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Sons of the Forest é um promissor pesadelo canibal
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Sons of the Forest é um promissor pesadelo canibal

Ainda em acesso antecipado, game de sobrevivência impressiona com jogabilidade robusta

Arthur Eloi
Arthur Eloi
27.fev.23 às 17h46
Atualizado há cerca de 2 anos
Sons of the Forest é um promissor pesadelo canibal
Sons of the Forest/Divulgação

Ao som de sintetizadores intensos, um helicóptero sobrevoa o mar e logo avista uma ilha. Dentro, um grupo de agentes se prepara para uma missão de resgate: localizar uma poderosa família que desapareceu no local. De repente o veículo é abatido dos ares, e apenas dois dos tripulantes sobrevivem à queda. Na natureza selvagem, eles terão de descobrir como sobreviver - e não demora muito para perceberem que não estão sozinhos nesta ilha tomada por canibais.

A sinopse poderia ser a premissa de um terror italiano de algum diretor como Lucio Fulci ou Ruggero Deodato, mas se trata dos primeiros minutos de Sons of the Forest, game de sobrevivência da Endnight que já é um dos maiores lançamentos do ano tanto no Steam, quanto na Twitch.

O Nerdbunker jogou algumas horas da sequência de The Forest, que saiu em acesso antecipado no PC. A versão atual ainda é básica, sem tanto conteúdo ou uma boa otimização, mas já demonstra o potencial para ser uma intensa experiência de sobrevivência.

Mesmo em estágio inicial de desenvolvimento, Sons of the Forest apresenta ótimos visuais e um mapa bastante amplo. De início, após se recuperar da queda do helicóptero, o jogador é colocado no topo gelado de uma montanha, com vista para uma densa mata e um extenso oceano. Tudo é explorável, e essa sensação de pequenez frente ao mundo é fundamental para abaixar sua guarda.

Como um game de sobrevivência, é preciso coletar recursos para criar ferramentas, abrigos e armas para se proteger da impiedosa natureza. É aqui que o jogo mostra sua maior força com um sistema robusto de mecânicas, que é complexo, mas não impossível de dominar.

Um manual pode ser puxado a qualquer momento com “receitas” de itens e construções importantes, mas a coleta de materiais fica a cargo do jogador. Além disso, o personagem é afetado pela fome, cansaço e sede, além de ter uma barrinha de pontos de vida. O objetivo é equilibrar todos esses status em meio a escassez de recursos e as ameaças da ilha.

Kelvin, o NPC que te acompanha em Sons of the Forest, é especialmente útil para fazer fogueiras no breu da noite [Créditos: Captura de tela]
Seja buscar riachos para beber água, ou então cortar árvores para pegar lenha, o aspecto de sobrevivência do jogo é bastante completo, e cria certa urgência na exploração. É preciso medir os riscos de sair explorando por materiais e recursos vitais frente à chegada da noite, por exemplo, já que o período noturno é marcado por um breu infinito e impiedoso que mal é iluminado por uma tocha.

Felizmente, há um NPC para ajudar nas tarefas: Kelvin, o outro sobrevivente do desastre. Ele te acompanha durante a jornada, e recebe ordens para coletar materiais e criar estruturas. Bastante prestativo, ele lentamente está se tornando um queridinho dos fãs, especialmente por liberar o jogador para partir em aventuras ainda mais ousadas, como explorar cavernas e mistérios da ilha.

Com um GPS na mão, é possível encontrar vários pontos de interesse no mapa, como os rastreadores da família perdida que constituía a missão original, ou algumas formações… bastante curiosas. Em uma expedição, por exemplo, dei de cara com uma instalação subterrânea futurista, repleta de comida e cadáveres de cientistas em medidas iguais. Um documento de texto pouco esclareceu minhas dúvidas. Nessa combinação de sobrevivência e mistérios, o jogo soa como uma junção entre um Far Cry ambientado na ilha de Lost - e isso, claro, sem falar dos canibais.

Inferno Verde

Não enfrente os canibais sem equipamentos apropriados e muito remédio para se curar [Créditos: Sons of the Forest/Captura de Tela]
Como Sons of the Forest é inteiramente focado em mecânicas, o jogo é um prato cheio para narrativas emergentes - aquelas histórias que surgem no gameplay de forma orgânica, não-roteirizada, e por parte da imersão do jogador e sua total liberdade de como explorar a jogabilidade e interagir com o mundo. Meu primeiro encontro com os canibais foi um ótimo exemplo disso.

Os visuais do game são bastante agradáveis, e tirei um momento para apreciar ainda nas minhas primeiras horas. Uma cachoeira cortava uma montanha densa de árvores, iluminadas pelo sol do fim da tarde - até que Kelvin começou a apontar para alguma coisa.

Sem entender direito o que o carismático NPC mudo queria dizer, estranhei e segui em frente. Logo abaixo, nos observado detrás de um arbusto, havia uma mutante bizarra com três braços, fazendo algum tipo de grunhido que mais parecia uma risada. Fiquei imóvel, apenas observando, e foi aí que percebi uma criatura rastejando nas árvores atrás de nós.

Mesmo sendo um entusiasta de horror, o momento foi de arrepiar - especialmente por ter acontecido em um ambiente em que eu tinha total controle de minhas ações, sem nenhuma cutscene ou diálogos. Tentei partir para cima do canibal que me perseguia, e ali tive o valioso aprendizado de que eles batem forte, e remédios para vida são itens raros e valiosos nesse mundo.

Até o momento, o game parece ter pouca variedade de inimigos, mas ainda não é um problema visto que é muito mais inteligente evitá-los. Pior ainda é enfrentá-los em grandes quantidades, ou então quando se está passando por alguma necessidade. Um momento em que meu personagem estava com sua resistência limitada pela sede criou um pesadelo quando me vi fugindo de cinco canibais que pulavam pelas árvores e me perseguiam pelo chão da floresta. Sem fôlego para seguir em frente, acabei virando jantar logo ali.

Sofrer com fome, sede e ferimentos resulta em ver tudo que você construiu indo por água abaixo [Créditos: Sons of the Forest/Captura de tela]
E esse é o grande apelo de Sons of the Forest: as histórias divertidas, assustadoras e inventivas que surgem pelo ótimo conjunto de mecânicas. Mas não se engane, ainda há um longo caminho para o game. Em nossos testes, a versão de acesso antecipado lutou bravamente para evitar engasgos, glitches visuais e quedas de frames, mesmo em um computador que atendia os requisitos recomendados. A tradução para português do Brasil está longe do ideal, frequentemente combinando inglês e português na mesma frase. Também não há lá muito conteúdo no momento, e o preço na casa dos R$80 pode afastar muita gente.

De qualquer forma, é um jogo que merece estar no seu radar. O primeiro The Forest também foi crescendo ao longo dos anos, e tudo indica que os desenvolvedores da Endnight vão continuar expandindo e polindo a continuação até alcançarem a perfeição. Mal podemos esperar para ver as histórias que vão surgir nessa ilha macabra pelos próximos anos.

A versão de acesso antecipado de Sons of the Forest já está disponível para PC, mas não há previsão de lançamento para o game completo e nem para versões de consoles.

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