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Deathloop | Review
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Deathloop | Review

Novo jogo da Arkane Studios aposta em jogabilidade divertida para entregar uma experiência simples, descontraída e, ao mesmo tempo, inteligente

Tayná Garcia
Tayná Garcia
13.set.21 às 11h11
Atualizado há mais de 2 anos
Deathloop | Review

Desenvolvido pela Arkane Studios, Deathloop é um shooter que coloca o jogador preso em um loop com uma missão quase impossível — e consegue fazer com que essa ideia seja extremamente divertida na prática.

O protagonista é Colt, um homem que acorda com amnésia em uma ilha chamada Blackreef e logo percebe que está preso em um loop que dura um dia. Para quebrá-lo e voltar à realidade, é preciso eliminar oito pessoas ligadas aos mistérios do local, apelidadas de Visionários, dentro das 24 horas.

Se o tempo esgotar ou Colt morrer três vezes no mesmo dia, o ciclo será reiniciado e voltará ao início daquela mesma manhã. E quantas vezes ele terá que viver o mesmo dia depende totalmente de você.

Ouroboros com apetrechos

Blackreef é dividida em quatro distritos que podem ser acessados em diferentes períodos de tempo: manhã, meio-dia, tarde e noite. A ideia é explorar os locais para encontrar a melhor maneira de matar os oito Visionários em um único dia.

E os distritos realmente mudam de acordo com o tempo: os inimigos não aparecem nos mesmos locais, arquivos e missões se tornam acessíveis (ou inacessíveis) e até o visual dos cenários sofre pequenas ou grandes alterações.

Os NPCs têm uma agenda e, por sorte (ou não), Colt tem todo o tempo que quiser para reviver esse mesmo dia e desvendar tudo. É possível explorar o que quiser, quando quiser e na ordem que quiser.

Dá para avançar o tempo para explorar um distrito em horas específicas para ir direto para seu objetivo

Mas o jogo não te deixa completamente na mão. Existem mecânicas em Deathloop que oferecem vantagens para tornar o loop menos assustador.

Há uma maneira de infundir itens para evitar que Colt os perca entre os ciclos. Derrotar Visionários concede Placas, poderes sobrenaturais que vão de invisibilidade a dash rápido. Espólios de inimigos geram Berloques, aprimoramentos físicos que aumentam força, vida e coisas do tipo. De forma inteligente, o jogo oferece sistemas engenhosos que, se usados com cuidado e sabedoria, tornam a experiência mais fácil e divertida, transformando Blackreef em um playground.

As missões principais são ligadas à busca pelos Visionários e às habilidades de Colt, e podem ser acionadas para indicar o que deve ser feito em seguida. Mas há momentos em que o game não aponta o caminho e é preciso resolver quebra-cabeças por conta própria.

Além disso, por vezes existe mais de uma maneira para atingir um objetivo, e nem sempre o jogo vai alertá-lo. É preciso ser curioso para descobrir estes segredos, uma vez que há uma boa liberdade no gameplay para isso.

Há diversas atividades opcionais escondidas em Blackreef e elas são um completo mistério: é preciso ter todo o trabalho de encontrá-las e pensar em como resolvê-las. Elas podem ser curtas ou longas e, muitas vezes, esbanjam humor e maluquice, o que adiciona uma camada de profundidade ao universo, oferecendo um conteúdo diferente e mais descontraído fora da história principal.

Essa é a Queen of Riddles, uma missão secundária em que você precisa responder uma série de perguntas sobre curiosidades de Blackreef

Toda a experiência é auxiliada pela interface, que esbanja estilo e praticidade. As informações encontradas por Colt ficam disponíveis no menu, o que pode parecer um detalhe pequeno, mas é extremamente importante para um jogo em que “conhecimento é poder”.

Com tanta coisa acontecendo em Blackreef ao mesmo tempo, o jogador sempre está correndo atrás de objetivos diferentes e usando as informações que já sabe a seu favor, o que contorna a sensação de repetitividade e faz com que Deathloop não seja um jogo puramente de tentativas. A cada ciclo algo novo é descoberto.

A interface oferece dicas no próprio cenário, que às vezes podem ficar um pouco... agressivas demais

No entanto, há um problema em relação ao salvamento. O progresso é salvo automaticamente, mas só quando Colt deixa um distrito. Então, se o jogo fechar, acontecer uma queda de luz ou um crash por exemplo, todo o progresso feito no local será perdido.

A jogabilidade é o segredo

Apesar de ter uma história instigante, com mistérios e personagens excêntricos, Deathloop é um daqueles jogos que comprovam um velho ditado: “o que vale é a jornada, e não o destino”. E isso é graças à jogabilidade, que é variada, frenética e imensamente divertida.

Deathloop é um FPS com uma movimentação fluida e ritmo acelerado, em que atos aparentemente banais como correr, pular e deslizar são muito prazerosos.

Colt usa armas de fogo e poderes sobrenaturais para lutar, e o jogador precisa montar builds (combinações de equipamentos) para determinadas situações. Por exemplo, terá momentos em que furtividade é o melhor caminho, então usar invisibilidade, arma de pregos e passos silenciosos é a chave. Mas também há momentos em que uma escopeta, dash rápido e porradaria dão melhor conta do recado.

Montar uma combinação de equipamentos e habilidades antes de entrar em um distrito é mais importante do que você imagina

Há tantas armas, poderes e aprimoramentos que faz com que exista muita liberdade para o jogador brincar com as mecânicas, testando várias combinações e deixando as situações de combate diferentes uma das outras.

É possível escolher entre abordagem furtiva ou confronto direto e isso não traz consequências no futuro, ao contrário de outros títulos da Arkane. E acredite: os dois estilos são bem diferentes, mas igualmente divertidos, então é difícil querer usar apenas um deles.

No entanto, a inteligência artificial dos inimigos é simples e até relativamente fraca. Eles sempre repetem os mesmos comportamentos e diálogos, esquecem rápido o jogador depois de avistá-lo, não ouvem companheiros sendo mortos nas proximidades e até ignoram sons de explosão.

A Placa Nexo é uma das mais úteis do game, que faz com que algo que o jogador faça com um NPC (como um tiro na cabeça) aconteça com todos ao redor dele

Estilo em cada canto

Muito do combate é intensificado pela trilha sonora, que dita o ritmo do jogo o tempo inteiro com músicas que apresentam toques de jazz.

A exploração conta com uma trilha mais calma, que ficará agitada se uma luta começar subitamente, só para combinar com a freneticidade da porradaria. É algo que pode passar despercebido, mas diverte e incentiva quem está com as mãos no controle. Tudo isso contribui para um elemento presente em todo canto em Deathloop: estilo!

Da interface aos figurinos dos personagens, a estética do jogo é convidativa e segue uma linha de distopia com elementos retrô dos anos 60, com uma ambientação que reflete justamente essa ideia.

Os cenários são coloridos e destruídos ao mesmo tempo, contando com arcades barulhentos, máquinas excêntricas, computadores velhos e equipamentos abandonados por todo lado. Essa mistura é chamativa e funciona, tornando Blackreef em um lugar com estilo e personalidade.

Ok, talvez algumas partes dos cenários não sejam TÃO convidativas assim...

Esse aspecto ainda é refletido no tom descontraído de Deathloop, que conta com bom humor nos diálogos — e muitas piadas saindo da boca de Colt.

Os mesmos elogios não podem ser dados à dublagem em português brasileiro, no entanto. Com atuações fracas do protagonista e dos Visionários, as vozes oscilam entre entonações ora forçadas demais, ora pouco inspiradas, o que prejudica um pouco a imersão.

Um loop viciante

O ciclo de Deathloop é contagiante. É aquele tipo de experiência em que dá vontade de fazer anotações, quebrar a cabeça com puzzles e pensar em estratégias até quando nem está jogando.

Com sistemas bem pensados, o jogo torna o loop, algo que afasta com facilidade muitos jogadores, em algo convidativo e a seu favor. Existem segredos e detalhes escondidos em todos os lugares de Blackreef e, antes mesmo de perceber, eu já estava iniciando mais um loop depois de finalizar a história por sentir que havia mais a ser descoberto por ali. E realmente havia!

Apesar de não ser o jogo mais complexo da Arkane, definitivamente é o mais diferente e descontraído do estúdio. Cair de cabeça nesse universo é uma experiência maluca, divertida e recompensadora, que torna Deathloop em uma excelente pedida para quem gosta de misturar boas risadas com mistérios, desafios e crises existenciais.


Deathloop será lançado para PC e PlayStation 5 no dia 14 de setembro, sendo exclusivo temporário do console da Sony. Este review foi feito com uma cópia cedida pela Bethesda.

Caso queira ver o jogo em primeira mão, a versão para PlayStation 5 já está disponível em pré-venda para você comprar na Amazon. Se você adquirir o game pelo nosso link, o Jovem Nerd pode receber uma comissão.

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