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Review | For Honor
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Review | For Honor

For Honor está disponível para PS4, PC e Xbox One

João Abbade
João Abbade
16.fev.17 às 15h48
Atualizado há mais de 8 anos
Review | For Honor

No filme Herói (2002) Jet Li e Donnie Yen, dois dos maiores artistas marciais do cinema, ficam frente a frente para uma esperada batalha. Em uma cena muito bem coreografada, os dois guerreiros inicialmente não lutam, apenas calculam todas as possibilidades para o duelo. No momento em que a luta mental acaba e a realidade chega rasgando, a definição é rápida. For Honor é como uma batalha de dois lendários espadachins: mental, tático, inicialmente, mas quando desenrolada, é brutal.

Inicialmente revelado como apenas multiplayer, For Honor foi um jogo que nunca me chamou atenção. Parecia misturar inúmeros estilos que não consegueria coexistir de forma coesa. Elementos de musou (Dynasty Warriors), combinados a mecânicas de MOBA, elementos de Dark Souls (por mais que isso não queira dizer nada hoje em dia) e até um quê de Infinity Blade (iOS).

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A boa notícia é que For Honor pega todas essas inspirações e cria algo seu, algo novo e algo que se parece muito mais com um jogo de luta do que com mais um jogo que tenta emular outros sucessos.

É estranho dizer isso, mas mesmo sem magias, hadoukens ou ultras, For Honor é muito mais um jogo de luta ao estilo Street Fighter do que qualquer um possa imaginar. Ao travar a mira em um outro herói dois campeões se olham e o duelo começa: apertar botões rapidamente não adianta, isso apenas deixará sua defesa aberta para que seu oponente encaixe um combo de ataques e o derrube facilmente.

No início, o combate de For Honor pode ser frustrante. A sensação do peso das armas e armaduras dos Vikings e Guerreiros pode parecer injusta perante seus inimigos, ora Samurais, ora da Legião de Ferro. Mas tal qual um jogo de luta, tudo depende de você dominar os movimentos certos para o personagem. Quando você entende as armas, os ataques e os estilos do seu personagem e do seu inimigo, tudo se torna mais natural.

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Mas nem tudo são flores. Com uma mecânica tão interessante e tantos cenários possíveis devido ao desapego histórico do jogo, a campanha apenas cai em uma triste mediocridade. Com repetidas partidas contra bots, as seis horas de campanha passam quase sem nenhum momento marcante. For Honor segue o jeito de fazer campanha dos Call of Duty mais recentes: funciona como um grande tutorial para você engatar no verdadeiro modo do jogo, o multiplayer.

Os diálogos são pífios e os personagens rasos — dificilmente você vai lembrar algum nome, com exceção da vilã. A premissa da história é banal: uma cavaleira do apocalipse que quer juntar diferentes povos e os destruí-los através da guerra. Contudo, a campanha resguarda dois momentos de leve inspiração: um duelo entre um Viking e um Cavaleiro em cima de um aríete e a batalha final.

Sem dúvida, o multiplayer é onde o jogo se destaca. Com muito mais apelo para batalhas acirradas e a competitividade natural do modo, tive muito mais momentos emocionantes do que na campanha — que apesar de simples, consegue contextualizar de maneira geral. 

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Olhando para os modos de jogo e os artifícios colocados, é fácil perceber que a Ubisoft pretende transformar For Honor em um eSport. Mas temporadas curtas, tal qual Overwatch, e batalhas entre times, não garantirão a longevidade do título: isso depende principalmente do apoio da comunidade e da própria Ubisoft. Se por um lado a empresa já mostrou dar um bom suporte a títulos como Rainbow Six Siege, no qual conteúdo gratuito é adicionado frequentemente, outros jogos da empresa continuam a ver navios.

O jogo conta com três modos (Dominação, Mata-Mata e 1x1) e acredito que isso seja até benéfico de certa forma. Em jogos com inúmeros modos, como Call of Duty, após o “boom” inicial do lançamento, só é possível achar jogadores em dois ou três modos. Já jogos como Overwatch, que se propuseram desde o início a ter poucos modos e focar seu balanceamento nisso, prosperaram.

Com uma campanha descartável, mas mecânicas interessantes, For Honor bebe de várias fontes, mas acaba achando a sua maior virtude nos jogos de luta. Ainda é cedo para dizer se vai conseguir se tornar mais um opção no mundo dos eSports, mas já é um jogo competente e acirrado no multiplayer. Assim como os combatentes em Herói, a batalha que a Ubisoft irá travar ao trabalhar For Honor, será mental e contra ela mesma: depende dela prover conteúdo para alimentar a comunidade.  

Quem sabe uma nova facção de guerreiros no futuro? 


For Honor está disponível para PS4, PC e Xbox One. Para este review, uma cópia do jogo para PlayStation 4 foi cedida pela Ubisoft.

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