O filme O Agente Secreto ainda sequer foi lançado e já está atraindo comparações com Ainda Estou Aqui (2024). Afinal, são dois filmes brasileiros situados na ditadura e comandados e estrelados por grandes nomes do nosso cinema. Porém, para o ator Wagner Moura, o novo longa tem uma "abordagem diferente" do período.
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O Agente Secreto fará sua estreia no Festival de Cannes 2025. Em preparação para o evento, a Vanity Fair entrevistou Wagner Moura e o papo acabou caindo em Ainda Estou Aqui. Primeiro, o próprio ator citou a importância do filme com Fernanda Torres abordar as coisas ruins feitas pela ditadura:
"É louco como o filme de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, se tornou uma coisa entre jovens no Brasil. Eles nem sabiam que passamos por uma ditadura! Tem um aspecto pedagógico nisso que achei interessante, embora seja a arte que tenha nos conectado com isso."
Na sequência, o astro foi questionado se acredita que o entusiasmo com o cinema brasileiro foi renovado com o sucesso mundial do filme. Citando que esse prestígio chegou após o governo de Jair Bolsonaro, que ativamente atacou o "setor cultural" do país, o ator acredita que "Ainda Estou Aqui reconectou o público brasileiro com nosso cinema, como um filme para adultos e um filme sobre uma época muito específica em nossa história que é uma cicatriz que ainda não fechou".
"Temos no Brasil uma coisa horrível chamada Lei de Anistia, em que torturadores, assassinos e todo mundo simplesmente saiu livre do que fizeram. Quando Walter Salles faz um filme sobre isso, é visto pela quantidade de pessoas que o assistiram, com o tanto de gente que foi ao cinema – e a quantidade de pessoas que estavam torcendo para Fernanda Torres no Oscar, olhando para ela e dizendo 'aquela artista nos representa. Há uma artista brasileira que nos representa no Brasil' – isso é ótimo. Diz muito sobre nosso país, que está nesse momento polarizado horrível. Foi uma artista representando o país. A narrativa daquele filme traz assuntos e, além disso, as pessoas estão 'ah meu Deus, então isso realmente aconteceu? P*** merda, isso é f***."
Por fim, Wagner Moura explicou que O Agente Secreto fala sobre a época da ditadura de uma forma diferente de Ainda Estou Aqui:
"O filme do Kleber [Mendonça Filho] tem uma abordagem diferente daquele período (...) Acho que terá um efeito político, mas também um efeito artístico. É tão brasileiro quanto poderia. É um filme lindo dirigido por alguém que sabe muito sobre cinema e viu muitos filmes. Ele é um artista com muita sensibilidade."
O longa foi descrito pela Vanity Fair como um "suspense de conspiração focado em personagem". Segundo Kleber Mendonça Filho, "a parte complicada foi fazer um filme muito brasileiro com algumas dessas ferramentas incomuns para um filme brasileiro".
Além da entrevista com Wagner Moura, o site divulgou uma foto inédita de O Agente Secreto. Você pode conferir a imagem abaixo:

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O Agente Secreto conta a história de Marcelo (Wagner Moura), um acadêmico se escondendo em Recife em 1977 enquanto busca por documentos escondidos para um projeto pessoal.
Com estreia marcada para o Festival de Cannes 2025, que acontece entre 13 e 24 de maio. O lançamento no Brasil ainda não tem data marcada.
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