Logo do Jovem Nerd
PodcastsNotíciasVídeos
Crítica | As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras
Filmes

Crítica | As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras

Longa acerta ao apostar na zoeira e na nostalgia, mesmo com algumas escorregadas

Marina Val
Marina Val
16.jun.16 às 09h33
Atualizado há quase 9 anos
Crítica | As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras

As Tartarugas Ninja nasceram como uma paródia de quadrinhos populares. Elas são tartarugas, adolescentes, mutantes, ninjas, têm nome de pintores renascentistas, moram no esgoto e são obcecadas por pizza. O novo longa da franquia, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras, entende a zoeira do combustível que alimentou a ideia das Tartarugas e abraça a bizarrice logo nos primeiros minutos.

Em uma cena inicial, Casey Jones (Stephen Amell) tenta explicar um acontecimento para a polícia e acaba descrevendo que viu um caminhão de lixo modificado atirando tampas de bueiro. Obviamente, ninguém o leva a sério.

Ao assistir esse trecho, os espectadores são lembrados de quão absurda é toda a premissa do filme. São tartarugas lutando contra um javali, um rinoceronte, um samurai tecnológico e um chicletão mascado. E é justamente embarcar nessa esquisitice sem sentido que nos leva de volta à infância.

Capangas

Bebop e Rocksteady estão de volta e mantêm tanto o intelecto diminuto do desenho animado original quanto o visual retrô, que inclui o moicano colorido, os óculos fora de moda e piercings. Além do banho de nostalgia, eles adicionam uma dose de humor que é bastante necessária.

Bebop-and-Rocksteady-Teenage-Mutant-Ninja-Turtles-2-Out-of-the-Shadows-TMNT-Movie-2016

A Karai, por outro lado, poderia ter sido substituída por qualquer outra capanga aleatória do Clã do Pé que não faria a menor diferença. As habilidades de uma ninja treinada pessoalmente pelo Destruidor não estão presentes nesse filme e ela é totalmente subutilizada. Em outras incarnações da personagem ela é retratada como alguém que lutaria de igual para igual com as tartarugas, não alguém descartável e fraca como é neste filme.

O cientista louco, Baxter Stockman, é caricato de uma forma que só funciona em um filme tão bizarro quanto As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras. Ele é extremamente inteligente, apesar de ser meio bobo em alguns momentos, e tem uma risada maligna que é bem característica de vilões de desenho animado.

Claro, as explicações pseudocientíficas que Baxter tenta oferecer para qualquer fato que acontece no filme – por exemplo, a hipótese que ele cria para justificar o fato de Bebop e Rocksteady virarem animais diferentes – são pura bobagem e até mesmo desnecessárias, mas condizem com o clima descompromissado do filme.

Heróis

Se você, em algum momento da sua vida, teve dificuldade de identificar cada uma das tartarugas ninja só pela cor ou pela arma, este filme vai resolver o problema de uma vez por todas.

tmnt.0.0

Não apenas As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras consegue caracterizar bem cada um dos personagens fisicamente, dando biótipos diferentes para cada um deles, como também consegue ser marcante nas características psicológicas. A história mostra as motivações, conflitos e desejos, e enfatiza o fato de que eles não precisam pensar igualmente para serem uma equipe, só precisam saber trabalhar juntos e respeitar uns aos outros.

O bad boy do grupo, Raphael, revela algumas fragilidades que funcionam para dar mais camadas ao personagem sem descaracterizá-lo, e também para tirar um pouco o peso de Mikey de ser o único alívio cômico do grupo. Donnie mostra que existe um bom coração junto com toda a sua inteligência e ajuda a guiar Leonardo em momentos que o líder do grupo parece estar indo para o caminho errado.

Forçando a amizade

Além da pseudo ciência de Baxter e Donnie, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras também traz outros momentos em que força um pouco a barra.

teenage-mutant-ninja-turtles-out-of-the-shadows-movie

Um exemplo que consegue mostrar muito bem isso é uma cena do começo do filme em que Casey Jones tenta conseguir informações sobre os vilões. Existiam inúmeras maneiras de alcançar esse objetivo, mas o longa escolhe a mais preguiçosa de todas.

É apenas um detalhe e pode até passar batido, mas é o tipo de coisa que se você para e tenta analisar, não faz o menor sentido mesmo dando todos os descontos possíveis de "roteiro de desenho animado". Havia maneiras melhores e explicar o paradeiro dos vilões sem estender muito a duração do filme,  deixando a violência apenas subentendida para garantir que a classificação indicativa não seria alterada.

Só na zoeirinha

Enquanto o filme de As Tartarugas Ninja de 2014 tentava se levar a sério demais, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras acerta ao apostar na zoeira e na nostalgia, mesmo com algumas escorregadas.

Ele não chega a ser um filme incrível por conta da direção e do roteiro, mas ele entra na categoria de guilty pleasures e pode ser uma boa pedida para quem só quer se divertir de maneira descompromissada e não se importa com furos de roteiro e (falta de) lógica típica de desenhos animados dos anos 90.

Com boas cenas de ação e trazendo de volta os vilões bizarros, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras pode te fazer rir e voltar a ser criança, seja assistindo no cinema, na netflix ou na sessão da tarde.

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais