Verdade seja dita, a ideia de começar a assistir a Doctor Who é bastante assustadora. Mesmo que você ignore as décadas da série original na telinha, ainda terá nada menos que 13 temporadas da versão moderna para assistir, com toda uma mitologia envolvendo guerras espaciais, viagens no tempo e seis versões diferentes do personagem titular. Mas toda aventura começa em algum lugar, certo? E, às vezes, requer um salto de fé.
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Pois a oportunidade perfeita chega com a estreia dos novos episódios, por dois motivos. Para começar, esta é a primeira temporada exibida mundialmente pelo Disney+. Além de facilitar bastante o acesso aos espectadores brasileiros, acostumados com exibições errantes ao longo dos anos, a casa nova fornece uma espécie de recomeço, sem esquecer tudo o que veio antes. Não à toa, o próprio streaming trata os episódios como uma "temporada um".
E segundo, porque temos um novo Doutor para acompanhar, reunindo o que há de melhor no personagem, com um estilo único. Trata-se de Ncuti Gatwa, famoso pela série Sex Education. Apresentado no especial de Natal "A Igreja na Rua Ruby", em dezembro passado, o astro assume pra valer a série a partir dessa temporada, e pode ser o Doutor perfeito para os novatos.
O NerdBunker conferiu os dois primeiros episódios da nova série, que chegam ao Disney+ no dia 10, e o que vimos é uma reimaginação bastante divertida, que não subestima os Whovians de longa data, mas se preocupa em trazer mais fãs a bordo.
Tudo, claro, mérito da performance de Gatwa, solto como uma versão bastante estilosa e sagaz do Doutor. O carisma magnético do ator convence até o mais reticente espectador, com o brilho infantil (mas não inocente) no olhar visto nas melhores versões do personagem, de David Tennant a Peter Capaldi.

Desta vez, o Senhor do Tempo é acompanhado pela jovem Ruby Sunday (Millie Gibson). Mergulhando nas loucuras do espaço-tempo com o protagonista, a personagem cativa não só pela presença, mas também como uma representação dos fãs no novo universo. É por meio dela, por exemplo, que aprendemos conceitos importantes da mitologia do Doutor, sem que nada soe didático ou condescendente.
Em “Space Babies”, Ruby e o Doutor se veem numa estação espacial futurista controlada por bebês. Já “The Devil’s Chord” põe a dupla em um passado distópico, onde a paixão pela música foi tomada da raça humana.
Os dois episódios trazem o misto de ficção científica absurda (não tem melhor maneira de descrever) e a mais pura diversão. Afinal, apesar de todos os paradoxos e ameaças, viajar pelo tempo e espaço é uma baita farra.
Sem se levar a sério, e com o charme único que a destacou ao longo de 60 anos, Doctor Who entra em uma nova fase com bastante potencial. Não apenas com toda a bufunfa da Disney para levar ainda mais loucuras à tela, mas também com uma equipe criativa que aposta nas grandes forças da série em fábulas para novatos e convertidos.
Doctor Who estreia na sexta (10), a partir das 20h, pelo Disney+. Os episódios inéditos chegam ao streaming em lançamento semanal.
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