Um dos jogos mais procurados pelos visitantes da mostra NewGame+ foi Abyss X Zero, título desenvolvido pelo Pixel Punk — sim, o mesmo estúdio do aclamado Unsighted, liderado por Tiani Pixel e Fernanda Dias.
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E tal preferência não foi à toa. Digamos que o tempo que passei jogando Abyss X Zero me impressionou de ponta a ponta, com a execução de um gameplay versátil, combates divertidos, trilha sonora dinâmica e visuais lindos.
Um começo instigante

A demonstração estava disponível no evento em três modalidades: uma introdução de nível fácil que serve para apresentar os comandos e conceitos básicos aos jogadores; uma masmorra de nível intermediário com bastante exploração, quebra-cabeças para resolver e habilidades para conhecer; e uma batalha extra contra um chefão de nível difícil.
Importante dizer, porém, que a demonstração levada à mostra não foca na narrativa, deixando muitas perguntas para aqueles que se aventuraram na versão de testes. E tudo bem. No meu caso, saí de toda a experiência ainda mais curiosa e engajada em Abyss X Zero do que quando comecei a jogá-lo. Mas enfim, vamos à experiência do hands-on.
A primeira parte (e a mais curta das três demonstrações) serviu como tutorial, apresentando os movimentos básicos que as personagens têm a seu dispor: andar ou correr com o direcional esquerdo e mover a câmera com o direito, pulo, dash (no chão para desviar de golpes e no ar para ganhar tração), e combate com armas de curto e longo alcance.
O cenário é um laboratório destruído, e uma das protagonistas (a de cabelos longos e rosa) é enviada para investigar o que aconteceu e porque os policiais enviados anteriormente não respondem. Não demora muito para perceber que algo deu terrivelmente errado nesse lugar, até porque os corpos dos oficiais mortos se levantam e começam a atacá-la.
Embora alguns inimigos sejam zumbis nessa parte, também existem uns robôs em formato de aranha que lembram os primeiros inimigos encontrados em Unsighted. E as similaridades não terminam por aí: o trecho também termina com a protagonista de Abyss X Zero fugindo do laboratório por meio de um elevador, após despistar uma biomassa enorme e fora de controle.
Como uma grande fã de autorreferências, preciso dizer que adorei essa espécie de revival que Abyss X Zero faz ao início de Unsighted; e torço genuinamente para que este trecho esteja na versão final do jogo.
Sensação de um Zelda clássico

Terminado o tutorial, comecei imediatamente a jogar a segunda parte da demonstração. Na masmorra, a personagem jogável é a outra — a boneca de cabelos curtos e pretos. O cenário também muda e passa a ser uma espécie de templo que é, simultaneamente, rústico e futurista, trazendo plataformas em formato de parafusos e engrenagens, e mecanismos que devem ser ativados para progredir.
Também me chamou atenção as diversas estátuas do que parece ser uma entidade feminina, espalhadas pelos cômodos. Todo o cenário da masmorra traz uma atmosfera familiar, mas, ao mesmo tempo, singular, que me prendeu bastante durante a exploração. A sensação foi a de estar jogando um Zelda clássico, com áreas divididas por portas trancadas, que exigem a resolução de quebra-cabeças (com as ferramentas que estiverem ao seu dispor), a fim de encontrar as chaves para avançar.
Explorando essa área, encontrei a habilidade do pulo duplo e aprendi que as protagonistas podem usar parry em golpes físicos ou em projéteis. Também coletei inúmeras armas quebráveis, as quais são deixadas pelos inimigos; e encontrei alguns itens de customização para a personagem — o qual não mexi muito, confesso.
A trilha sonora, por sua vez, cumpriu com maestria o papel de envelopar toda a experiência, oferecendo bastante imersão. As melodias também alternam em tempo real, tornando-se mais agressivas quando o jogador entra em batalha, o que traz mais dinâmica às composições que acompanham a aventura.
Ao final da masmorra encontrei um chefão em uma batalha repleta de padrões de ataques — e não estou reclamando nem um pouco disso! Os segmentos de golpes executados pelo inimigo seguiam sempre uma ordem específica, mas sem deixar de exigir respostas rápidas do jogador; o que, para mim, tornou o combate em uma experiência extremamente dinâmica, fugindo completamente das “esponjas de dano” que encontramos na maioria dos games. Além disso, não posso deixar de exaltar como foi prazeroso usar parry para defletir os raios laser, por exemplo.
Derrotando o chefão, coletei a arma e o escudo deixados pelo inimigo e segui para a saída, onde a protagonista foi abençoada por uma estátua, ganhando um item importante para cumprir sua missão — seja ela qual for.
Por fim, encarei o último trecho da demonstração: um desafio contra um chefão. Aqui, controlei a mesma protagonista da masmorra, mas o cenário era outro: uma floresta com ruínas e vários baús, cheios de armas para que o jogador pudesse se preparar.
Quando alcancei a arena onde acontece o embate, eis a minha maior surpresa: uma versão low-poly e igualmente carismática de Sif, o lobo que carrega uma espada na boca (e que você é infelizmente obrigado a derrotar) em Dark Souls. Até mesmo a música tema de batalha se torna mais dramática quando a luta se inicia na demonstração, remetendo perfeitamente a um dos momentos mais marcantes do título da FromSoftware.
Completo e promissor

Ao final de toda a demonstração, tive o sentimento de que Abyss X Zero é um dos jogos mais promissores dos últimos tempos, entregando um gameplay completo, visuais belíssimos, trilha memorável e uma premissa interessante. Tão bem polido e funcional que não é de se indignar quando alguém comentava que o jogo já estava pronto para ser lançado.
Infelizmente, porém, ainda não existe uma previsão de lançamento para Abyss X Zero. A janela inicial de chegada do jogo é 2026, mas pode ser que demore mais. Por aqui, sigo ansiosíssima para testar novamente, ou até mesmo jogar um trecho diferente quando for possível.
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