Cuidado, spoilers de Game of Thrones abaixo!
Após sete intensos episódios, a sexta temporada de Game of Thrones encontra em "No One" uma freada brusca e que poderia ter sido positiva para a trama se não fosse executada de forma irregular.
Montagem
Talvez o que mais incomoda nesse oitavo capítulo do ano seis seja a montagem. Fica a sensação de que D.B. Weiss e David Benioff esqueceram de contar alguma coisa e então precisam retornar a ela minutos depois. Isso fica claro com todo o arco de Jaime (Nikolaj Coster-Waldau), Brienne (Gwendoline Christie) e o Peixe Negro (Clive Russell), que vai e volta durante o episódio sem montar uma estrutura muito coesa para a trama.
Grandiosidade
Outro problema de "No One" é a tentativa de ser grandioso em um ponto da narrativa que não pede nenhum tipo de megalomania. Um desses exemplos é a cena de perseguição entre Arya (Maisie Williams) e Waif (Faye Marsay), que, apesar de divertida, acaba destoando do resto do capítulo.
A chegada de Daenerys (Emilia Clarke) em Meereen também se torna um uso desnecessário do orçamento do episódio e uma solução narrativa preguiçosa para a crise que assolava a região. Daqui pra frente, qualquer solução dramática perderá sua força sensorial.
Preparação
O ponto positivo do episódio é a preparação para o fim da temporada que se aproxima. A Batalha dos Bastardos promete direcionar o destino do Norte nas próximas temporadas (que devem contar com menos episódios do que os dez usuais). Fica também a curiosidade para saber o destino de Arya e se Daenerys terá seu lugar no Trono de Ferro de Westeros.
Divertido se assistido com núcleos isolados, "No One" freia a narrativa e tenta lembrar o espectador que nem sempre a ação é a melhor saída. Talvez o episódio poderia lembrar sua equipe de produção que irregularidade desconexa também não.
A sexta temporada de Game of Thrones é exibida na HBO, todos os domingos, às 22h.