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Na mostra NewGame+, Tiani Pixel e Fernanda Dias, dupla que lidera o estúdio Pixel Punk, revelaram diversas curiosidades sobre o desenvolvimento do novo jogo, Abyss X Zero, em entrevista ao NerdBunker.
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Abyss X Zero nasceu, por exemplo, de protótipos com os quais a dupla brincava para desestressar do trabalho em Unsighted, primeiro jogo do estúdio, que foi lançado em 2020. “Muitas vezes a gente descansava trabalhando em outras coisas. Só porque [não queríamos] odiar desenvolvimento de jogos pra sempre”, brinca Fernanda.
Para contextualizar, a dev explica que o ritmo é diferente: tanto ela quanto Tiani costumam focar nas partes mais legais primeiro, deixando para depois o que consideram mais trabalhoso ou burocrático: localização, consertar bugs que o QA encontrou, certificação dos consoles e coisas assim. “São partes mais chatas, mas tem que fazer, claro, senão o jogo não sai.”
“E aí é isso, a gente pega pra fazer alguma outra coisa, nem que seja um dia, bem rapidinho, só pra lembrar que game dev é legal, na verdade. E que não se resume só a resolver os bugs que o pessoal tá reportando.”
Mesmo depois do lançamento do primeiro game, a dupla continuou experimentando protótipos de jogos de fazendinha com recursos online, game de plataforma, algo do gênero RTS inspirado em Pikmin, etc. Até que, naturalmente, as duas começaram a tentar criar algo mais ou menos parecido com Unsighted, só que em 3D de verdade.
“Foi a ideia que mais foi pra frente porque a gente já tinha toda essa experiência do Unsighted. Experimentamos com vários protótipos muito diferentes que a gente até tem vontade de revisitar algum dia. Mas o Abyss X Zero foi pra frente mais rápido porque conseguimos aplicar muita coisa do Unsighted imediatamente — de game design até, de filosofia, etc..”
Com isso, o desenvolvimento de Abyss X Zero começou de maneira orgânica. “Nós não sentamos e pensamos nele do começo ao fim. Ele foi meio que um protótipo que a gente estava brincando ali e, ‘ah, vamos ver aonde que isso vai dar…’, ‘vamos ver se eu consigo fazer a personagem desse jeito, se eu consigo fazer animação em 3D’ e tudo mais”, revelou Fernanda.
Tiani reitera que Unsighted tinha muitas limitações de level design e de perspectiva por ser um jogo de visão top-down em 2D. Somando isso com a experiência adquirida, a dupla conseguiu reaproveitar muita coisa em Abyss X Zero — de código de gameplay, da IA e o comportamento dos inimigos, etc. “É até engraçado que o primeiro inimigo que a gente fez do Abyss X Zero é uma aranhazinha robótica que é igual a do Unsighted”, explicou a dev.
“A gente quer fazer uma expansão, quase uma sequência espiritual do Unsighted, apostando em tudo que deu certo. Tem muitas partes que foram elogiadas, e essas partes a gente pretende manter, até expandir um pouco mais pra ver se as pessoas gostam, e as partes que não gostamos tanto, vamos tentar melhorar, fazer diferente, experimentar algo novo. E esperamos que as pessoas gostem!”
Abyss X Zero tem um gerenciamento mais complexo mesmo, e uma variedade maior de armas. Nesse ponto, Tiani explica que no desenvolvimento de Unsighted, ela e Fernanda já queriam que a protagonista tivesse várias armas diferentes. Mas como o jogo foi feiro em 2D, para cada arma, seria necessário modificar os mais de mil frames e sprites da personagem principal, ou ainda, redesenhar todas as animações com os novos equipamentos.
Em 3D, porém, é mais fácil substituir um modelo enquanto se reaproveita a animação. Por conta disso, até mesmo criou-se um meme de que Abyss X Zero tem mais de 100 armas. “Agora que dá pra trocar a arma fácil, vamos botar um tanto de arma diferente. Dá pra trocar até a roupinha. A gente sempre quis fazer um jogo que dá pra trocar a roupinha da personagem”, brincou Tiani.
Abyss X Zero ainda não tem uma data de lançamento fechada, mas a expectativa é que o título fique disponível em 2026.
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Gabriel Avila
Jessica Pinheiro)
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