Amostras do solo lunar coletadas pela sonda espacial chinesa Chang’e 5 podem trazer os primeiros indícios concretos da presença de água em forma líquida na superfície da Lua. O estudo foi publicado na última semana, na revista científica Science Advances.
A Chang’e 5 decolou inicialmente em 2020, com a missão de fotografar, mapear e coletar materiais da superfície lunar, e retornou à Terra no final de 2021.
Os cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS), em Pequim, afirmam que parte das partículas encontradas deve-se à ação dos ventos solares, que corresponderiam a menos de 120 ppm de água (partes por milhão) na superfície na qual a sonda efetuou o pouso.
Fragmentos de rochas maiores foram analisadas, e apontaram uma absorção de cerca de 180 ppm de água. Especula-se que a diferença de 60 ppm entre as duas situações pode ter sido originada por alguma fonte adicional no interior da Lua.
A descoberta pode representar um grande avanço na exploração lunar, visto que é possível extrair oxigênio a partir da água, o que facilitaria novas missões tripuladas e até mesmo a instalação de uma base lunar.
A presença de água na Lua já havia sido antecipada por registros orbitais. Esta é a primeira vez, entretanto, que a confirmação se dá por meio de amostras tangíveis trazidas à Terra. (Com informações do Independent, SciTech Daily e Xinhua)