Arcane: Elenco e roteirista falam de finais tristes, cantoria e legado da série

Boa parte dos nerds certamente está acostumada a esperar LONGOS períodos pelo retorno de séries queridas. Mas ainda que os hiatos cada vez maiores sejam o “novo normal”, é sempre um risco deixar esfriar a fagulha de empolgação do público, ainda mais com um projeto de sucesso tão arrebatador quanto inesperado como Arcane.

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Com a segunda e última temporada no ar após uma espera de três anos, a trama da Netflix e Riot Games provou que está mais viva do que nunca, e para quem duvidar, basta ver a enxurrada de memes, spoilers e torcidas de casal que dominaram as redes sociais nas semanas de exibição dos capítulos inéditos.

A força do projeto e a recepção calorosa tanto dos veteranos de League of Legends, game que baseia a série, quanto os novatos do streaming, são celebradas por Amanda Overton, roteirista e produtora da série, que conversou com o NerdBunker durante a vinda ao Brasil para a CCXP 2024.

“Acredito que o público se conectou bastante com os personagens. Uma história não se destaca desse jeito sem histórias que lidam com o que as pessoas sentem. Mesmo num mundo mágico, fantástico e cheio de ação, buscamos retratar personagens movidos por temas como família, esperança, amor, coisas que lidamos todos os dias.”

Ekko e Powder em outra vida

Por falar em personagens, um dos grandes destaques da segunda temporada foi, sem dúvidas, a jornada do jovem guerreiro Ekko (Reed Shannon). Se o papel do personagem no empolgante conflito no coração de Piltover já seria o suficiente para prender a atenção e disparar a frequência cardíaca, Arcane ainda usou Ekko para apresentar um dos capítulos mais comoventes da segunda temporada com “Fingir Que é a Primeira Vez”.

O sétimo episódio pisa o freio na ação e joga Ekko numa realidade paralela onde a Hextec, fonte de muitas maravilhas e mazelas do mundo de Arcane, nunca foi inventada. Por consequência, o personagem leva uma vida completamente diferente da “original”, com direito até a um romance com Powder (Ella Purnell), também distante da vida trágica e explosiva como a Jinx do mundo original.

Com grande franqueza, Shannon, que também veio na comitiva da Riot ao Brasil, junto de Amanda Overton e do colega de elenco Mick Wingert (voz do Heimerdinger), recusa-se a ver o desfecho do personagem como um “final triste”, ainda que Ekko tenha sacrificado a vida num lugar melhor para retornar a seus amigos e familiares na tentativa de impedir a aniquilação de Piltover.

“Fico um pouco dividido quando dizem que o final de Ekko é triste. Acredito que ele sempre terá a memória do que viu e viveu em outro universo. Ele decidiu voltar porque respeita o que seu outro eu construiu naquele mundo, o amor de Powder por ele… Na primeira temporada, era difícil enxergar o mundo em que ele vive daquela forma, porque é uma cidade dominada por criminosos e desigualdade. Mas, para mim, trata-se de Ekko entender que ele mesmo pode construir o que procura.”

Antes que os fãs oficiais do casal Ekko e Powder (os “TimeBombs”) se animem, tanto Reed Shannon quanto Amanda Overton deixam bem claro que, ao contrário do que se especula pela internet, não há cenas cortadas do casal, e o pouco que vemos dos dois é justamente o que torna o sétimo episódio tão especial.

“Os melhores roteiristas sempre te deixam querendo mais. E aí você pode completar a história na sua cabeça. É gostoso de se imaginar”, diz Amanda, ao que Shannon completa, aos risos: “Não tem diálogos escondidos! Não tem um ‘TimeBomb Cut’!.”

A balada de Heimerdinger

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Além de romance, dor e ação, a segunda temporada trouxe um lado divertido até de Heimerdinger, o sábio professor de Piltover que, quem diria, possui grandes dotes musicais.

E é claro que não deixaríamos de abordar a cena em questão com Mick Wingert, que se diverte ao relembrar como acabou soltando a voz na nova temporada:

“Os produtores me perguntaram muito seriamente: ‘Você canta?’ E eu, mesmo sem saber de nada, respondi: ‘é claro!’. Eu realmente tinha experiência com canto, mas só com programas de TV para crianças, com musiquinhas bem fáceis e educativas. De repente, recebo a demo, e é uma música fantástica, uma balada de violão ao estilo Bob Dylan! [risos] Foi uma das melhores coisas que já fiz, mas também uma das mais difíceis.”

Com o carinho, diversão e o saudável nível de preciosismo com que os envolvidos se expressam sobre Arcane, o futuro parece promissor para as bandeiras de League of Legends na telinha. Que venham, então, as próximas aventuras!

Todos os episódios de Arcane estão em streaming na Netflix. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades. Aproveite e conheça todas as redes sociais da gente, entre em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.