Assim que descobri que Will voltaria aos negócios em Moonlighter 2: The Endless Vault, o que mais senti foi curiosidade e, confesso, uma pitadinha de receio. Afinal, o jogo de 2018 cumpriu bem a proposta de explorar dungeons, matar monstros e depois vender todas as carcaças na nossa lojinha. Então, como os desenvolvedores dariam continuidade a uma experiência que foi tão redonda e contida?
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A resposta (ou, pelo menos, parte dela) veio pouco depois, após um convite da 11 bit studio ao NerdBunker, para viajar até Varsóvia, a fria capital da Polônia, e testar mais de duas horas da aguardada sequência. Esse tempo com o jogo deu uma boa ideia do que podemos esperar do novo capítulo do mercador mais aventureiro da indústria indie — que pode agradar ou desagradar, dependendo da expectativa gerada por cada fã.
De volta aos negócios
Sem um tostão no bolso, Will mora em uma nova vila e agora precisa retomar a jornada dupla de lojista e aventureiro, mas não exatamente por opção. Um vilão, conhecido como Moloch, destruiu o lar do nosso protagonista, que se viu forçado a recomeçar em outro lugar.
E é a cena de abertura que dá um bom resumo do tom da sequência: Will não é mais o dono de uma loja, e sim um funcionário, que precisa obedecer a uma chefe exigente. Ela o larga em uma masmorra logo de cara, sob a ordem de só voltar após coletar algumas relíquias raras para vender depois. Então só resta obedecer, né?

Em termos narrativos, o que mais dá a cara de sequência é que a ideia de diferentes dimensões está bem estabelecida desde o início, dando abertura para a expansão desse conceito. Mas o DNA do primeiro Moonlighter prevalece em peso na jogabilidade, mantendo a fórmula de dungeon crawler com toque roguelite e um simulador embutido. Os objetivos imediatos continuam com a exploração de masmorras para a coleta de relíquias, artefatos e afins, e a venda dos tais itens na lojinha da cidade. Além do aspecto RPG inspirado nos The Legend of Zelda antigos, com diferentes armas, equipamentos e inimigos pelo caminho.
Isso faz com que a evolução (que é naturalmente esperada de uma continuação) fique para o salto visual entre os jogos, uma vez que Moonlighter 2 deixa o estilo 2D para trás para introduzir gráficos tridimensionais — algo como o recente No More Heroes 2 fez. Esse tapa geral na aparência realmente transmite um ar mais moderno à nova aventura, mas confesso que também causa a perda de um dos charmes do original. Afinal, a estética pixelada é responsável pela construção da atmosfera aconchegante do primeiro título, e o que o distanciava de outros concorrentes do gênero.

Seja como for, o estúdio espanhol Digital Sun parece confiante e determinado em reforçar a identidade de Moonlighter, sem remover os principais ingredientes da fórmula, apenas trocando aqueles que pareciam fora da validade. Assim, após as minhas duas horas de jogo, senti que não fui surpreendida pela experiência, apesar de curiosamente sair de lá com um quentinho no coração gamer — porque, no fim, é bem nostálgico voltar aos negócios com Will. Fica apenas a expectativa de que o jogo possa estar guardando algumas cartas na manga para, enfim, surpreender no lançamento.
Moonlighter 2: The Endless Vault será lançado para PC em algum momento de 2025.
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