À época do Oscar 2019, o debate sobre a possibilidade de filmes da Netflix e outros serviços de streaming competirem na premiação surgiu de novo. Na ocasião, Steven Spielberg foi uma voz ativa no movimento contra a inclusão das produções feitas por tais empresas concorrerem.
Segundo a Vulture, o Departamento de Justiça dos EUA enviou uma carta para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, deixando claro que banir os longas do evento pode ser considerado uma prática ilegal. O texto diz:
Sob a ótica de que a Academia — uma associação que traz diversos competidores entre seus membros — estabelece certos requisitos de eligibilidade para o Oscar que elimina possíveis concorrências sem justificativas pró competição. É uma conduta que pode levantar preocupações acerca de monopólios.
Em comunicado enviado à Vulture, um porta-voz da Academia respondeu que o membro diretivo da instituição discutirá a carta enviada em sua próxima reunião, que acontece em 23 de abril.
Segundo Spielberg, existem enormes diferenças entre produções feitas para o streaming ou para as telonas. Uma das principais reclamações é a de que os filmes da Netflix não respeitam a janela de 90 dias entre o lançamento nos cinemas e a versão de Home Vídeo, além de o filme estar disponível a qualquer hora em mais de 190 países, o que tornaria a disputa injusta.
A Netflix normalmente lança seus filmes no cinema em um circuito limitadíssimo para poder se adequar as regras do Oscar — que exige ao menos algumas exibições na sala escura. Essa estratégia é outro ponto questionado pelo grupo, já que Roma ficou apenas três semanas em cartaz, não disponibilizou seus dados de bilheteria, e supostamente teve um investimento de quase US$ 60 milhões na campanha de publicidade para o Oscar.