A cada geração os gráficos dos jogos ficam ainda melhores e impressionantes, mas a questão (provavelmente a definitiva) é se um dia alcançaremos visuais fotorrealistas, ou seja, praticamente indistinguíveis da realidade. Isso já é possível no ciclo atual de consoles, segundo Brad Wardell, CEO da companhia de desenvolvimento de softwares Stardock.
Em entrevista para a GamingBolt, Wardell falou sobre como o fotorrealismo poderia ser alcançado atualmente, mesmo que de forma limitada.
Bem, eu acho que podemos [alcançar o fotorrealismo] no ciclo atual. Podemos ser totalmente realistas. Quero dizer, podemos superar o Uncanny Valley*? Provavelmente não. Mas quando penso em foto, eu penso em imagens paradas. E definitivamente podemos fazer isso! Por um quadro – geralmente é a animação ou como as luzes interagem com certos materiais que fazem você pensar: ‘isso não está certo’.
*Curiosidade: Uncanny Valley ou Vale da Estranheza é o nome dado à hipótese de que réplicas humanas que se parecem muito com a realidade, sejam elas digitais, robóticas ou até mesmo bonecos, podem gerar uma sensação de aversão ou de desconforto no espectador.
Mas, se isso já é possível, por que não vemos esta técnica sendo utilizada atualmente? Segundo Wardell, o problema não é capacidade de hardware e sim de software.
Sabe, muito disso depende dos motores gráficos também. Os caras de hardware provavelmente ficam bravos com os softwares, porque todo mundo está usando estes motores hoje em dia, estes motores prontos escritos no começo dos anos 2000. E, claro, eles se repetem, mas ainda são baseados no conceito de que um núcleo de CPU está conversando com uma GPU, por exemplo. Eles não estão fazendo – por exemplo: as técnicas de iluminação deles são muito parecidas com as de estilo de vídeo game e não o que você veria em um filme ou computação gráfica. Mas eles poderiam, o hardware consegue. O que acontece é que o software não os permite.
Por sua afirmação, parece que a indústria tem focado em melhorar a ferramenta, não suas técnicas de uso. Se for mesmo o caso, nos faz pensar em como isso pode mudar daqui para frente e como a próxima geração pode apresentar um enorme salto visual para os videogames, filmes e outras mídias.