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Diablo IV conquista com grandioso mundo sombrio | Review
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Diablo IV conquista com grandioso mundo sombrio | Review

Depois de dez dias enfrentando hordas de demônios e criaturas, upando e pegando loot… ainda queremos mais!

Arthur Eloi
Arthur Eloi
30.mai.23 às 13h25
Atualizado há quase 2 anos
Diablo IV conquista com grandioso mundo sombrio | Review
Diablo IV/Blizzard Entertainment/Divulgação

A capacidade de manter altas as expectativas mesmo após o lançamento de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um ótimo indicativo do peso do legado de Diablo IV. O fãs mantém a chama macabra do hype acesa mesmo quando a saga acumula episódios lamentáveis ao longo desse hiato de 11 anos entre títulos: o lançamento desastroso do antecessor, um derivado mobile mercenário, e a revelação dos inúmeros casos de abuso sexual que a Blizzard encobriu.

No meio do caos, o game triunfa. O NerdBunker passou dez dias com Diablo IV em mãos, e o que encontramos foi uma experiência viciante em um mundo gigantesco pronto para sugar todas as horas do seu dia.

Em teoria, o jogo não parece tão grande assim. Falas dos próprios desenvolvedores pintam cerca de 35 horas para finalizar a história principal e 150 horas para concluir tudo. As coisas são diferentes na prática, visto que a graça não é seguir apenas a campanha mas sim deixar se perder por um mapa massivo, repleto de calabouços, áreas diferentes e missões secundárias.

Santuário sem rumo

Mundo de Diablo IV é vasto e recompensa exploradores [Créditos: Blizzard/Divulgação]
A trama é ambientada em Santuário, local que é palco da batalha do bem contra o mal desde sua criação. Dessa vez, a briga começa a pender para o lado dos demônios quando um ritual invoca Lilith, a Filha do Ódio. Com planos maléficos e obscuros, apenas a presença da poderosa entidade é capaz de incitar uma onda de violência e caos pelo mundo - e é assim que você se vê puxado para esse conflito eterno.

O papel do jogador cresce ao ritmo que se intensifica a caçada por Lilith, ganhando a confiança de instituições religiosas e de figuras importantes, mas o maior apelo da jornada é testemunhar em primeira mão os horrores causados pela Filha do Ódio. Transitar pelo Santuário é encontrar cidades tomadas pelo frio, fome e loucura.

Ao criar um mundo aberto, o jogo parece uma expansão do estilo dos anteriores e ajuda a tornar tudo ainda mais viciante. A extensão do mapa surpreende até na era dos jogos gigantescos, com quatro reinos distintos e uma infinidade de vilas, fortificações e cidades cercadas de florestas, montanhas congeladas e desertos áridos.

O mapa está cheio de cidades e locais importantes a serem descobertos [Créditos: Diablo IV/Captura de Tela]
Mesmo se você não for muito chegado na ideia de mundos abertos, Diablo IV sabe como manter as coisas interessantes e evitar complicações desnecessárias. Não há espaços vazios aqui. Todo o caminho entre uma cidade e outra é preenchido com inimigos para derrotar, loot para coletar, ou então eventos especiais e criaturas raras que pedem sua atenção imediata. As tarefas, assim como os monstros, são surpreendentemente variadas.

Ao longo de dez dias, parecia que as novidades não se esgotavam. Sempre há um novo local para conhecer, sempre há uma criatura ou variante para derrotar. O jogo recompensa a curiosidade de partir sem rumo, esbarrar em áreas inéditas ou aceitar missões secundárias pelo caminho. E, para evitar o cansaço de ir e voltar, há a opção de usar uma montaria ou até de abrir um portal para a última cidade visitada. Por conta dessa última, inclusive, explorar e ativar portais de transporte rápido se torna bem prazeroso já que não tem custo para retornar.

Frequentemente, jogar Diablo IV trazia à mente aquela sensação de desbravar um MMO RPG no início dos anos 2000. O mundo parece vivo (apesar de toda a desgraça) e expansivo, incitando a vontade de conhecer cada um de seus cantos. Mas, por se tratar de uma versão de testes em ambiente controlado e com tempo limitado, nosso tempo com o game não matou a vontade de jogar mais e nem nossas dúvidas.

Espadas, Machados e Clavas contra as hordas infernais

Além de hordas de criaturas, o mapa esconde também chefões e inimigos especiais [Créditos: Diablo IV/Blizzard/Divulgação]
Ainda que o NerdBunker tenha recebido uma versão próxima da final, ficou claro que dez dias não é o suficiente para curtir o game da forma que merece. Apesar do tempo limitado, optei por não correr com a campanha, e sim upar minha personagem Bárbara com calma, priorizar exploração e missões secundárias. Afinal, correr com missões principais não é como eu jogaria em meu tempo livre, então não faz sentido mudar meus hábitos para uma review, certo?

Por conta disso, só consegui testar mesmo como é ser um Bárbaro, apenas uma entre as cinco classes que estarão disponíveis no lançamento. Como cada uma tem mecânicas, dinâmicas e árvores de habilidades próprias, a escolha pode impactar o ritmo do jogo e do combate.

No meu caso, tudo foi ridiculamente satisfatório: a porradaria está excelente em Diablo IV. Com uma Bárbara chamada Ruthra, tinha a possibilidade de mergulhar para cima de hordas de inimigos, desferindo golpes de espada, machado e clava em grupos grandes de uma vez só. O combate gira em torno de equilibrar vida, Fúria (que funciona aqui como a Mana) e o dano recebido.

Não importa quantas horas de jogo, derrotar hordas de inimigos nunca deixa de ser satisfatório [Créditos: Diablo IV/Blizzard/Divulgação]
Por mais intensa que a trocação de porradas seja, há um elemento estratégico que é reforçado por uma árvore de habilidades robusta - mas não ao ponto de intimidar pelo excesso de opções. É altamente satisfatório criar uma build que casa com seu estilo de jogo, que incentiva o uso de suas habilidades favoritas mas com alternativas o suficiente para contornar situações mais delicadas. E, ao longo desses dez dias, limpar hordas enormes de monstros com um poderoso ataque em área nunca deixou de ser uma delícia.

O combate ser tão gostoso assim instigou outros acertos do game. A sede de uma boa briga incentiva a exploração, já que o caminho entre cidades e lugares importantes é sempre repleto de criaturas e eventos. Uma parte boa puxa a outra em um loop perfeito.

Quando o acesso ao jogo acabou, Diablo IV deixou saudades - mesmo sendo a única coisa que joguei por dez dias seguidos. Ao mesmo tempo, todo o motivo desse texto ser uma review em progresso é o fato de que há muitos elementos que só poderão ser testados com tempo, calma e em um ambiente repleto de outros jogadores.

Muito mais pela frente

Dez dias com Diablo IV não foi o suficiente para testar tudo que tem a oferecer [Créditos: Captura de Tela]
O ambiente de review não é exatamente representativo do que o público-geral encontrará quando o jogo for lançado. A versão que tivemos acesso veio com uma lista de bugs e problemas que serão corrigidos no game final, e também tinha servidores relativamente vazios.

Não chegamos a encontrar nenhum bug significativo, mas a falta de outras pessoas ficou evidente quando se tornou claro que é possível encontrá-las mesmo jogando sozinho. Falei que Diablo IV trazia uma sensação de desbravar um MMO RPG, certo? Esse mesmo gostinho voltou quando trombei um desconhecido vagando pela cidade de Kyovashad. Não espero que o jogo seja realmente infestado de outras pessoas, mas fiquei curioso pelas possibilidades de interações com os outros. Será como em Destiny? Só descobrirei no lançamento.

Ao mesmo tempo, isso traz atenção ao enorme elefante branco na sala: a constante conexão online. O lançamento de Diablo III em 2012 se tornou infame por semanas de problemas para acessar os servidores, causados por uma avalanche de fãs e curiosos loucos para curtir o game da renomada franquia. Ainda que a Blizzard diga que aprendeu algo com isso, há motivos para ficar cético.

Nos dez dias de teste, fui desconectado aleatoriamente dos servidores algumas vezes. Também tive dificuldades para acessar o jogo em alguns momentos. Não aconteceu com frequência, nada que contaminasse a ótima experiência que tive, mas o suficiente para levantar dúvidas de como o título se comportará nas mãos do público.

Diablo IV é muito satisfatório e viciante, mas resta ver como se comportará no lançamento [Créditos: Captura de Tela]
Além disso, é lamentável não poder pausar a jogatina em decorrência de estar em um ambiente online. É um pouco frustrante deixar seu personagem à deriva em pleno calabouço repleto de monstros porque alguma responsabilidade bateu à porta. Não é algo exclusivo do game, claro, mas sim uma triste tendência dos “jogos-como-serviço” com conexões constantes. Malditos problemas modernos.

A versão para review também não contou com loja in-game. Os jornalistas receberam uma descrição de itens e preços que serão comercializados, mas sabendo que tanto Diablo III quanto o mobile Diablo Immortal tiveram crises envolvendo monetização e economia, é outro aspecto que só poderemos ver de verdade quando o jogo for lançado.

No fim das contas, Diablo IV segue ainda mais viciante do que parecia ser nos testes Alpha e Beta. Seu mundo é gigantesco e repleto de histórias sombrias e cativantes, e seu combate é frenético e delicioso. Tudo é tão grandioso que dez dias não deram conta de satisfazer nossa vontade de transitar por esse mundo repleto de anjos, demônios, sangue e violência.

É preciso mais tempo para entender profundamente seus erros e acertos, mas com certeza o game acertou em algo quando a vontade de jogar continua mesmo após quase duas semanas matando monstros, upando e coletando loot.

Diablo IV chega ao Xbox One, PlayStation 4, PC, Xbox Series X | S e PlayStation 5 em 6 de junho. O texto acima foi feito com base na versão de Xbox Series X.

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