Um novo relatório da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) revelou que a Microsoft entrou em contato para comprar a Activision Blizzard logo após uma matéria do The Wall Street Journal, de 16 novembro de 2021, apontar que Bobby Kotick, CEO da editora, sabia dos casos de assédio e discriminação no ambiente de trabalho da empresa.
Segundo o documento, Phil Spencer, chefe da Microsoft Gaming, no dia 18, enviou um e-mail para os funcionários da Xbox dizendo estar "perturbado" com a notícia e afirmou que reavaliaria o relacionamento entre a companhia e a Activision.
No entanto, pelo visto, a ideia seguiu para outro caminho. No dia 19, ele ligou para o chefe da publisher para dizer que “a Microsoft estava interessada em discutir oportunidades estratégicas” e marcou uma reunião de Kotick com o CEO da dona do Xbox, Satya Nandella, para o dia seguinte.
Na conversa, Nandella foi categórico: a Microsoft queria adquirir a Activision. Após isso, bastaram oito semanas até a divulgação da compra da Activision Blizzard pela Microsoft, no dia 18 de janeiro, pelo valor recorde de US$ 68,7 bilhões.
Uma das razões para a velocidade das negociações foi a aparente disputa com outras quatro companhias interessadas em formalizar uma proposta de aquisição pela editora de Call of Duty. Todavia, o documento não menciona quais eram as empresas.
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A Activision Blizzard segue lidando com uma série de ações judiciais, após o estado da Califórnia entrar com um processo contra a empresa por conta de denúncias de discriminação e assédio sexual no ambiente de trabalho.
Desde então, a publisher aplicou medidas como a demissão de funcionários envolvidos nos casos e a implementação de um comitê para novas políticas internas.