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Netflix Labs | Marvel, Narcos, Lava Jato e conteúdo pensado de maneira global
Séries, TV e Streaming

Netflix Labs | Marvel, Narcos, Lava Jato e conteúdo pensado de maneira global

O serviço de streaming pode arriscar mais por ser um serviço Global

Marina Val
Marina Val
21.mar.17 às 18h12
Atualizado há mais de 8 anos
Netflix Labs | Marvel, Narcos, Lava Jato e conteúdo pensado de maneira global

Nos dias 15 e 16 de março, participamos do Netflix Labs, um evento que aconteceu nas cidades de San Francisco e Los Gatos, na Califórnia, que permitiu conhecer mais sobre os bastidores do serviço de streaming.

Durante um dos painéis, que aconteceu na própria sede da Netflix, pudemos participar junto com jornalistas do mundo inteiro de uma sessão de perguntas e respostas com Cindy Holland (vice presidente de séries originais na Netflix), Karim Zreik (senior vice presidente de séries originais na Marvel) e Manuel Billeter (diretor de fotografia de Jessica Jones, Demolidor e Punho de Ferro).

O trio falou mais sobre conteúdo pensado de maneira globais, riscos criativos tomados pela empresa, a parceria Marvel e Netflix e sobre algumas séries originais, como Narcos e a nova série de Jose Padilha sobre a operação Lava Jato.


Sobre a série da Operação Lava Jato, o que você está planejando para isso? E não é difícil ou meio arriscado fazer uma série antes de o julgamento do caso ser concluído?

Cindy Holland: Bem, nós estamos no processo de criar isso com Jose Padilha, que criou Narcos para nós. Então nós temos um longo relacionamento de trabalho com ele. Eu não posso falar dos detalhes como como tudo está indo, e obviamente ninguém sabe exatamente qual será o desfecho [do caso na vida real], mas José tem o próprio começo e fim para essa história em particular.

O Netflix se tornar global mudou a maneira com a qual você aprova as séries? Você pensa em uma audiência global mais quando se trata de histórias contadas em várias línguas, por exemplo, em Narcos?

Cindy Holland: Eu não acho que pensamos nas séries de maneira muito diferente. Eu acho que isso na verdade abre as portas para muito mais criatividade. Então, o exemplo de Narcos, isso surgiu depois de House of Cards, um dos projetos que nós encomendamos. Ela só demorou mais para ser feita, e para chegar nos nossos membros, do que outras coisas que encomendamos. Nós tínhamos um interesse nisso desde o começo, e José Padilha veio até nós, ele é brasileiro, e disse que queria pegar a maior estrela brasileira, Wagner Moura, e queria fazer essa série chamada Narcos. E ele queria que fosse metade em espanhol e metade em inglês, da maneira que os personagens falariam naturalmente.

E se você pensar sobre isso, se tivesse sido uma rede de TV americana, eles teriam dito que ele estava louco e o mandariam para casa. Mas como nós já estávamos operando na América Latina, nós tínhamos acabado de lançar, e nós queríamos ser um serviço global, isso nos permitiu assumir esse tipo de risco, e fazer algo diferente. E isso foi abraçado por membros do mundo inteiro.

Cindy Holland: E Sense8 sempre foi organicamente uma história global, então isso certamente foi um fator que influenciou na decisão. Mas eu fui primariamente motivada pela oportunidade de trabalhar com as irmãs Wachowski, e nós ficamos realmente empolgados com a história que elas queriam contar.

Wagner-Moura-narcos

É sempre mais fácil trazer estrelas de Hollywood americanas para mercados internacionais. Ao trabalhar com as séries e filmes locais, existe uma barreira a mais para levar para mercados internacionais. Então ao selecionar com quem trabalhar em mercados locais, o que vocês buscam?

Cindy Holland: Nós realmente acreditamos que podemos quebrar essas barreiras. Então, existem barreiras histórias de distribuição fora de regiões em particular. Mas eu descobri na minha carreira que muito disso são mais mitos do que profecias, pois existe essa noção de que pessoas nos Estados Unidos não assistem a programas coreanos, por exemplo, quando você sabe que tem uma enorme audiência.

E o poder da Netflix é que nós podemos encontrar membros que apreciam qualquer tipo de conteúdo, em qualquer lugar que eles estão no mundo. Nós não ficamos presos a geografia. Nós só estamos interessados nas preferências dos nossos membros. Então é muito mais fácil para nós, e você sabe, nós podemos trazer o melhor drama escandinavo, drama coreano, ou séries brasileiras, que historicamente não eram assistidas fora do Brasil. E isso é algo que nós estamos muito empolgados.

Marvel obviamente está trabalhando com muitas redes e estúdios em vários pontos do seu portfólio. Qual a diferença entre trabalhar com a Netflix, comparando com outros estúdios, em plataformas mais tradicionais?

Karim Zreik: O que nós realizamos com nossos parceiros na Netflix é que a maneira que podemos contar histórias, 13 episódios, funciona como um filme de 13 horas. Não há intervalos comerciais. E se você pensar sobre isso, meio que lembra a maneira que você lê um quadrinho, a meio que segue uma história com um vilão até o fim, e quando acaba, você meio que deixa de lado e passa para o próximo personagem ou personagens. A segunda temporada de uma história não precisa sempre conectar com o que fizemos na primeira temporada. Então é meio como pegar um quadrinho e achar uma nova edição daquela história. Então, nós tivemos muita sorte, com a Netflix, de poder contar nossas histórias dessa maneira. Eu acho que funcionou muito bem para nós, especialmente esses quatro personagens que nós decidimos contar as histórias.

Eles são um pouco mais sombrios e problemáticos, o que é divertido de explorar, especialmente com os nossos roteiristas. Mas tem uma certa profundidade nisso, que você pode aproveitar. Mas esses são os aspectos que são mais divertidos. Eu acho que eles nos permitiram uma liberdade criativa para contar as histórias da Marvel e permanecer fiel a elas, então está sendo libertador nesse aspecto.

The-Defenders-2

Eu gostaria de saber como é o processo criativo entre Netflix e Marvel e como ele se conecta com o universo cinematográfico.

Karim Zreik: O universo cinematográfico da Marvel é diferente do universo da televisão. Um nunca vai interferir no outro. E eu acho simplesmente mais fácil, controlando a propriedade intelectual. Eles tem os personagens deles e nós temos os nossos. Mas nós começamos neste projeto, há três anos e meio, na qual a Marvel abordou Cindy e a equipe dela e disse, nós temos essa ideia, são quatro personagens, nós vamos contar a história deles, e então nós vamos levá-los para os Defensores, e nós veremos como os mundos se conectam. Então nós tivemos um bom começo de quem eram esses personagens, as histórias que queríamos contar, e como eles eventualmente acabariam no mundo dos Defensores. E eles foram realmente ótimos para nós, e as vezes nós entramos muito em uma ideia e eles conseguem dizer, isso parece ótimo, vamos focar mais nisso.

A chave aqui é que essas séries são mais pé no chão. Eu acho que todos concordamos que vamos começar essa parceria juntos, vamos manter essas séries com o pé no chão. Vamos mostrar a Marvel por uma perspectiva que não foi mostrada antes. Você vai ver muitos personagens de vão passar pelas séries, como a personagem de Rosario Dawson. Esse tipo de coisa já estava combinada quando nós aceitamos fazer isso.

Cindy Holland: Eu acho que para mim, pessoalmente, uma das coisas que eu achei que foi muito empolgante além de construir esse universo foi a chance de criar programas de super-heróis para pessoas que não eram fãs de super-heróis e programas de super-heróis. Então minha medida pessoal para o sucesso é se nós fomos capazes de ampliar a audiência, para as séries, ou para cada um desses personagens, além da audiência tradicional de super-heróis e quadrinhos. E nós tivemos sucesso até agora, com cada um dos programas que nós lançamos com a Marvel. E eu estou realmente orgulhosa do trabalho que eles fizeram para alcançar esse objetivo.

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