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Crítica: Quarteto Fantástico
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Crítica: Quarteto Fantástico

Exatos dez anos depois do decepcionante Quarteto Fantástico de Tim Story, surge outra decepção, agora assinada por Josh Trank, de Poder Sem Limites

André Gordirro
André Gordirro
05.ago.15 às 14h09
Atualizado há quase 10 anos
Crítica: Quarteto Fantástico

Exatos dez anos depois do decepcionante Quarteto Fantástico de Tim Story, surge outra decepção, agora assinada por Josh Trank, de Poder Sem Limites. O sujeito simplesmente conseguiu a façanha de ser demitido de dirigir um dos filmes derivados de Star Wars (“Rogue One”) pelo comportamento nas filmagens deste novo Quarteto Fantástico, cujo produto final dá a exata medida da produção turbulenta. A Fox só levou o projeto adiante porque estava prestes a perder os direitos sobre os personagens (que voltariam para a Marvel — como teria sido bom), e o resultado é um produto apressado, mal amarrado, com soluções narrativas escritas nas coxas (em meio a algumas boas ideias, há que se destacar).

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A duração de 100 minutos e a estrutura do roteiro lembram mais o piloto de uma série da CW (Arrow, Flash) do que o “épico de ficção científica de super-heróis” que o marketing quer vender. No fim das contas, a seleção de elenco completamente equivocada (o magrelo baixinho Jamie Bell como Ben Grimm? O apagado Toby Kebbell como Dr. Destino?) é o menor dos problemas de um filme que não empolga, mas pelo menos é suficientemente curto para não irritar, nem deixar tão evidente a confusão de ponta a ponta. A intenção original seria disparar um raio christophernolanizador no Quarteto Fantástico, torná-lo mais adulto, mais sci-fi, mais realista, mas o que saiu foi um arremedo de seriado de TV. E não importa o verniz de seriedade: o poder de esticamento do Sr. Fantástico continua visualmente ridículo.

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Nesta versão que tem pouquíssimo a ver com o Quarteto Fantástico consagrado, Reed Richards (Miles Teller) é um adolescente prodígio descoberto em uma feira de colégio (hã?) para trabalhar em um projeto de deslocamento dimensional. Neste momento, o enredo não encontra mais papel para Ben Grimm (Jamie Bell), seu amigo de infância, e o personagem é descartado até ser reintroduzido de maneira forçada na história. Reed trabalha com outros dois cientistas, Sue Storm e Victor Von Doom (Kate Mara e Toby Kebbell), até aí ok, e do nada surge o mecânico Johnny Storm (Michael B. Jordan) para se juntar a uma equipe de gênios. O roteiro claramente não sabe o que fazer com Ben e Johnny, dois ignorantes naquele cenário de super-ciência, e simplesmente enfia os dois na trama sem muita justificativa lógica. A partir do acidente que dá ao Quarteto Fantástico os poderes conhecidos por todos, o filme deixa ainda mais evidente os problemas do roteiro e produção feitos às pressas, e não elabora questões básicas como a reação dos personagens diante do que se tornaram — uma decisão de Reed Richards, por exemplo, não só desafia a lógica, como trai o espírito do personagem, e suas consequências não são devidamente exploradas.

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Finalmente, há o obrigatório embate com o Dr. Destino, que ora tem poderes dignos do Dr. Manhattan, e ora esquece de usá-los quando convém que apanhe dos heróis. Nada original, o cenário final é uma mistura do Mundo Sombrio de Thor 2 com o raio espacial do epílogo de Os Vingadores. Enquanto o vilão toma sua surra obrigatória, fica a surpresa de que o filme já está para acabar, e tudo é amarrado rapidinho, como uma escola de samba que mete o pé para não perder pontos por estourar o prazo do desfile. Fica a sensação de que o novo Quarteto Fantástico é um samba do cientista doido.

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