Estivemos no set de Riverdale em Vancouver, no Canadá, a convite da Warner para conhecer um pouco dos bastidores da série e conversar com o elenco.
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Durante a mesa redonda com Lily Reinhart, a Betty Cooper da série, pudemos entender que a personagem interpretada por ela não é apenas uma garota sonhadora e ao longo dos episódios vamos entender mais dos demônios que ela está enfrentando e como a amizade com Verônica é, de certa maneira, mais forte que nos quadrinhos e um apoio importante para que Betty aprenda a lidar com suas inseguranças e depressão.
Como é a sua versão da Betty Cooper?
LR: Ela é uma garota de vizinhança doce e gentil, mas ela também está lidando com muitos demônios pessoais. Ela tem uma pressão enorme sobre si para ser a filha perfeita, porque a irmã dela está longe de casa por conta de uma crise mental, então os pais dela colocam muita pressão para que ela seja perfeita e honre essas expectativas.
E ela começa a quebrar, você percebe isso ao longo da temporada. Então ela não é só a menina doce e gentil, ela tem muito mais profundidade do que isso.
Nós vimos o universo de adolescentes na escola tantas vezes, os atletas, as líderes de torcida. O que Riverdale traz de novo para isso?
LR: Eu entendo o que você quer dizer, as líderes de torcida, os atletas, o garoto que é meio deslocado e fica no próprio mundo, mas na nossa série nós apresentamos esses estereótipos, mas quando os episódios vão passando você percebe que eles não são o que parecem, a garota rica, Veronica, tem tudo mas é incrivelmente vulnerável e passando por problemas familiares. Betty é feliz por fora e é gentil, mas que está machucada por dentro e lidando com problemas pessoais. Archie, o atleta, sofrendo com ter de escolher o que quer fazer o resto da vida. Temos os estereótipos, mas os personagens são mais do que isso, são mais profundos do que isso.
Betty é uma personagem tão icônica, você pode nos contar um pouco sobre o processo de testes de elenco?
Lily Reinhart: O processo de testes foi longo e difícil, eu fiz o teste em novembro de 2015 e me recusaram num primeiro momento, não gostaram da minha atuação. E eu voltei em janeiro de 2016, porque eles ainda não tinham escolhido uma Betty e eu acho que nesses meses que se passaram eu consegui atingir uma nova interpretação dela e eles gostaram, graças a Deus, e me ligaram e eu voltei para fazer testes para o canal e para o estúdio e aí finalmente consegui o papel.
No piloto vemos que ela está sofrendo muito, machucando a si mesma. Isso será explorado no resto da temporada? Qual é a mensagem que isso transmite para as jovens que estão passando por isso?
LR: Eu acho que definitivamente vamos trazer consciência sobre o quanto de pressão que adolescentes enfrentam hoje em dia, para saber o que você quer fazer e vai fazer o resto da vida, tendo tudo planejado imediatamente. Eu acho que isso é um problema que temos com a conscientização de problemas mentais, temos essa ideia de que você não pode mostrar que está sofrendo e tem de internalizar tudo, e Betty faz exatamente isso, ela se machuca porque ela acredita que não pode ter ajuda, então ela busca uma maneira de lidar. Então teremos essas questões mentais sendo exploradas durante a temporada, ela descobrindo que pode ter ajuda.
Eu sou uma defensora da conscientização de transtornos mentais, eu sofri com depressão e ansiedade. Eu acho que isso é o que amo em Betty, eu posso me relacionar com ela e contarmos essa história junta.
Hoje em dia, temos muitos ícones pop falando abertamente sobre questões mentais. Temos Demi Lovato e agora Selena Gomez, qual é a importância dessa abertura? Quando você era adolescente, tinha alguém que te inspirava nesse quesito?
LR: Eu acho que é definitivamente importante e ajuda muito que pessoas como Demi Lovato e Selena Gomez se abriram e contaram que elas sofrem de depressão, porque isso mostra para os fãs que estão lidando com as mesmas coisas que eles não estão sozinhos. Mostra a eles que você pode ter tudo, dinheiro, fama, sucesso mas isso ainda é um problema mental. Temos de lidar com problemas mentais do mesmo jeito que lidamos com problemas físicos e que não podemos controlar, e temos de lidar com isso de alguma forma. Quando eu era adolescente, eu me inspirei muito em Demi Lovato e me identifiquei com a história dela de ir para a reabilitação e como ela era ativa e como conseguiu superar tudo aquilo. Não a conheço pessoalmente, mas a admiro.
Algumas reportagens falam que Riverdale lembra Twin Peaks e Gossip Girl. Essas séries foram referência para você?
LR: Sim, eles nos entregaram essas referências. Gossip Girl foi uma grande referência, porque foi um grande destaque do canal em termos de mostrar adolescentes e suas vidas e isso acontece em Riverdale, esses jovens lidando com relacionamentos pela primeira vez. Mas também é muito sombrio, com romances acontecendo. E Twin Peaks também, porque é uma cidade pacata e aparentemente perfeita onde um assassinato acontece e abala as estruturas. Então isso é uma homenagem a Twin Peaks.
A série vai usar os personagens da Turma do Archie, mas vai se passar no nosso presente e explorar uma versão diferente do triângulo amoroso de Archie, Betty e Verônica, aproveitando também o surrealismo da vida em uma cidade pequena e dos segredos sombrios que se escondem embaixo de uma cidadezinha aparentemente perfeita.
Riverdale estreou em 26 de janeiro de 2017 nos Estados Unidos. No Brasil, o primeiro episódio será exibido dia 13 de fevereiro, às 21h40 (do horário de Brasília), no Warner Channel.