The Great Ace Attorney Chronicles | Review

Lançados originalmente para Nintendo 3DS apenas no Japão, The Great Ace Attorney (2015) e a continuação, The Great Ace Attorney 2: Resolve (2017), finalmente estão chegando em outros países e em outros idiomas. Os dois títulos se transformaram em um só, The Great Ace Attorney Chronicles, para Nintendo Switch.

O game continua a franquia Ace Attorney de uma maneira bem diferente dos outros da série ao abandonar o presente e levar os jogadores a um Japão do começo do século XX. A trama é cheia de reviravoltas políticas e históricas, sem perder o humor e o exagero que cativaram os fãs.

O tradicional caso introdutório, que também funciona como um tutorial, tem uma pegada diferente além da época em que se passa. A disposição para tratar de assuntos políticos e de xenofobia fica evidente logo nos primeiros minutos, quando o protagonista Ryunosuke Naruhodo precisa defender a si mesmo de uma acusação de assassinato que pode colocar em cheque um tratado entre o Japão e a Grã-Bretanha.

"Este sou eu — você deve estar se perguntando como eu vim parar aqui..."

Um detalhe interessante é que, justamente por estabelecer a importância da geografia na trama, os nomes não foram adaptados, como é o caso de Ryuichi Naruhodo, que se tornou Phoenix Wright para o lançamento mundial. Além de Ryunosuke, que é um ancestral de Phoenix, também conhecemos Kazuma Asogi e Susato Mikotoba, que também tiveram seus nomes originais em japonês mantidos.

Um novo velho conhecido

Uma figura nova que aparece nos games é Herlock Sholmes, versão bastante descontraída do clássico personagem escrito por Sir Arthur Conan Doyle. Fãs de Sherlock Holmes certamente vão adorar os personagens e referências aos livros, que não são poucas. Cheio de bugigangas muito úteis e de uma empolgação (quase) infindável, o personagem Sholmes também traz uma nova mecânica que se mostra bastante divertida e interessante.

Elementar meu caro Naruhodo

Chamada de Great Deduction, ou Grande Dedução em tradução livre para o português, a nova mecânica mostra o detetive usando a linguagem corporal dos outros personagens para deduzir o que eles estão pensando — ou escondendo. Extremamente criativo, Sholmes nem sempre encontra a verdade de primeira, e é aí que o nosso protagonista Ryunosuke entra para complementar e corrigir quaisquer inconsistências que o detetive tenha deixado passar.

A animação deste tipo de investigação em específico é como um jogo de câmeras dinâmico que foca alternadamente em Sholmes, Ryunosuke e no pobre coitado que está tendo que acompanhar essa dança enquanto vê seus segredos sendo expostos pela dupla. As sequências são bem divertidas e quebram um pouco da solenidade presente no resto da ambientação.

Anteriormente vista em Phoenix Wright vs. Professor Layton, a mecânica de interrogar múltiplas testemunhas ao mesmo tempo está de volta. Durante os julgamentos no tribunal, as testemunhas dão seus depoimentos em duplas ou grupos, o que quer dizer que até mesmo aqueles mais cautelosos e com o discurso mais ensaiado podem ser desmascarados caso um dos colegas que esteja depondo junto tenha alguma reação ao que estão dizendo.

Outra novidade de The Great Ace Attorney Chronicles é a presença de um júri durante as sequências no tribunal. Ao invés de depender apenas de evidências e testemunhas, como nos outros jogos da franquia, o jogador também é obrigado a convencer os membros do júri de que seu cliente é inocente, o que pode ser desafiador mas, muitas vezes, acaba ajudando a explorar possibilidades.

Horas e horas de tribunal

Esteja a postos para ver este senhor por muito tempo

Para conseguir colocar estas duas grandes novidades no game, os casos ficam mais longos e mais complexos quando comparados aos jogos anteriores. Talvez pela maior carga emocional aliada ao clima mais pesado e às muitas, muitas horas necessárias para desvendar cada caso, a experiência completa pode ser um pouco cansativa.

Assim como em Phoenix Wright: Ace Attorney Trilogy, o visual e sons do jogo foram melhorados em relação ao visto anteriormente no 3DS. As animações fluidas e cenários grandiosos ajudam a dar ao Chronicles o tom épico que ele merece e precisa ter para emplacar a narrativa proposta.

Foi um prazer poder me jogar novamente em um universo cheio de Objections!, reviravoltas e tribunais. Sem abandonar completamente o senso de humor, trocadilhos e exagero, The Great Ace Attorney Chronicles entrega uma trama esculpida na história de duas nações com alguns personagens incríveis e muitas horas de investigação.


Este review foi feito com uma cópia cedida pela Capcom para Nintendo Switch.

The Great Ace Attorney Chronicles será lançado em 27 de julho para PS4, Nintendo Switch e PC.

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