Logo do Jovem Nerd
PodcastsVídeos
Martin Scorsese volta a criticar o Rotten Tomatoes
Filmes

Martin Scorsese volta a criticar o Rotten Tomatoes

Cineasta fala sobre a desvalorização do cinema

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
02.mai.18 às 14h02
Atualizado há cerca de 7 anos
Martin Scorsese volta a criticar o Rotten Tomatoes

Em 2017, Martin Scorsese criticou duramente o Rotten Tomatoes e outros sites agregadores de críticas. No último domingo (29), o cineasta voltou a criticar a plataforma:

A ideia horrível que eles reforçam é que cada filme, cada imagem existe para ser julgada instantaneamente sem dar ao público o tempo necessário para ver a obra. Tempo para ver, talvez refletir e talvez formar a própria opinião. Então, a grande arte do século 20, a arte tradicionalmente americana, foi reduzida a conteúdo.

Scorsese aproveitou para falar sobre a desvalorização do cinema enquanto uma forma de arte:

Tudo pode ser resumido com a palavra do momento: conteúdo. Todo o audiovisual é agrupado em  uma coisa só. Você tem uma foto, um episódio de TV, um novo trailer, um vídeo de instruções de uma cafeteira, um comercial no Super Bowl e Lawrence da Arábia. É tudo a mesma coisa. Temos muitas opções a serem assistidas, mas o público pode simplesmente desligar e ir para o próximo conteúdo. Se não existe um senso de valor em um filme, ele pode ser simplesmente uma peça entre muitas e acabar esquecido.

Diferentemente de outros cineastas que criticam o Rotten Tomatoes, Scorsese quis focar no que as análises dos filmes ali representam em vez de acusar o site de prejudicar a bilheteria — algo que já foi provado que não acontece. O diretor de O Lobo de Wall Street entrou em uma linha de pensamento que vai contra a corrente atual da indústria, em que as críticas são algo determinante para o público decidir ou não se vai assistir a um filme.

O principal argumento que sustenta esse tipo de visão sobre a crítica é o preço do ingresso: essa parte do público diz que com os preços altos dos ingressos é melhor selecionar minuciosamente o que assistir. Outro ponto usado é o tempo — com um cotidiano cada vez mais atarefado, essa parcela dos espectadores prefere ter certeza do que vai assistir para não correr o risco de não gostar do que viu.

Alguns diretores (como Scorsese) e jornalistas preferem encarar por outra perspectiva: a de que a crítica é mais do que um guia de consumo e sim uma ferramenta de análise artística, que não deveria ser fator determinante na decisão do público de ver ou não alguma obra.

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Este site utiliza o Google Analytics para entender como os visitantes interagem com o conteúdo. O Google Analytics coleta dados como localização aproximada, páginas visitadas e duração da visita, de forma anonimizada.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais