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José Mojica Marins e a importância do Zé do Caixão para o cinema brasileiro
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José Mojica Marins e a importância do Zé do Caixão para o cinema brasileiro

O icônico personagem se tornou mais do que apenas um coveiro de cartola e unhas compridas

Fernanda Talarico
Fernanda Talarico
19.fev.20 às 18h56
Atualizado há mais de 5 anos
José Mojica Marins e a importância do Zé do Caixão para o cinema brasileiro

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, nasceu no dia 13 de março de 1936. Nem precisa procurar na internet, a gente já te responde: sim, ele nasceu em uma sexta-feira 13.

Mojica foi um grande ator, cineasta e roteirista brasileiro, mas nem sempre foi Zé do Caixão. Ele se apaixonou por cinema ainda criança, quando assistia a filmes dentro da sala de cinema na qual o seu pai trabalhava, na Vila Anastácio, em São Paulo, bairro em que também morava com a família desde os quatro anos de idade. Em Zé do Caixão – Maldito, a biografia, escrita por André Barcinski e Ivan Finotti, é relatado que antes mesmo de aprender a falar, o menino "já sabia xingar a mãe dos outros em seis idiomas diferentes".

De temperamento forte, Mojica Marins começou a filmar aos 12 anos de idade, quando ganhou uma câmera e não parou mais de se dedicar ao cinema.

Em 1958, o cineasta lançou A Sina do Aventureiro, um filme que referencia o gênero de faroeste e o primeiro de sua carreira a dar certo. A produção foi pega pela censura da época, que o proibiu para menores de 18 anos. Esse foi o primeiro longa brasileiro a ser rodado em Cinemascope.

Já o seu icônico personagem foi criado poucos anos depois. Mojica Marins sonhou com uma figura igual a ele, arrastando-o por um cemitério no meio da noite. A cena, que não passou de um pesadelo, o inspirou a criar o coveiro Zé do Caixão, o papel principal de À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de 1963, sua obra de maior sucesso. Em 2015, o filme entrou na lista da Abraccine dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.

Faltava alguém para protagonizar o seu filme, afinal ninguém queria se submeter à transformação necessária para viver o personagem. Assim, Mojica interpretou Zé do Caixão pela primeira e única vez, afinal, nunca mais saiu do personagem.

O longa teve três continuações Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), O Despertar da Besta (1969) e Encarnação do Demônio (2008).

Mojica Marins é conhecido como o "pai do terror brasileiro" devido ao fato da maior parte de sua carreira ter sido dedicada ao gênero no país, mas o cineasta também fez diversos dramas e chanchadas.

O sucesso do Zé do Caixão é internacional e, no exterior, o personagem é conhecido como Coffin Joe. Ele é referência para grandes nomes do cinema, como Tim Burton, que chegou a contar à Folha que "seus filmes ficaram na minha mente, como se fossem pesadelos, mas bons pesadelos", além de se dizer honrado por tê-lo conhecido durante uma passagem pelo Brasil. Outros diretores famosos, como Roman Polanski e Darren Aronof­sky, já revelaram serem grandes fãs do trabalho de José Mojica Marins.

Em 2015, o Zé do Caixão ganhou uma minissérie homônima no canal Space, estrelada por Matheus Nachtergaele, que contava a trajetória de Mojica como cineasta. Ele também foi a inspiração para o personagem José Canjica, da Turma da Mônica.

Zé do Caixão é mais do que apenas um personagem de cartola, roupas pretas e unhas compridas, mesmo tantos anos depois de sua estreia no cinema. Ele é parte da cultura cinematográfica brasileira.

José Mojica Marins morreu na tarde do dia 19 de fevereiro de 2020, aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia. Saiba mais aqui.

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