Path of Exile é um jogo ambicioso. Com inúmeras possibilidades de construção de personagem, seu sistema de habilidades é intimidador para alguém que está chegando agora, e até mesmo para veteranos que não estão dispostos a investir tanto tempo e energia em um novo título.
- Path of Exile 2 terá beta com textos em português do Brasil
- Confira os principais lançamentos de jogos de 2024
Dito isso, foi exatamente essa gama de personalização que conquistou boa parte da comunidade do jogo da Grinding Gears Games. Lançado oficialmente em 2013, Path of Exile conseguiu se manter relevante por mais de uma década, com uma base de jogadores fiéis e engajados, e atualizações gratuitas frequentes.
Entretanto, a barreira para convencer um amigo a se juntar à jogatina é alta, ainda que o game seja gratuito. A premissa de “faça o que quiser” é um tanto quanto assustadora, ainda mais quando você não sabe direito nem por onde começar.
Como uma resposta a essa dificuldade, Path of Exile 2 chega com a promessa de entregar uma experiência ainda melhor que o primeiro jogo, mas com um início bem menos intimidador.
Em viagem a Los Angeles, pudemos testar a versão para consoles e conversar com Jonathan Rogers, diretor do jogo.
Mesmas opções, diferente apresentação

Para quem é um ávido consumidor do jogo, já fica o aviso: não é que Path of Exile 2 tem menos opções que seu antecessor, elas estão ali, basta saber encontrá-las.
Esta é uma das decisões tomadas pelo time de desenvolvimento para facilitar a entrada de novos jogadores. Embora ainda seja possível usar qualquer habilidade em qualquer personagem e construí-lo da forma que você achar melhor, o próprio jogo tentará te levar por um caminho mais simples no início, com recomendações de combos de habilidades mais tradicionais que seguem estereótipos das classes presentes, como guerreiro, monge e mais.
A apresentação mais “linear” das opções é uma das soluções para simplificar os primeiros passos dentro de Path of Exile 2, mas não a única. Rogers, o diretor, explicou que a ideia era “aumentar o mínimo, sem elevar o máximo.” Por exemplo, em vez de fornecer itens melhores logo de cara para os jogadores, a equipe implementou mais oportunidades para que fossem encontrados em momentos específicos:
“Na primeira área do jogo, é possível encontrar alguns zumbis com um baú que, quando aberto, dá ao jogador uma gema de habilidade. Mas, se você não encontrá-los, é bastante possível que encontre uma cabana de bruxa na próxima área, e, se não achar a bruxa, existe outra possibilidade na área seguinte.”
Assim, os jogadores têm muitas chances de acessar itens que os ajudarão a superar os desafios apresentados logo no começo do game e, pessoalmente, posso garantir que você precisará de toda a ajuda que encontrar.
Passei mais de uma hora tentando vencer um dos primeiros chefões do jogo, sem sucesso, até perceber que precisava melhorar meus equipamentos e desbloquear algumas habilidades novas. Além, é claro, de melhorar minha gameplay.
Ainda que tenha passado por um perrengue, não fiquei frustrada a ponto de me irritar com o jogo, e é aí que Path of Exile 2 acerta em cheio no balanceamento entre dificuldade e recompensa nos combates.
Tipo um souls?
Atendendo a um desejo da própria equipe da Grinding Gears Games, e também respondendo a comentários de fora da comunidade, o combate de Path of Exile sofreu uma repaginada na sequência, tornando-se muito mais dinâmico e próximo de um jogo de ação.
Segundo Rogers, “se você melhora o combate, ele fica mais parecido com um souls-like.” Aqui, ele usa Dark Souls, Bloodborne e Elden Ring como referência, títulos da FromSoftware aclamados por sua abordagem de alto risco e alta recompensa, elevando a dificuldade dos encontros contra inimigos comuns mas, principalmente, dos encontros contra chefões.
O diretor revelou a ambição de transformar seu jogo em um híbrido de RPG com ação: “O que temos efetivamente é toda a personalização que você tem em Path of Exile 2, e toda a ação que o primeiro título nunca teve.”
Vivendo em harmonia

A trama de Path of Exile 2 é uma continuação direta do primeiro, no mesmo mundo, só que 20 anos depois. Ainda assim, será possível começar o jogo sem ter nenhum conhecimento do anterior – o que é natural visto que a premissa é tornar a experiência inicial mais simples para quem está chegando agora.
Além disso, o game terá suporte para 6 jogadores cooperando simultaneamente, além de contar com gameplay cooperativa local, na mesma tela. Quem estiver jogando lado a lado presencialmente poderá controlar seu personagem de forma independente, sendo capaz até mesmo de abrir e fechar menus enquanto o coleguinha estiver resolvendo suas próprias coisas. Tal grau de independência é interessantíssimo para reter a atenção dos jogadores, ainda que obrigue os desenvolvedores a pensarem em 3 telas diferentes quando estão montando a interface de usuário e menus: uma para computador, outra para consoles e a terceira para quem estiver usando a tela dividida.
E caso nada disso seja ideal para você, a GGG também deixou claro que manterá os dois Path of Exile funcionando simultaneamente, com uma diferença de seis semanas entre as Ligas. Por terem equipes separadas, Rogers acredita que será possível manter as operações independentes e simultâneas, mas já prevê alguns desafios para ele mesmo no caminho, uma vez que é ele quem cuida da parte operacional do PoE e, futuramente, do PoE2.
Path of Exile 2 chega como uma vontade de fazer o novo em um gênero já estabelecido, construindo uma franquia em cima de um título de alto desempenho e aceitação do público. Entregando um altíssimo nível de qualidade, certamente ficaremos de olho neste lançamento que promete entregar tudo, sem cobrar nada (ao menos no começo).
Path of Exile 2 ainda não tem data de lançamento anunciada, mas há a promessa de um teste beta ainda em 2024, com localização para português do Brasil. O jogo chegará para PC, Xbox Series S|X e PS5.