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Doom Patrol usa Sandman para estabelecer a série derivada dos Dead Boys Detectives
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Doom Patrol usa Sandman para estabelecer a série derivada dos Dead Boys Detectives

Nova temporada da série da Patrulha do Destino já está disponível no HBO Max

Gabriel Avila
Gabriel Avila
24.set.21 às 16h18
Atualizado há mais de 3 anos
Doom Patrol usa Sandman para estabelecer a série derivada dos Dead Boys Detectives

Antes mesmo de chegar ao HBO Max, a terceira temporada de Doom Patrol deixou os fãs da DC cheios de expectativas com o anúncio de que ela apresentaria os Dead Boy Detectives, queridos personagens criados nas HQs de Sandman. Essa ansiedade ficou ainda maior com o anúncio de que o streaming está interessado em dar uma série própria a eles.

Para a alegria do público, a dupla aparece já no terceiro episódio do novo ano de Doom Patrol, adicionado ao catálogo do streaming na última quinta-feira (23). Grande destaque do capítulo, eles são incorporados às bizarras aventuras da Patrulha do Destino com um pézinho em Sandman que agrada os fãs dos quadrinhos enquanto estabelece as próximas aventuras dos detetives fantasma mirins nas telinhas.

[A partir daqui spoilers dos três primeiros episódios da terceira temporada de Doom Patrol]

Antes de falar sobre a versão live-action dos Dead Boys Detectives — chamados de Agência dos Garotos Detetives Mortos na série —, é interessante lembrar a origem dos personagens nos quadrinhos. Os tais detetives são os garotos Charles Rowland e Edwin Paine, criados por Neil Gaiman na edição 25 da clássica HQ de Sandman.

A história apresenta Edwin como o fantasma de um garoto assassinado aos 14 anos em um internato. Enviado para o inferno, o jovem passa 75 anos por lá até escapar e retornar ao colégio em que foi morto. Lá ele conhece Charles, único estudante vivo que permaneceu no local durante as festas de final de ano. Vítima de bullying violento por parte de um grupo de colegas mortos, o jovem acaba falecendo. Porém, quando a Morte aparece para buscá-lo, ele se recusa a ir por querer ficar na Terra para viver aventuras ao lado de Edwin. Com a permissão da Perpétua, eles deixam o internato em busca de aventuras.

A dupla só se tornaria uma “agência de detetives” anos depois na história A Cruzada das Crianças. Também escrito por Neil Gaiman, o primeiro capítulo do crossover que envolveu vários títulos da linha Vertigo apresentou a dupla como detetives que usam disfarces para enganar a Morte, que havia prometido buscá-los um dia. Nesta HQ, eles são contratados pela jovem Avril Mitchell para encontrar o irmão Oliver, garoto que desapareceu junto com todas as crianças da cidade de Flaxdown.

Esse foi o início da carreira de detetives da dupla, que dura até hoje nas HQs. O quadrinho mais recente dos Dead Boy Detectives foi lançado em 2014 e apresentou Crystal Palace, uma jovem que é salva pela dupla e passa a ajudá-los a resolver mistérios. Sete anos depois, o trio ganhou a primeira versão live-action em Doom Patrol.

Na série, os detetives paranormais são contratados por Dorothy e Homem Negativo após o restante da Patrulha do Destino ser assassinada. Para ajudar os amigos presos no limbo, eles chamam o trio, composto pelos fantasmas Charles Rowland (Sebastian Croft) e Edwin Paine (Ty Tennant), e a médium viva Crystal Palace (Madalyn Horcher).

Da mesma forma como própria a Patrulha do Destino foi apresentada em Titãs, aqui os Dead Boy Detectives são incorporados à trama principal. Toda a jornada do trio no episódio é focada em trazer Homem-Robô, Mulher-Elástica, Crazy Jane e Ciborgue de volta à vida. Mas o roteiro é esperto e aproveita a oportunidade para apresentar o trio ao público antes de dar uma série solo a eles.

Doom Patrol estabelece o trio com origens muito próximas das HQs. Informações como Edwin ter passado décadas vagando no pós-vida ou Charles ser vítima de bullying são incorporados à trama, que também usa de flashbacks para deixar ganchos sobre o período em que o jovem loiro passou no inferno.

Já Crystal ganha uma nova origem na série. Neste universo, ela foi possuída por um demônio por quase um ano, período em que fez coisas horríveis, e só se libertou com a ajuda de Charles e Edwin. Como a entidade roubou suas memórias ao ser exorcizada, ela vaga com a dupla em busca do demônio para se vingar e poder se lembrar da própria família.

Isso tudo é muito legal e empolgante, mas a ligação com os quadrinhos que mais deixa os fãs felizes é, sem dúvidas, a citação à Morte. Na série, eles estabelecem que ela está atrás da dupla, que tem sentimentos diferentes quanto a ela. Enquanto Edwin nutre medo e até respeito, Charles a considera “muito legal e a maior gata”.

Por mais óbvia que pareça, já que é exatamente o que acontece nas HQs, essa referência cria uma ligação com Sandman que poderia simplesmente não existir. Isso porque os direitos de adaptação da obra estão com a Netflix, que atualmente está desenvolvendo uma série live-action. Então o fato de que a Morte existe nesse universo — e a possibilidade de que ela apareça na série dos detetives — demonstra o comprometimento dos criadores com a obra original e abre as portas para que a obra-prima de Neil Gaiman não fique restrita apenas a um streaming.

Com um roteiro esperto e atuações cativantes, os Dead Boy Detectives chegaram aos live-actions em grande estilo. Misturando suspense e bom humor com o bônus de estar inserida no Universo DC, a série solo do trio tem tudo para se tornar o novo queridinho do público de séries de mistério sobrenatural. Vida longa aos Garotos Detetives Mortos.

A terceira temporada de Doom Patrol estreou no HBO Max. A série ganhará novos episódios às quintas-feiras.

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