Logo do Jovem Nerd
PodcastsNotíciasVídeos
Street Fighter 6 chega como a versão definitiva da franquia | Review
Games

Street Fighter 6 chega como a versão definitiva da franquia | Review

Novo título da Capcom é uma verdadeira revolução em formato de jogo

Jeff Kayo
Jeff Kayo
30.mai.23 às 04h02
Atualizado há cerca de 1 ano
Street Fighter 6 chega como a versão definitiva da franquia | Review

Lançado originalmente em 1987, era difícil prever que Street Fighter mudaria por completo uma geração. Tudo bem que, na verdade, foi o segundo jogo da série, de 1991, que tornou os jogos de luta uma febre. Mas não há como negar que a franquia é muito importante em diversas mídias, indo até além dos jogos. E a Capcom conseguiu de novo: Street Fighter 6 é uma verdadeira revolução em formato de jogo.

É como se os jogos de luta até agora fossem versões beta para o que viria a ser Street Fighter 6. Tudo no game lembra alguma coisa do passado, nenhum aprendizado foi descartado. Há um carinho escondido por trás de cada nuance do gameplay, que vai agradar toda uma geração nostálgica, mas também carrega a difícil tarefa de manter a curiosidade dos novos jogadores nesse universo competitivo.

Novo e acessível

Imagem de Street Fighter 6 Street Fighter 6 tem a chegada de novos lutadores (Capcom/Divulgação)

Algo muito comum dentro dos jogos de luta diz respeito ao “legado de habilidade”. É como num jogo de tiro em primeira pessoa, que apesar de sempre sair um jogo novo, uma vez que jogamos algum, nunca seremos surpreendidos 100% novamente. Nos jogos de luta isso acontece em dois âmbitos: coordenação motora para realizar os movimentos dos golpes especiais (algumas vezes bem chatinhos), e o aprendizado das regras “não escritas” do jogo, o tal do meta, ou “o que fazer para vencermos uma partida conscientemente.”

No que diz respeito aos comandos complexos para a execução de um hadouken ou shoryuken, muito se tem conversado se eles ainda são necessários. Mais do que uma alternativa para balanceamento de jogo (comandos mais difíceis para golpes muito fortes, etc.), esses especiais acabam funcionando como uma peneira de iniciantes, principalmente os mais novos, que logo perdem a vontade de continuar a jogar depois de algumas partidas excruciantes no multiplayer online.

Imagem de Street Fighter 6 Controle Moderno de Street Fighter 6 não é “café com leite” (Capcom/Reprodução)

Eis que Street Fighter 6 reinventa seus controles e apresenta a alternativa definitiva com o “Controle Moderno". Ele não é um controle “café-com-leite”, que vai fazer tudo por você, mas vai ajudar o processo de assimilar novas formas de jogar sem a necessidade (inicial) de saber algum comando mais cabeludo para evitar uma voadora na cara.

Os comandos modernos exigem do jogador um total reaprendizado da forma como os botões estão posicionados no controle. Composto de três ataques de forças gradativas (fraco, médio e forte) e mais um botão para as magias, o jogador precisa reaprender as rotas dos seus combos para executar movimentos que deixarão qualquer jogador veterano de cabelos em pé.

A revolução do controle moderno é a grande aposta da Capcom para 2023 (e o futuro), já que ele é um tipo de controle 100% aceito para a participação na Capcom Pro Tour, a liga de Street Fighter da própria Capcom, e provavelmente também será aceito nos demais torneios espalhados pelo mundo.

Tinta para todo lado

Imagem de Street Fighter 6 Visual "com estilo" é um dos destaques de Street Fighter 6 (Capcom/Reprodução)

Street Fighter 6 apostou em um visual arrojado focado na cultura street, com grafites, becos escuros com placas neon e muita cor espalhada pelo cenário através da nova mecânica do jogo chamada de Drive System.

O Drive System adiciona uma nova camada de agressividade ao jogo, mas sem deixar de lado a parte defensiva. No final das contas, a batalha mental de cada um dos rounds vai ser vencida, como sempre, pelo jogador mais paciente e que souber ler seu adversário como um livro aberto.

Se repararmos bem, a nova interface do game apresenta uma barra de vida em cima, e no canto inferior de cada jogador, uma barra de especial pode ser carregada três vezes (cada personagem possui três especiais de níveis diferentes). A novidade fica por conta da barra verde logo abaixo da vida de cada jogador. Essa é a barra de Drive, provavelmente a responsável por fazer muita gente chorar sangue num futuro próximo.

Imagem de Street Fighter 6 Drive Impact é um ataque fortíssimo e novidade no título (Capcom/Reprodução)

A barra de Drive leva o nome do novo sistema e é responsável por muitas tarefas. A primeira delas é o Drive Impact, um ataque fortíssimo que absorve outros ataques (até três hits) e jorra tinta para todos os lados. O Drive Impact mistura ataque e defesa num único momento, que pode te ajudar a quebrar a guarda do adversário (se ele estiver no canto da tela, o Drive Impact deve ser evitado e não defendido), ou te ajuda a sair de enrascadas quando a pressão adversária é incessante.

Imagem de Street Fighter 6 Drive Parry é a atualização de um ataque já conhecido de Street Fighter (Capcom/Reprodução)

A segunda utilização da barra de Drive é Drive Parry, uma releitura do Parry nascido em Street Fighter III. Desta vez, ao apertarmos os dois botões médios, uma aura azul cobre o seu boneco e o faz defender absolutamente qualquer coisa que venha em sua direção, só não consegue evitar agarrões. Se utilizado no momento perfeito em que o golpe adversário acerta você, o Perfect Parry acontece, lhe dá vantagem no próximo ataque ao custo de uma redução de dano.

Imagem de Street Fighter 6 Visual do golpe Overdrive (Capcom/Reprodução)

Temos também os golpes Overdrive. Eles eram conhecidos anteriormente como golpes EX, realizados com dois botões e que saem com uma aura dourada. Agora eles são chamados de Overdrive, e não compartilham mais a barra de especial, como nos jogos antigos da série.

Imagem de Street Fighter 6 Como acontece o Drive Rush em Street Fighter 6 (Capcom/Reprodução)

O Drive Rush, uma manobra de alta velocidade realizada a partir do Drive Parry (dois toques para frente durante o parry) que dispara seu boneco em alta velocidade em direção ao oponente, lhe garantindo uma certa vantagem no próximo ataque. O Drive Rush pode ser usado para cancelar alguns golpes normais também, com o intuito de prolongar o seu combo.

Imagem de Street Fighter 6 Drive Reversal é o famoso golpe "apelão" para recomeçar a estratégia (Capcom/Reprodução)

E por fim, o Drive Reversal, que funciona como um último recurso para acabar com a investida adversária. Ele cancela a sua defesa e aplica um golpe no adversário com o intuito de mandá-lo para longe de você, forçando o combate a “recomeçar” com mais cautela.

Com tudo isso, a barra de Drive acaba se tornando tão importante quanto a sua barra de vida. E é por isso também que SF6 eliminou o dano causado na defesa. Os jogadores agora não podem mais perder um round pelo famigerado “chip damage”. No lugar, todo o dano causado na defesa do jogador recai sobre a barra de Drive. Uma vez que você se encontra sem Drive, seu personagem entra num estado de Burnout, e aí ele fica mais fraco, toma dano na defesa e é impossibilitado de realizar qualquer ação que requer Drive por alguns (longos) segundos.

Três jogos em um

Street Fighter 6 pode ser dividido em três partes igualmente importantes. World Tour, Battle Hub e Fighting Grounds, três formas diferentes de encarar os desafios do game, seja sozinho ou com amigos.

Imagem de Street Fighter 6 É no Fighting Grounds que vemos as histórias dos personagens (Capcom/Reprodução)

O Fighting Grounds é onde o "jogo raiz" acontece. Modo arcade, tutoriais (específicos do jogo e para cada um dos lutadores do game), desafios de combos e partidas contra a CPU ou colegas de sofá, as funções básicas de um jogo de luta podem ser encontradas aqui.

O Battle Hub é a central online, com fliperamas espalhados pelos servidores e o pau comendo entre jogadores do mundo inteiro. Com um sistema robusto de partidas online em Street Fighter 6, é possível enfrentar jogadores da América do Norte com uma latência quase mínima.

Imagem de Street Fighter 6 Além de jogar SF6, o Battle Hub hospeda uma galeria de jogos clássicos (Capcom/Reprodução)

Muito foi aprendido durante os anos de pandemia. Os jogos de luta precisaram se adaptar ao novo formato da realidade, com partidas online que fossem idênticas às presenciais. O precursor do movimento (sem o devido crédito) foi Killer Instinct, mas quem de fato entregou um milagre na atual geração de jogos de luta foi Guilty Gear Strive. Street Fighter estudou, aprendeu com seus adversários e surpreendeu a todos.

World Tour

Mas nem só de contras vive o jogador de Street Fighter 6. Pela primeira vez na franquia somos apresentados ao World Tour, uma campanha para um jogador que se passa num mundo virtual semi aberto (aos moldes da franquia Yakuza), cheio de vida e com muitos NPCs para serem espancados.

Imagem de Street Fighter 6 Tem um monte de cosplayers espalhados por Metro City, você reconheceria todos? (Capcom/Reprodução)

As ruas de Metro City (a cidade fictícia do lore de Street Fighter/Final Fight) são o palco para o desenrolar de uma trama que começou quase um mês antes do lançamento do game, em quatro capítulos de quadrinhos lançados pela Udon Comics (disponíveis no site oficial em inglês).

O World Tour expande o que é visto no arcade mode do jogo e dá o protagonismo a um novo personagem: você! Criar seu avatar e colocar ele para jogo em Street Fighter 6 não é só uma forma de visitar o Battle Hub – que obriga o jogador a criar um avatar –, já que todo o progresso do World Tour é acumulado dentro do seu lutador inédito.

A premissa é bem simples. Você acaba de chegar na cidade e ganha a tutelagem de Luke Sullivan, o novo protagonista de SF6 (Ryu está passando a tocha). Dali em diante é avisado que, para evoluir no mundo das lutas e descobrir o que é ser forte de verdade, você deverá viajar pelo mundo todo em busca dos lendários mestres das artes marciais (os bonecos do jogo).

Imagem de Street Fighter 6 A criatividade é seu único limite na hora de criar um avatar em SF6 (Capcom/Reprodução)

A história que importa para nós diz respeito ao seu companheiro de treino, Bosch, amargurado, que deseja se tornar forte para ajudar seu povo em Nayshall, pequena nação em desenvolvimento escondida na Ásia e que sofre com uma guerra civil, terroristas separatistas e pessoas com agendas secretas que não podem ser nomeadas por enquanto.

O World Tour continua o que vemos no modo arcade e algumas respostas só serão encontradas por lá. Para enfrentar os perigos de Metro City (e outras localidades do mapa) será preciso evoluir seu avatar, aprender com os grandes mestres de Street Fighter e criar seu próprio estilo de luta, que será basicamente uma amálgama do que você quiser.

Imagem de Street Fighter 6 Você personaliza seu avatar como quiser e a hora que quiser (Capcom/Reprodução)

Além do corre corre da cidade grande, vamos acumulando experiência com minigames interessantes que são também referências incríveis dos jogos do passado: por exemplo, o KA*RA*TE desafia o jogador a quebrar o maior número de garrafas e telhas com um único golpe certeiro. Os minigames estão espalhados pelo mapa de Metro City, podem ser acessados a qualquer momento e garantem experiência e dinheiros necessários para a compra de itens no jogo.

Aliás, bom lembrar que personalizar o seu avatar vai além das suas características físicas. É possível comprar vestimentas variadas para ele, que vão sendo liberadas aos poucos, durante a sua jornada do World Tour (que deve lhe ocupar por pelo menos umas 25 horas). Existem também itens exclusivos nas lojas do Battle Hub, que vão sendo trocados de tempos em tempos, vale a pena ficar sempre de olho.

Veteranos e novatos

O elenco de lutadores dá um show à parte, adicionando novidades aos lutadores clássicos, ao mesmo tempo que insere sangue novo no pacote final. Somando 18 lutadores iniciais, cada escolha terá suas próprias peculiaridades a serem aprendidas, e com isso, novos desafios a serem superados.

Imagem de Street Fighter 6 A tela de seleção é toda animada e apresenta as características mais marcantes dos bonecos (Capcom/Reprodução)

Na dúvida entre o risco e a garantia, os oito “World Warriors”, os lutadores originais de Street Fighter II estão disponíveis desde o lançamento. Ausências, como os chefes originais do jogo, Makoto (lutadora de Street Fighter III que todo mundo pede de volta) foram sentidas, mas ainda há esperança.

Para a primeira temporada de DLCs de Street Fighter 6 foram confirmados quatro lutadores: Rashid e Ed, de Street Fighter V, Akuma e A.K.I., personagem inédita com semelhanças visuais a F.A.N.G., outro personagem de SFV. Até o começo de 2024 todos estarão disponíveis dentro do game.

Street Fighter 6 inaugura um momento histórico dentro do universo dos jogos de luta. Lutando há 10 anos para ser reconhecido fora da sua própria bolha de esports, em 2023 ele dará um prêmio de um milhão de dólares ao vencedor do circuito que se iniciará muito em breve, com acesso a qualquer jogador que tiver uma cópia do jogo, disponibilidade para participar de eliminatórias online e vontade de vencer.

Profissional, amador, veterano ou novato, pouco importa. O importante é que o novo título da Capcom já é obrigatório para quem quer começar (ou continuar) no mundo dos jogos de luta.


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Capcom.

Street Fighter 6 será lançado em 2 de junho para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PC. Uma demo gratuita está disponível para PS5 e PS4.

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais