O Oscar 2025 está chegando com um gostinho especial para os brasileiros, graças às indicações de Ainda Estou Aqui. Autor do livro que deu origem ao filme, o escritor Marcelo Rubens Paiva comentou as chances do longa ser premiado na cerimônia. Em sua opinião, elas são “fortes”.
- Todos os prêmios de Ainda Estou Aqui (até agora)
- Conheça o livro que inspirou Ainda Estou Aqui, indicado ao Oscar
Marcelo Rubens Paiva escreveu o livro de Ainda Estou Aqui, que conta a história da própria família com foco na mãe, Eunice (Fernanda Torres). Na década de 1970, ela precisa cuidar da família enquanto busca respostas pelo desaparecimento do marido, Rubens (Selton Mello), durante a ditadura.
O filme que adapta a obra recebeu três indicações, incluindo a de Melhor Filme Internacional. O autor disse, no X, que há grandes chances do longa brasileiro vencer a categoria, especialmente porque a votação aconteceu após Emilia Pérez, considerado o grande concorrente, se envolver em polêmicas:
“Vai ser a primeira e única vez que falo de Oscar. Tem muita desinformação na imprensa brasileira. Chances de ganharmos melhor filme estrangeiro são fortes. Todos os prêmios que Emilia Pérez ganhou, como Bafta e Globo de Ouro, foram "votados" antes das polêmicas que o filme gerou”
Marcelo Rubens Paiva também falou sobre a disputa na categoria de Melhor Atriz. Ele minimizou o impacto da esnobada que o prêmio britânico BAFTA deu em Fernanda Torres, que não foi indicada a Melhor Atriz:
“A disputa está acirrada? Todo ano é assim. O Bafta de fato embolou. Mas tem um detalhe: Ainda Estou Aqui estreia apenas hoje no Reino Unido. Pouca gente viu o filme por lá. Tanto que Fernandinha nem foi indicada. Minha aposta: ela ou a maravilhosa Mickey Madison [atriz de Anora] ganham o Oscar.”
Paiva comentou também a dificuldade em prever o vencedor na categoria de Melhor Filme, a qual Ainda Estou Aqui também concorre. Porém, em sua opinião, Melhor Direção e Melhor Ator vão para O Brutalista:
“Porém, entre 10 mil votantes do Oscar, mais de 1 mil são ingleses e franceses. O cenário fica incerto como Melhor Filme. Para mim, fica entre Conclave e Anora (apesar de ser uma comédia confusa). [O diretor] Brady Corbet e [o ator] Adrien Brody de O Brutalista são nomes certos (que trilha...)”
Durante os pitacos, o escritor aproveitou para cutucar parte da crítica brasileira, especialmente a parcela que tenta negar o cunho político de Ainda Estou Aqui:
“E me desculpem, sou do meio, 40 anos de experiência. Como a crítica especializada brasileira decaiu tanto? Falar que o filme não é político é uma afronta à nossa história. Quem mais acertou foi uma jovem de origem asiática da Variety: “Clássico na forma, radical na empatia”.
Marcelo Rubens Paiva encerrou com bom humor, brincando que as opiniões acima vieram não do autor de Ainda Estou Aqui, mas do “colunista, jornalista e diletante”. “Todo ano dou pitacos sobre os ganhadores do Oscar. E, claro, erro quase sempre, como todos e todas colegas [risos]”, disse.
- Comovente, Ainda Estou Aqui discute a impunidade dos crimes da ditadura militar | Crítica
- Lá do Bunker especial Oscar 2025: Melhor Filme
Ainda Estou Aqui está em cartaz nos cinemas do Brasil. O livro está à venda com desconto na Amazon. Se você comprar pelo nosso link, o Jovem Nerd pode receber uma comissão.
Vale lembrar que o Lá do Bunker, o podcast do NerdBunker no feed no NerdCast, está lançando episódios especiais sobre os indicados ao Oscar 2025. Você pode ouvir os programas clicando aqui.
Fonte: Marcelo Rubens Paiva, via X