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Have a Nice Death é um roguelike divertido nos escritórios da Morte | Review
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Have a Nice Death é um roguelike divertido nos escritórios da Morte | Review

Uma experiência punitiva com humor ácido, chefes desafiadores e zoeiras com as burocracias da vida

Tayná Garcia
Tayná Garcia
05.abr.23 às 15h31
Atualizado há cerca de 1 ano
Have a Nice Death é um roguelike divertido nos escritórios da Morte | Review
Have a Nice Death/Gearbox/Divulgação

Desenvolvido pelo estúdio indie Magic Design, Have a Nice Death é um jogo de plataforma 2D ao estilo roguelike que, como era de se esperar, é uma experiência punitiva. Mas o título surpreende pela forma leve com que aborda um tema que sempre amedrontou a humanidade: a morte.

Have a Nice Death coloca o jogador para controlar a própria Morte, que apresenta a icônica aparência de ceifador, mas em um contexto inusitado.

No universo do jogo, a Morte se cansou da coleta diária de almas humanas, então terceirizou o trabalho para criaturas chamadas Tormentos e passou a cuidar apenas de papeladas. Com o passar do tempo, toda a burocracia do escritório entediou a ceifadora, que decide retomar o posto de liderança.

No entanto, os Tormentos não estão dispostos a largar a chefia. A Morte, então, precisa exterminar todos os funcionários rebeldes para estabelecer ordem no escritório.

A vida de escritório “sugou” toda a energia da Morte, que até diminuiu de tamanho (Imagem: Have a Nice Death/Gearbox/Captura de tela)

Com estilo de plataforma 2D, o objetivo é relativamente simples e direto: avançar pelos andares do escritório e “limpar” cada departamento, enfrentando inimigos e chefões. É claro, porém, que a tarefa não é tão fácil assim.

Have a Nice Death é um roguelike, o que faz com que a Morte tenha que “limpar” todos os departamentos em uma só jogada – algo similar ao recente e aclamado Hades. Morrer em um dos andares significa voltar ao início e tentar novamente, perdendo todas as habilidades e armas adquiridas até então. No entanto, pontos de experiência e alguns itens são mantidos para ajudar na próxima tentativa. Assim, o jogo tem um ar punitivo, em que a morte faz parte da experiência, o que conversa diretamente com a narrativa de forma inteligente e até cômica. Quem imaginaria que a Morte poderia morrer?

Cada departamento conta com um número específico de fases antes do chefão principal, geradas aleatoriamente a cada jogada. Avançar pelos andares significa enfrentar inúmeros adversários e desbloquear habilidades e armas, que tornam a gameplay bem variada e única dependendo das escolhas que você fizer.

O combate equilibra armas de fogo e corpo-a-corpo, que vão desde foices ágeis até poderosos lança-foguetes (e, sim, é maravilhoso ver a pequena ceifadora com uma bazuca imensa), além de habilidades passivas conhecidas como Maldições. Também geradas aleatoriamente, as Maldições oferecem alguma vantagem ao jogador, como dano elemental às armas e melhorarias nos combos de ataque, por exemplo. São elas que ditam a dinâmica e até a sorte em cada tentativa – afinal, quanto mais poderosa for a “build” (o conjunto de armas e atributos do personagem), mais chances você terá de chegar até o final.

Você escolhe qual andar e departamento será explorado em seguida, o que não é uma escolha fácil! (Imagem: Have a Nice Death/Gearbox/Captura de tela)

Ao lado da jogabilidade desafiadora, a história de Have a Nice Death é criativa e cheia de humor ácido, tirando sarro das burocracias e horrores da vida. O texto, os diálogos e os NPCs apresentam muitos trocadilhos e zoeiras, como todos te desejarem um péssimo dia e as telas de carregamento serem elevadores entediantes da firma.

A trilha sonora acompanha o tom bem-humorado da narrativa, interagindo com as ações do jogador. Sofrer dano de um inimigo, por exemplo, resulta em uma falha na música que está tocando. É um detalhe pequeno, mas que faz toda a diferença na prática e até coloca mais pressão em quem está com as mãos no controle.

Toda a estética preza uma paleta escura de cores, priorizando os tons preto e branco, mas sem deixar outras tonalidades de fora. Cada departamento é único visualmente, o que inclui a aparência dos inimigos e chefões. Apesar de ter uma natureza repetitiva, a variedade no gameplay e na ambientação tornam cada tentativa única à sua própria maneira, não desmotivando o jogador – pelo contrário!

Os NPCs apresentam aparências únicas, como o funcionário festeiro Claude, que ninguém consegue ouvir por ter um globo espelhado preso na cabeça (Imagem: Have a Nice Death/Gearbox/Captura de tela)

O jogo não oferece opções de acessibilidade, mas conta com um "modo fácil" que suaviza a dificuldade. Para acioná-la, é preciso morrer uma vez e interagir com o porta-retrato da Morte antes da próxima tentativa. A boa notícia para os brasileiros é que há localização em texto para português, que acompanha o humor ácido e adapta bem os trocadilhos e as zoeiras dos diálogos.

Roguelike nos escritórios da Morte

Have a Nice Death oferece uma experiência completa dentro daquilo que propõe. Com uma jogabilidade ágil e fácil de aprender, mas difícil de dominar, o jogo é como um Hades ao estilo plataforma 2D nos escritórios da Morte – uma mistura inusitada que eu precisava e nem sabia.

Confesso que, em alguns momentos, senti que as tentativas ficavam muito demoradas, o que deu uma sensação de ritmo lento nas primeiras horas. No entanto, os diálogos divertidos, que mudam a cada jogada e até brincam com as suas derrotas, e as lutas desafiadoras contra os chefes me incentivaram a continuar até que me vi totalmente obcecada em limpar cada departamento.

Quem diria que o escritório da firma (ainda mais da Morte!) poderia ser tão divertido assim?


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Gearbox.

Have a Nice Death está disponível para Nintendo Switch e PC.

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