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Bright é a redenção de David Ayer? Conversamos com parte do elenco!
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Bright é a redenção de David Ayer? Conversamos com parte do elenco!

Fomos ao México e conversamos com Édgar Ramírez (Kandomre) e Noomi Rapace (Leilah) - mas o papo acabou sendo sobre David Ayer

Pedro Duarte
Pedro Duarte
13.dez.17 às 15h54
Atualizado há mais de 7 anos
Bright é a redenção de David Ayer? Conversamos com parte do elenco!

David Ayer escreveu Dia de Treinamento (2001), adaptou Velozes e Furiosos (2001), dirigiu Os Reis da Rua (2008), Corações de Ferro (2014) e embarcou no mundo dos super-heróis (ou vilões) em 2016, com Esquadrão Suicida — o qual a crítica pode dizer o que quiser, Ayer não se importa: "pude fazer a porra toda nesse filme", só se arrepende mesmo de não ter colocado o Coringa como o vilão principal e até acredita que o longa vai ganhar status de cult,

David Ayer tem orgulho do que faz, não tem medo de falar algo polêmico (seja na San Diego Comic Con ou no Twitter, como citado acima) e força atores e dublês a fazerem o que ele acha que é certo, sem questionamentos — mesmo quando tem uma estrela como Will Smith (Scott Ward) no elenco. Durante o painel na Comic Con Experience, por exemplo, Smith contava que questionou a gravação de uma cena quando Ayer o interrompeu (meio que complementando a fala do ator): "mas ele ia lá e fazia o que eu pedia e pronto". No mesmo painel, Joel Edgerton (Nick Jakoby) disse que quatro dublês se machucaram na gravação de uma cena específica do filme — o que reforça a dedicação do diretor ao que ele acredita que deve ser o resultado final ideal.

Então, mesmo que eu e outros jornalistas da América Latina estivéssemos com Édgar Ramírez (Kandomre) e Noomi Rapace (Leilah), no México, à convite da Netflix, para falar de Bright, o novo longa do diretor, David Ayer se tornou o assunto principal. Logo no início da conversa, mesmo quando perguntada especificamente sobre sua personagem, Rapace disse:

Eu acho que David trabalha de uma maneira que faz com que você se espelhe em você mesma e não olhe para outras criações e trabalhos de outras pessoas. Você olha para as suas partes sombrias, claras, bonitas e destrutivas. Foi algo muito pessoal. Eu não pensava muito no fato de que eu estava interpretando um Elfa e que talvez ela seja do mal. Eu só estava trazendo esse meu lado pessoal para a personagem.

Noomi Rapace (Leilah)

Então, se todos os caminhos levavam para David Ayer, o jeito era fazer uma pergunta sobre... David Ayer. Esquadrão Suicida rendeu US$ 745,6 milhões e levou um Oscar (cabelo e maquiagem), mas ainda assim deixou um gosto amargo de maneira geral, algo como "poderia ser melhor". Seria Bright a redenção do diretor? Os dois riram da pergunta e Rapace tomou a frente:

Eu acho que ele sentiu que poderia fazer tudo que ele queria e que estava no controle desse filme. Acho que isso dá a ele, como cineasta, uma sensação de liberdade e sei que ele estava feliz com isso.

E Ramírez falou da liberdade de criação (tão podada por executivos preocupados com prazos, números e até minutagem dos filmes):

É a primeira vez que ele tem esses brinquedos caros para brincar como quiser, porque há uma coisa: ou você não tem os brinquedos e tem toda a liberdade, ou você tem esses belos e caríssimos brinquedos, mas tem regras estritas para brincar. Pela primeira vez, acho que ele teve todos os brinquedos e toda a liberdade para fazer o que quisesse com eles.

Édgar Ramírez (Kandomre)

Apesar de passar a imagem de alguém muito exigente, que cobra o máximo dos atores (nada de tirar os dentes falsos, mesmo que estivessem incomodando, por exemplo, como os dois nos contaram), em Bright o diretor deu espaço para o improviso: "Ele também nos deu muita liberdade, nós estávamos improvisando, testando coisas, inventando coisas no dia-a-dia. Então era como o filme independente, mas nessa carcaça gigante", conta Rapace. 

E sobrou até uma alfinetada para os estúdios (e um elogio para a Netflix, que banca a produção):

Eu acho que personalidades e ideias fortes vão sempre vencer. Mas quanto mais pessoas tiverem uma opinião sobre um roteiro e quanto mais pessoas mexerem nesse roteiro, mais fraco, vago e pouco pessoal ele acaba ficando. Quando você vai contar uma história precisa ser e ter uma voz forte. E a Netflix é muito esperta porque eles abraçam essas vozes.


Bright estreia na Netflix no dia 22 de dezembro. Mas fique ligado porque nossa crítica sobre o longa sai antes!

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