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Ruptura volta ao expediente em 2ª temporada sombria e ainda mais surreal
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Ruptura volta ao expediente em 2ª temporada sombria e ainda mais surreal

Série da Apple TV+ encerra jejum de três anos mantendo a qualidade como prioridade

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
17.jan.25 às 10h00
Atualizado há 5 meses
Ruptura volta ao expediente em 2ª temporada sombria e ainda mais surreal
(Apple TV+/Divulgação)

O caro leitor certamente já se acostumou com longas esperas pelo retorno das séries favoritas, já que intervalos de pelo menos dois anos se tornaram o novo normal nas maiores produções da telinha. Com Ruptura, sucesso da Apple TV+ em 2022, não foi diferente, mas com alguns percalços a mais.

Primeiro, a série parou as gravações da segunda temporada bem no meio da greve de roteiristas e atores que estremeceu Hollywood em 2023. Segundo, desentendimentos e intrigas de bastidores sugeriam algumas mudanças drásticas nos novos episódios, e talvez não para melhor (leia aqui). Tudo isso além, claro, do peso de suceder o primeiro ano praticamente impecável, que alçou a série ao panteão das produções mais elogiadas dos últimos tempos.

A boa notícia é que nunca foi tão bom voltar ao expediente, porque após três longos anos, retornamos às baias e corredores da Lumon com uma leva de capítulos tão boa quanto a primeira, e em partes, até melhor.

De volta ao batente

Cena de Adam Scott e Britt Lower em Ruptura Segunda temporada traz novos mistérios na Lumon. (Apple TV+/Divulgação)

A segunda temporada chega à Apple TV+ nesta sexta-feira (17), com uma abertura que parece restabelecer o estado das coisas. Depois do potente gancho do finale anterior, Mark (Adam Scott) e os espectadores retornam ao trabalho para mais algumas doses de suspense, mistério e surrealismo.

O NerdBunker teve acesso antecipado aos seis primeiros episódios da nova temporada. Sem spoilers, garantimos que os capítulos inéditos oferecem um pouco de tudo o que se esperava do novo ano, e ainda além.

O episódio de estreia funciona bem como uma espécie de reapresentação do universo da série, pelo visto ciente de que por melhor que a temporada anterior seja, não há memória que guarde tanta coisa depois de três anos.

Isso não significa que Ruptura escolheu jogar no seguro, já que, apesar da familiaridade, a trama prolonga mistérios apresentados no ano anterior, enquanto cria novos imbróglios de dar um nó na cabeça até do espectador mais sagaz.

Os frios, estéreis e labirínticos corredores e escritórios da firma fictícia seguem como um grande destaque, mérito não só da bela direção de arte, como também do time de diretores liderado por Ben Stiller (aquele mesmo), que mais uma vez conduzem um espetáculo à parte com os ângulos claustrofóbicos e a construção sempre desconfortante das sequências na Lumon.

Cena da segunda temporada de Ruptura Mark e companhia voltam ao escritório no novo ano. (Apple TV+/Divulgação)

O cenário é o playground para que o elenco, especialmente o quarteto Adam Scott, Britt Lower, Zach Cherry e John Turturro, continue a forte química estabelecida na temporada anterior.

Se antes Scott, conhecido principalmente por papéis de comédia, já brilhava trazendo uma fragilidade na inércia de seu Mark, os novos episódios expandem o universo de Ruptura ao explorar mais das vidas e possibilidades dos personagens e, consequentemente, dos atores.

A vida aqui fora

Ao longo dos novos episódios, acompanhamos mais das vidas dos “externos” do lado de fora da empresa. Ruptura aborda ainda mais a noção do que seria ter literalmente duas pessoas “diferentes” num mesmo corpo, e o que faz de você, bem… você.

Tal mudança vem com uma abordagem maior em cenas do lado de fora da empresa, e um foco nas vidas do restante da equipe de Mark, após os pequenos vislumbres durante a primeira temporada.

Como citado, este também é o pano de fundo para que Ruptura responda alguns dos mistérios levantados anteriormente, ainda que as respostas sejam desafiadoras. Mas convenhamos, você com certeza não se encantou pela série buscando saídas fáceis.

Nova temporada expande aspectos "externos" da série. (Apple TV+/Divulgação)

Entre mistérios e até sequências que não fariam feio numa produção de terror, a segunda temporada encontra espaço também para mergulhar em seu lado mais surreal e até cômico, se pudermos considerar um riso, ainda que de desespero, algo de comédia.

Isso porque, mesmo extrapolando situações a um nível de distopia, Ruptura segue assustadoramente próxima da cultura positivista de grandes corporações, onde o “capital humano” é valorizado… até o momento em que não é mais.

Com um escopo maior, a consciência da pressão do sucesso, mas o mesmo esmero enorme empregado no que fez a série ser um dos grandes destaques recentes do streaming, Ruptura dá mais um passo na direção da grandeza. E que venham mais expedientes!

Ruptura vai ao ar às sextas, pela Apple TV+. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades. Aproveite e conheça todas as redes sociais da gente, entre em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.

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