X-Men ‘97 chegou ao Disney+ para dar sequência à clássica série animada dos mutantes lançada na década de 1990. A continuação já começou trazendo novas histórias, incluindo um gancho surpreendente ao final do segundo episódio, que abriu as portas para a chegada de Madelyne Pryor, uma grande vilã da Marvel, que também é centro de um grande – e confuso – novelão nas HQs.
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Antes de falarmos sobre a personagem e sua curiosa trajetória nos quadrinhos, é preciso falar sobre a conclusão do segundo capítulo de X-Men ‘97, então prossiga tomando cuidado com spoilers.
[A partir daqui, spoilers do segundo episódio de X-Men ‘97]
O segundo episódio de X-Men ‘97 chegou ao fim com o misterioso surgimento de uma segunda Jean Grey na Mansão Xavier. Para velhos leitores, esse gancho surpreendente se tornou uma grande pista de que a produção vai adaptar a saga de Madelyne Pryor.
A personagem surgiu nos quadrinhos de X-Men em 1983 como uma piloto de avião que chocou Scott Summers pelas semelhanças físicas com Jean Grey, que havia falecido após os eventos de A Saga da Fênix Negra. Um choque compartilhado pela própria Madelyne, que chegou a dizer “essa sou eu” ao ver uma foto da falecida esposa do Ciclope.

Esse foi o esquisito início de um romance entre os dois. Um relacionamento que não passou batido pelo vilão Mestre Mental, que se aproveitou dessas similaridades entre Pryor e Grey para fazer com que os heróis mutantes acreditassem que Madelyne era a reencarnação da Fênix Negra. Porém, o plano falha e, ao fim, ela se casa com Scott, com quem tem um filho, o pequeno Christopher (voltaremos a ele em breve).
Nesse período, o casal viveu altos e baixos causados pela vida super-heróica do Ciclope. Porém, o relacionamento entrou em uma crise cada vez maior, que chegou ao auge por um motivo no mínimo inusitado: a Marvel quis Jean Grey de volta.
Em 1986, a editora decidiu reviver a heroína para reunir os membros originais dos X-Men – Fera, Homem de Gelo, Anjo, Jean Grey e Ciclope – em uma nova equipe, chamada X-Factor. Essa decisão impactou diretamente o casamento de Scott Summers, que simplesmente abandonou Madelyne e o filho para fazer parte do time e estar perto de Jean novamente.
Todo esse enredo, digno de uma boa novela das oito, se tornou o início de uma longa história que se tornou responsável por elevar Madelyne Pryor a um novo patamar: o de vilã.

Madelyne Pryor: de clone a Rainha dos Duendes
Para lidar com o retorno de Jean Grey e a consequente ruína da relação entre Scott Summers e Madelyne Pryor, o escritor Chris Claremont precisou colocar ordem na casa. A saída encontrada por ele foi um bom e velho retcon (ou continuidade retroativa, quando se alteram fatos estabelecidos anteriormente em uma história).
Com isso, foi revelado que, na verdade, Madelyne Pryor era uma clone de Jean Grey criada pelo Senhor Sinistro. O vilão usou material genético da garota original para criar sua própria versão, que ganhou vida na noite em que a Fênix morreu. Como se não bastasse, ele ainda mexeu os pauzinhos para que os caminhos da jovem e de Scott se cruzassem para que tivessem Christopher, um filho mutante que poderia se tornar uma arma poderosa.

Essa revelação, que mudou tudo o que se sabia a respeito da personagem desde sua criação, aconteceu em meio à saga Inferno. Focada nos X-Men, a história envolveu diferentes HQs da Marvel – como Vingadores, Quarteto Fantástico e até o Demolidor – e tinha ao centro a transformação de Madelyne Pryor em uma força maligna.
Ao descobrir que Scott e Jean estavam juntos no X-Factor, ela recebeu o contato de um demônio que se aproveitou dos sentimentos negativos da jovem para tentá-la. No fim das contas, um pacto é feito e ela ajuda demônios do Limbo a criarem uma ligação com a Terra em troca de poderes e das localizações dos Carrascos (que haviam tentado matá-la) e de seu filho.
Nesse ponto, a clone passa a se chamar de Rainha dos Duendes e comanda o ataque dos demônios a Nova York. Nesse momento, ela se reencontra com Scott, dando início ao clímax de Inferno e do relacionamento entre os dois. Rebatizando o filho do casal como Nathan em homenagem ao garoto que fazia bullying com Summers no orfanato, ela coloca os X-Men contra o X-Factor em uma enorme batalha que chegou ao fim com sua morte após um duelo psíquico com Jean Grey.

Por ironia do destino, assim como a versão original, Madelyne Pryor também voltaria à vida no futuro, mas isso é uma história para outra hora. Por outro lado, vale citar que o filho dela com Scott, o pequeno Nathan, é ninguém menos que Cable.
Ainda não se sabe como X-Men ‘97 vai adaptar toda essa história, já que a animação é bem diferente das HQs. Porém, a chegada de Madelyne Pryor à série do Disney+ fecha um ciclo curioso, pois a primeira HQ dos mutantes após o fim de Inferno foi a origem da mutante Jubileu, adaptada no primeiríssimo episódio da série animada dos X-Men na década de 1990.
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X-Men '97 está disponível no Disney+. A série ganha novos episódios às quartas-feiras.