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Espetáculo Sinfonia de Anime ressalta o papel da música clássica na cultura pop
Animes e Mangás

Espetáculo Sinfonia de Anime ressalta o papel da música clássica na cultura pop

Evento realizado em São Paulo deixou fãs de todas as idades com o coração quentinho

Camila Sousa
Camila Sousa
23.abr.24 às 10h09
Atualizado há 11 meses
Espetáculo Sinfonia de Anime ressalta o papel da música clássica na cultura pop
(Íris Zanetti/OSESP)

Quem acompanha meus textos aqui nesta coluna já deve ter percebido que sou muito fã de música (alguém não é?). E uma das vertentes que mais me agrada é a trilha sonora de filmes e séries. No caso de animes, tal paixão vai além, com aberturas e encerramentos que marcam momentos de vida, sessões especiais com pessoas queridas e muito mais.

E toda essa paixão foi potencializada ao acompanhar o evento Sinfonia de Anime, realizado em São Paulo pela OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Com quatro datas, a programação especial colocou a orquestra mais tradicional do Brasil para tocar músicas-tema de vários animes, e a experiência não poderia ter sido mais incrível.

Começando pela escolha do repertório, a OSESP incluiu animes e trilhas marcantes para otakus de várias idades, separando a apresentação em alguns blocos, como Studio Ghibli, shōnens e garotas mágicas (mahō shōjo), animes com temas profundos sobre a humanidade e mais. Com isso, foi possível acompanhar ao vivo músicas de Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco, Cardcaptor Sakura, Sailor Moon, Evangelion, Naruto, Demon Slayer, entre outros.

Uma tarde temática e especial

Sinfonia de Anine O guarda-chuva vermelho de Meu Amigo Totoro foi mais um detalhe da apresentação (Íris Zanetti/OSESP)

O evento foi realizado na Sala São Paulo, localizada dentro do Complexo Cultural Júlio Prestes. Uma das melhores formas de chegar no local é pela Estação da Luz e, já por ali, era possível ver alguns fãs com camisetas de Pokémon se encaminhando para a apresentação.

Já no local, a OSESP deixou claro que não era permitido gravar a apresentação principal, para criar uma imersão ainda maior no evento, e não ter problemas de direitos autorais nas redes sociais. Algumas pessoas burlaram essa regra aqui e ali, mas confesso que foi interessante deixar o celular de lado para embarcar em uma aventura otaku tão diferente da tradicional.

Tal sensação de imersão foi potencializada pelo belíssimo espaço da Sala São Paulo, e também por detalhes criados pela organização. O regente Wagner Polistchuk, por exemplo, usou figurinos inspirados em Dragon Ball, InuYasha, Naruto e Attack On Titan ao longo da apresentação. Ele até brincou em alguns momentos, fazendo a famosa “corrida Naruto” com os braços para trás, e repetindo uma cena de InuYasha, quando o meio-yokai vai para o chão ao ouvir a palavra “senta”.

Outro ponto interessante foi a projeção de luzes temáticas nas paredes, como o símbolo da Vila da Folha, de Naruto, e o broche de Sailor Moon, que apareceram durante as respectivas músicas. Além disso, um cosplay de Zoro, de One Piece, andava em certos momentos recolhendo espadas falsas deixadas pelo regente, e ficando um tanto perdido no espaço da Sala, em uma clara referência à falta de senso de direção do personagem.

Emoção para além do idioma

Sinfonia de Anine Público atento para a apresentação, que ficou com ingressos esgotados (Íris Zanetti/OSESP)

Várias aberturas tocadas no Sinfonia de Anime contam com partes cantadas e, para isso, a apresentação contou com a presença do músico Ricardo Cruz, além de solistas dos coros Acadêmico, Juvenil e Infantil da OSESP. Já os idiomas foram divididos entre o português e o japonês. “Pegasus Fantasy”, de Os Cavaleiros do Zodíaco, por exemplo, foi cantada na versão original, enquanto as músicas de Sakura e Sailor Moon ficaram no português, reproduzindo as aberturas que embalaram a infância de vários brasileiros na TV aberta.

Curiosamente, a comemoração diante de cada versão era igual, mostrando que os otakus presentes estavam familiarizados com o japonês e entendiam a importância de ter o idioma presente durante o evento. O público, aliás, ficou bem dividido entre pessoas mais jovens, que fazem parte da nova onda da cultura pop asiática no Brasil; pais com filhos pequenos ou pré-adolescentes e adultos com trinta e poucos anos, muitos tendo a primeira experiência na Sala São Paulo (como eu).

O regente Wagner Polistchuk ressaltou que programas como este, focados em cultura pop, são feitos justamente para chamar um público mais novo para a Sala São Paulo e mostrar que a música clássica pode ser apreciada por todas as pessoas, afinal, ela está ao nosso redor o tempo todo.

Confesso que, depois de sentir o coração bater mais forte no tema de Os Cavaleiros do Zodíaco, me emocionar com a música de Sailor Moon e vibrar e quase cantar junto com “A Cruel Angel's Thesis”, de Evangelion, digo com toda a propriedade que ele está certo.

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