Foi difícil segurar as risadas quando percebi que o inventário era uma lancheira temática do Steve Magal. Na verdade, quase todo cômodo e diálogo do primeiro capítulo de Irmão do Jorel e o Jogo Mais Importante da Galáxia causou esse efeito em mim – e me conquistou em poucos minutos.
Desenvolvido pela Double Dash Studios, o jogo é um simpático point and click que se inspira na série animada nacional Irmão do Jorel, como o próprio título indica.
Com a intenção de fazer o jogador se sentir dentro de um episódio da animação, o game foi dividido em três capítulos. O primeiro, intitulado “Assumindo o Controle”, será lançado no dia 15 de junho, mas tivemos a oportunidade de jogá-lo antecipadamente e provar um pouquinho do abacate que está prestes a virar vitamina.
Alma antiga e brasileira
Em Irmão do Jorel e o Jogo Mais Importante da Galáxia, um videogame misterioso (e supostamente de origem alienígena) apareceu na casa das pessoas da noite para o dia, causando alvoroço na cidade. Então o irmão do Jorel, é claro, se interessou em jogá-lo.
Jorel, no entanto, já está viciado no game e não quer largar o controle. Assim, o objetivo do Capítulo 1 é procurar uma maneira de forçá-lo a passar a vez.

Com este contexto, a jogabilidade é focada na solução de quebra-cabeças ao estilo “aponte e clique”, mas que têm uma lógica um tanto duvidosa… e acredite, isso é um elogio!
Como funciona uma “lógica duvidosa”, você deve estar se perguntando. Imagine que há uma porta trancada, e como você fará para abri-la? Vai procurar por uma chave? É claro que não! Dá para ser mais criativo que isso no Jogo Mais Importante da Galáxia.
Assim, o jogador precisa pensar fora da caixinha para avançar, interagindo com objetos e pontos de interesse nos cenários, que podem resultar em itens para o inventário, figurinhas escondidas (os coletáveis opcionais do game) ou frases inusitadas do protagonista – o que gera, inclusive, os momentos mais divertidos, como interagir com uma prateleira de teorias conspiratórias e encontrar um livro sobre OVNIs em Araruama.
Espere ainda por muitas referências à série animada, o que faz com que o jogo seja ainda melhor apreciado por quem já é fã. Há muitas interações e diálogos que se referem a personagens e acontecimentos do material original.
As conversas com NPCs, como Nico, Vovó Gigi e Lara, ainda têm algumas opções de escolha que geram falas únicas. Embora não afetem o gameplay, tais momentos mudam a experiência com a história, oferecendo um toque único. Confesso que apenas senti muito a falta de voz nos personagens, uma vez que todas são muito características na animação.

O Capítulo 1 é relativamente curto, durando pouco mais de uma hora, mas deu para sentir como houve um cuidado em Irmão do Jorel e o Jogo Mais Importante da Galáxia. Isso porque o jogo tem inspiração em franquias clássicas da LucasArts, como Sam & Max e Monkey Island, algo perceptível no gameplay, mas também há aquela essência maluca do Irmão do Jorel e um toque nacional.
É uma mistura que resulta em um jogo brasileiro com alma de point and click das antigas, gerando uma experiência única, contida e imensamente divertida. Pena que é curta até demais, o que nos deixa ansiosos para os próximos capítulos, que estão previstos para serem lançados entre agosto e outubro.
Esta preview foi feita com uma cópia cedida pela Double Dash Studios.
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