A Warner Bros. foi processada pela produtora Village Roadshow Pictures por conta da estratégia de lançamento de Matrix Resurrections, quarto filme da franquia de ação. O longa chegou aos cinemas em dezembro de 2021, com estreia simultânea no catálogo do HBO Max dos Estados Unidos.
Segundo informações do processo, divulgadas pela Variety, a VR acusa a Warner de “deliberadamente prejudicar a bilheteria do filme para valorizar o HBO Max.”
O filme de Lana Wachowski faturou, até fevereiro deste ano, um total de US$ 153 milhões, contra um custo de produção de US$ 190 milhões, fora verbas para lançamento e marketing.
Em trecho do processo, lê-se:
“A estratégia da WB não apenas garantiu que Matrix Resurrections seria um fracasso de bilheteria, como também prejudicou seriamente à franquia inteira. Não há dúvida de que os números abismais das vendas de bilheteria para o filme diminuem o valor desta franquia, pois a falta de rentabilidade geralmente impede estúdios de investirem em continuações e filmes derivados a curto prazo.”
Matrix Resurrections foi parte dos lançamentos da Warner em 2021 que ganharam lançamento direto em streaming, assim como Duna e O Esquadrão Suicida. A decisão da empresa foi alvo de críticas de cineastas como Christopher Nolan e Denis Villeneuve.
Segundo a matéria da Variety, a Warner teria firmado contratos com a diretora Lana Wachowski e com os astros Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss, cobrindo eventuais perdas na bilheteria dos cinemas, mas “encerrou negociações” com a Village Roadshow, que não teria recebido pelas exibições no streaming.
A produtora também afirma que não foi consultada na decisão de lançar o filme para streaming.
Em comunicado, a Warner alega ter entrado com pedido de arbitragem com a Village Roadshow, para definir a solução do caso. No Direito, o método é usado para a resolução de conflitos, sendo escolhida uma entidade privada (ou pessoa) para mediar a conciliação entre ambas as partes, sem a participação do Judiciário.
A Warner alega:
“Essa é uma tentativa fútil da Village Roadshow de fugir de seu compromisso contratual de participar na arbitragem iniciada contra eles na semana passada. Não temos dúvida que este caso será resolvido a nosso favor.”
A VR co-produziu os três filmes anteriores da franquia para o estúdio, além de longas como Coringa (2019) e Mad Max: Estrada da Fúria (2015).
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