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Diretor criativo explica decisão de levar Sea of Thieves ao PS5
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Diretor criativo explica decisão de levar Sea of Thieves ao PS5

Ao NerdBunker, Mike Chapman refletiu sobre os seis anos do game de piratas

Arthur Eloi
Arthur Eloi
08.mar.24 às 16h09
Atualizado há mais de 1 ano
Diretor criativo explica decisão de levar Sea of Thieves ao PS5
Sea of Thieves/Rare/Divulgação

Você sabia que a Rare nunca lançou um jogo para PlayStation? Até faz sentido, visto que o estúdio britânico foi da Nintendo para a Microsoft, mas é curioso pensar que a desenvolvedora por trás de muitos clássicos — como GoldenEye 007, Banjo-Kazooie, Donkey Kong Country, Perfect Dark, Killer Instinct e Battletoads — nunca deu as caras em um console da Sony.

Isso muda com Sea of Thieves. Prestes a completar seis anos, o game de piratas foi anunciado para PlayStation 5, marcando uma nova fase para o Xbox em que exclusivos já não são tão importantes, e inaugurando também o primeiro título da Rare no lado azul da indústria.

Há muitas 'primeiras vezes' quando se trata de Sea of Thieves”, reconheceu o diretor criativo Mike Chapman. Em entrevista ao NerdBunker, o desenvolvedor afirmou que, de 2018 até aqui, o game constantemente tirou a Rare da zona de conforto. “Fomos o primeiro jogo exclusivo de Xbox a sair no Game Pass — sendo que, quando começamos a montar o game lá em 2014, sequer sabíamos da existência do Game Pass. Também é nosso primeiro 'jogo como serviço, e nosso primeiro jogo de PC.

Além de muito conteúdo original, Sea of Thieves já teve crossover com Monkey Island e Piratas do Caribe [Créditos: Divulgação]
Assim, o lançamento para PS5 foi só uma evolução natural de um título que sempre rompeu a convenção do estúdio inglês. Os seis anos que separaram o lançamento original, no Xbox One e PC, da versão para o console da Sony foram marcados por inúmeras atualizações, melhorias e até mesmo crossovers com outras franquias de piratas, como Monkey Island e Piratas do Caribe.

Estou com um pouco de inveja de que os jogadores de PlayStation poderão jogar essa versão do game logo de cara, com seis anos de conteúdo acumulados”, falou Chapman. “O timing é perfeito para chegar ao PS5, e estamos gratos de que muitos jogadores vão ter a chance de experimentar isso. Estamos dedicados a garantir um lançamento tranquilo no console e um bom fluxo de atualizações para todas as plataformas ao mesmo tempo.

Veteranos do mar

Ao longo de seis anos, Sea of Thieves cresceu e ensinou diversas lições a Rare [Créditos: Divulgação]
Segundo o diretor criativo, experiências multiplayer atuais atravessam plataformas, e a decisão de deixar a exclusividade no passado é benéfica para quem só quer aproveitar um jogo incrível com os amigos, independente da plataforma de escolha de cada um:

Você sabe bem que jogos multiplayer vivem a partir de jogadores muito apaixonados, que tentam convencer os amigos a jogar com eles (risos). Fazer isso agora será mais fácil do que nunca, ter todos os jogadores juntos com crossplay e progressão compartilhada, dá a sensação de que derrubamos mais uma barreira que separa amigos de se conectarem.

Curiosamente, seis anos de espera não parece ter diminuído o interesse dos Sonystas — na real, talvez tenha contribuído para o hype, como explicou o desenvolvedor: “Ter entrado na seção 'Em Alta' da PS Store, com alto número de adições a lista de desejos, é sinal de bastante antecipação na plataforma.

Há quem acredite que a quebra de exclusividade é sinal de que o jogo vai mal das pernas. Na verdade, para a Rare, é justamente o contrário: olhar para mais plataformas é indicativo que objetivos passados enfim foram concluídos, como colocou o diretor criativo.

Pelos últimos anos, focamos em expandir o que é a experiência de Sea of Thieves e o quão ampla é. Na Temporada 11, sentimos que concluímos essa tarefa, em termos de sistemas. Agora, nosso foco é enriquecer essa experiência com tudo que torna o jogo especial, como novas armas, ferramentas e formas de jogar. É uma combinação do fato de que o jogo se tornou mais rico e diverso, e de que tudo que é especial no game é mais acessível do que nunca. Os jogadores de PlayStation receberão uma versão fantástica de Sea of Thieves, eles estão chegando na melhor hora para começar a jogar porque é tudo muito rico.

Acontece que a experiência oferecida por Sea of Thieves segue indisputada. Recentemente, a Ubisoft até tentou bater de frente com Skull and Bones, mas um lançamento decepcionante, pouco conteúdo e baixa adesão dos jogadores reforçou como a Rare segue sem competição quando se trata de grandes aventuras piratas em multiplayer.

Segundo Chapman, é esse posto especial que faz o interesse pelo título só crescer com o tempo, inclusive no PlayStation.

Algo que nos orgulha é que segue sendo um jogo muito único. Não há nada parecido e nem jogo de pirata igual, em que você pode se divertir com os seus amigos, que é engraçado e cheio de momentos legais. Estamos confiantes de que será igualmente único no PlayStation porque não há game parecido.

Os marujos que conhecemos pelo caminho

Sim, Sea of Thieves era assim quando começou a ser desenvolvido, lá em 2014 [Créditos: @SeaOfThieves no X/Reprodução]
É bom dizer que esse lugar foi duramente conquistado. Desde o início, Sea of Thieves sempre teve algo de especial e interessante, mas foi a dedicação constante da Rare que o fez crescer de um título legalzinho a um jogo essência do Xbox (e, claro, agora do PS5, também). Para os desenvolvedores, porém, essa missão começou muito antes de 2018.

Esse ano, acredite se quiser, completo 10 anos trabalhando em Sea of Thieves. Começamos a fazer protótipos em abril de 2014”, falou Chapman, fazendo alusão a versão inicial do game em que os piratas mais se pareciam com feijões gigantes. O desenvolvedor chama carinhosamente essa fase de protótipo de Sea of Beans (ou Mar dos Feijões, em tradução livre).

Segundo o diretor criativo, a Rare teve muito que aprender nesse tempo, especialmente no que se trata de manter boas relações e transparência com a comunidade:

No passado, a Rare era um estúdio bem sigiloso, quase como uma Fantástica Fábrica de Chocolate. Ninguém sabia o que acontecia dentro do estúdio. Hoje, temos uma relação muito próxima com a nossa comunidade. Soltamos vídeos, podcasts, atualizações para o jogo.

O esforço vingou, e hoje o jogo tem uma base de jogadores bastante fiel e apaixonada — ao ponto até de surpreender os desenvolvedores: ”Quando encontro fãs de Sea of Thieves, alguns me mostram tatuagens do game, ou então choram porque o jogo significa muito para eles”, contou Chapman. “Nunca cai a ficha para mim, é surreal lembrar da pequena equipe que trabalhou no jogo em 2014 e ver que se tornou algo gigantesco hoje em dia.

Segundo o diretor criativo, conectar as pessoas é o principal objetivo de Sea of Thieves [Créditos: Divulgação]
Hoje em dia, o grande apelo de Sea of Thieves é a grande variedade de experiências. Há algo para todo mundo: intenso combate naval para os competitivos, exploração tranquila para os casuais, um mundo de pirataria para todos.

Relembrando a jornada até aqui, Mike Chapman afirma que os desafiadores últimos anos foram essenciais para a Rare entender que a força do jogo é justamente reunir gente de todos os tipos, independente do estilo de jogo e plataforma de escolha. O que importa, segundo o diretor criativo, é que usem o game para criar e reforçar as relações com outras pessoas:

Agora que finalmente ficou no passado, a pandemia reforçou para nós a importância de ter um jogo que permita que as pessoas se conectem, independente de onde estão no mundo, independente de onde moram seus amigos ou mesmo se as pessoas se conhecem ou não. Para muita gente, jogos podem ser muito mais do que só videogames: são alívios, lugares seguros dos problemas da vida, formas de escapismo com gente que pensa igual. O que mais me orgulha é que fizemos um jogo em que as pessoas podem encontrar esse escapismo — afinal, a vida é bem difícil, né?

Sea of Thieves está disponível para Xbox One, PC e Xbox Series X | S, e incluso no catálogo do Game Pass de todas essas plataformas. O jogo desembarca no PlayStation 5 em 30 de abril.

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