O que eu esperava ao me deparar com o anúncio de Minecraft Dungeons durante a E3 2019 era a minha total falta de interesse. Só que depois de ver o primeiro trailer e conseguir por as minhas mãos numa versão teste, dois jogos vieram à minha mente: Gauntlet e Diablo. E isso é incrível.
Continuo não me importando muito com o universo de Minecraft em geral, mas é incrível como Dungeons se apresenta como um ponto fora da curva. Funcionaria se não houvesse nenhum elemento de Minecraft dentro do jogo? Com a mais absoluta certeza. Ele conseguiria toda a atenção que merece? Definitivamente não.
Durante a apresentação dos desenvolvedores do game, David Nisshagen, um dos responsáveis disse que todo o projeto de Minecraft Dungeons foi feito dentro da Mojang, mas com um time completamente isolado da franquia principal de Minecraft. O time dedicado pode colocar a sua visão dentro do game, assim como suas preferências, por isso não é inusitado da parte de ninguém compará-lo com alguns dos maiores jogos de ação isométrica e elementos de RPG do mercado.
Måns Olson, diretor do jogo, avisou: “Minecraft Dungeons não é tão complicado, mas absolutamente não é um jogo facilitado para crianças”. Ele possui suas próprias mecânicas e complexidade, mas não tenta de jeito nenhum elitizar seus jogadores.
Em poucos minutos já estava disparando minhas flechas encantadas e decepando múmias dentro do calabouço de testes. O game é super didático e quanto mais você fuça em suas funcionalidades, melhor se dará contra os seus desafios.
Como já mencionei anteriormente, o game segue o estilo RPG isométrico de ação. Ele funciona de forma completamente procedural, ou seja, mapas, itens e inimigos mudam a cada vez que o jogador decide se arriscar dentro do game.
Essa aleatoriedade também está presente no equipamento do personagem. Armas e armaduras possuem características únicas, geradas de forma imprevisível. Cada um dos equipamentos muda a forma como seu personagem ataca ou se protege dentro da partida. Espadas, foices, martelos, cada uma dessas armas aumenta ou diminui a velocidade do personagem, assim como acontece em jogos do gênero.
O sistema de nível do personagem está diretamente atrelado ao equipamento utilizado. Ao invés de gastar pontos de habilidades em técnicas especiais do personagem, você aumenta o poder dos seus equipamentos. Cada um deles vem com habilidades especiais próprias, que podem subir de nível desde que você gaste pontos de upgrade.
É uma forma prática e bastante funcional de criar um personagem com habilidades únicas. Cada equipamento possui três níveis de raridade (Normal, raro e único) e mesmo que você encontre o mesmo equipamento num drop de inimigo ou baú, suas habilidades podem ser completamente diferentes, então é bom ficar de olho sempre.
Cada mapa possui uma missão específica, mas sempre instiga o jogador a explorar o máximo que puder. Os locais são grandes e vão adicionando desafios de tempos em tempos. Adversários mais fortes podem aparecer de surpresa na sua frente, e requerem um pouco mais de estratégia para serem derrotados.
Sozinho ou com amigos a diversão é garantida. Claro que o jogo foi pensado primeiramente como uma interação cooperativa, seja de sofá ou online. No caso do multiplayer de sofá, a exploração deixa de ser livre e força os jogadores a andarem pelo mapa em equipe. Online a coisa muda de figura, e cada pessoa pode explorar o mapa como quiser, bastando um teleporte em direção ao líder do grupo para se reencontrarem e continuarem sua busca principal.
O carisma de Minecraft com certeza servirá para popularizar mais uma vez um dos gêneros mais antigos dos RPGs de ação. Tomara que dê certo.