The Flash encerra uma corrida de quase 10 anos ao finalmente chegar aos cinemas do mundo todo. Com Ezra Miller no papel do velocista, o longa traz Barry Allen aprendendo que nenhuma boa ação fica sem punição, já que a tentativa de voltar ao passado para salvar a própria mãe da morte acaba comprometendo toda a cronologia e o multiverso da DC.
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O que muitos fãs podem não saber é que o primeiro filme solo do herói bebeu direto de uma importante fonte, já que adapta a premissa básica de Flashpoint (ou Ponto de Ignição, na tradução brasileira), HQ de 2011 tida como uma das mais importantes do vermelhão. A publicação marcou não só a trajetória do herói, como mudou TODO o universo DC. Para que você fique craque na trama de multiverso e saiba as principais diferenças entre o quadrinho e o filme, explicamos, abaixo, a história de Ponto de Ignição:
[Zona de spoilers de The Flash: Ponto de Ignição abaixo]
“Onde é que eu tô?”
A saga principal de Ponto de Ignição foi publicada originalmente em 5 edições, com roteiro de Geoff Johns e arte de Andy Kubert. A minissérie começa com Barry acordando para mais um dia de trabalho, mas algo está muito diferente. O herói encontra com a própria mãe, Nora Allen, que não só está viva, como parece ter sido uma figura presente em toda a juventude de Barry. Sem entender nada, o protagonista questiona a mãe sobre a Liga da Justiça e fica incrédulo ao entender que neste universo não existe um Superman, nem sequer um Flash. Mas nem por isso a Terra não tem protetores, inclusive um certo Homem-Morcego.

Allen decide ir atrás do Batman, aqui mostrado como uma figura mais raivosa, vingativa e sem qualquer ressalva contra extrapolar todos os limites contra a criminalidade, mesmo que isso signifique matança. Sem poderes, Barry apanha do Cavaleiro das Trevas e descobre uma inesperada verdade sobre o protetor de Gotham: ele é ninguém menos que Thomas Wayne, pai de Bruce Wayne, que, nesta realidade, sobreviveu ao assalto que vitimou o garoto.
Quem precisa de um homem de aço?
Barry convence Thomas de que veio de uma linha do tempo alternativa ao revelar que seu filho Bruce está vivo na cronologia original. O velocista suspeita de que a mudança seja obra de Eobard Thawne, o Flash Reverso, mas precisa da genialidade de Wayne para recriar o acidente que forneceu os poderes do velocista.
O novo Homem-Morcego ajuda Barry a recuperar seus poderes. O Flash vermelhão que todos adoramos está de volta.

Barry parte junto do Batman e do Ciborgue deste universo em busca do kryptoniano Kal-El. Os três descobrem que, neste mundo, o herói é mantido em sigilo pelo governo, desde que sua nave aterrissou na Terra. O trio resgata Kal-El, mas encontra um Superman fraco e impotente, tendo passado boa parte da vida longe da luz solar, fonte de seus poderes. Em recuperação, o alienígena foge, deixando Barry e Wayne à própria sorte.
Em briga de Aquaman e Mulher, Flash mete a colher
Em paralelo à jornada de Barry Allen, é estabelecido que os atlantes liderados pelo Aquaman e as amazonas da Mulher-Maravilha estão em guerra. A crise já devastou boa parte da Europa e ameaça chegar aos EUA. A urgência do conflito se mistura ao sofrimento do Flash, que a cada hora que passa vai esquecendo as memórias originais e substituindo-as pela “nova” vida na realidade alternativa.

Sem o Superman, Barry, Batman e Ciborgue pedem ajuda ao pequeno Billy Batson e à família Shazam. Wayne acredita que Batson pode retardar a alteração de memórias de Barry com seus poderes mágicos. Barry, então, parte com a equipe de heróis para interferir na batalha atlante-amazona, acreditando que o Flash Reverso também está por trás da guerra. O ato revelará quem, finalmente, é o culpado por toda a lambança multiversal.
Eu, eu mesmo e Barry Allen
Flash, Ciborgue, Batson, Batman e companhia chegam ao centro do combate, com as duas facções se digladiando. No meio do caos, Flash Reverso finalmente se revela, mas com uma novidade: o causador da ruptura na linha temporal foi o próprio Barry Allen.
O vilão revela que o velocista voltou no tempo para salvar a mãe de ser assassinada pelo Flash Reverso. A interferência ocasionou a fragmentação na cronologia e alterou os destinos de todos os heróis do universo, incluindo o próprio Flash.
O Flash Reverso é morto por Thomas Wayne, que encoraja o (nosso) Flash a consertar a linha do tempo, mesmo que isso signifique o fim daquele universo. O Cavaleiro das Trevas deixa uma carta ao filho, Bruce, como motivação para que o velocista tenha sucesso.
Barry se despede da mãe, a quem terá que deixar morrer, e mais uma vez volta no tempo, mas agora para impedir a si mesmo de interferir no passado. O herói consegue limpar a própria bagunça, definindo a cronologia em três linhas do tempo principais: o universo DC, o universo Vertigo (casa de personagens como Sandman, Constantine, etc.) e o universo WildStorm (dos anti-heróis Authority, que ganharão filme sob a chefia de James Gunn).

Barry, então, retorna à batcaverna, agora com o Bruce Wayne “correto”. O herói entrega a carta de Thomas Wayne ao Morcego, que, emocionado, agradece o presente do herói.
Ponto de Ignição marcou ainda um reboot para o universo DC, nos quadrinhos. Títulos de heróis como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, etc. tiveram as numerações zeradas. O novo arco ficou conhecido como “Os Novos 52”.
Onde encontrar Ponto de Ignição?
A minissérie foi reunida em uma edição capa dura, com todo luxo, pela Panini. O título foi reeditado recentemente, com a estreia do longa, e pode ser encontrado nas livrarias e comic shops do país. Você pode adquirir o quadrinho pelo link parceiro do Jovem Nerd, garantindo uma comissão para o site!
Se a sua pedida for por desenho animado, a trama foi adaptada em Liga da Justiça: Ponto de Ignição (2013), disponível para streaming no HBO Max. O arco foi tema da série The Flash (2014-2023), da CW.
Tudo isso, claro, além de The Flash, em cartaz nos cinemas brasileiros a partir de 15 de junho, com Ezra Miller, Sasha Calle, Michael Shannon, Ben Affleck e Michael Keaton no elenco.