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Criador da Blumhouse alfineta Hollywood pelo apego com velhas franquias
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Criador da Blumhouse alfineta Hollywood pelo apego com velhas franquias

Jason Blum, produtor de Sobrenatural (e muitos outros filmes), explica ao NerdBunker como sua produtora dá atenção à ideias originais e cineastas novatos

Arthur Eloi
Arthur Eloi
03.jul.23 às 20h00
Atualizado há quase 2 anos
Criador da Blumhouse alfineta Hollywood pelo apego com velhas franquias
Halloween (2018)/Divulgação

A Blumhouse Productions é, sem dúvidas, a maior produtora de horror atual. Talvez você a conheça pela trilogia mais recente de Halloween, ou então por franquias contemporâneas, como Sobrenatural, A Morte Te Dá Parabéns, The Purge e Atividade Paranormal. Nesse portfólio, ainda há vários filmes originais, como Corra! e Nós, dobradinha de Jordan Peele, e também Whiplash e Infiltrado na Klan.

Na era em que Hollywood se vê seduzida por grandes franquias, propriedades intelectuais conhecidas e universos compartilhados, o catálogo da Blumhouse é admirável. Sem gastar muito dinheiro, a produtora mantém um fluxo constante de novas ideias e obras por cineastas novatos, ao mesmo tempo que toca franquias duradouras e reboots de clássicos do passado, como Halloween e, futuramente, O Exorcista.

Para entender como alcançar esse impressionante equilíbrio entre o novo e o velho, o NerdBunker tirou suas dúvidas com ninguém menos que Jason Blum, o fundador da Blumhouse. Em entrevista exclusiva, para divulgar o vindouro Sobrenatural: A Porta Vermelha, o produtor revelou sua abordagem: nunca se esquecer que toda franquia estabelecida surgiu a partir de filmes que, em algum momento, foram ideias originais e arriscadas. Parece simples, mas muitos estúdios parecem não lembrar disso.

Hollywood frequentemente esquece que não há franquias sem ter filmes originais. Toda franquia começa em algum momento, certo?”, indagou Blum. O produtor explicou que a Blumhouse sempre tenta dar atenção para projetos inéditos. “Colocamos muita importância nisso. Temos previsto para janeiro um filme chamado Night Swim, que será original assim como foram O Telefone Preto e M3GAN”.

Os dois exemplos que Jason Blum citou representam bem a abordagem da produtora. O Telefone Preto é baseado em um conto de Joe Hill, o filho de Stephen King, é dirigido por Scott Derrickson (A Entidade, Doutor Estranho), e estrelado por Ethan Hawke (Boyhood, Cavaleiro da Lua) como um vilão medonho. Dificilmente um “filme indie obscuro”, certo?

Blumhouse equilibra franquia estabelecidas com projetos inéditos, como foi o caso de M3GAN [Créditos: Divulgação]
No caso de M3GAN, seus maiores nomes são a produção de James Wan (Invocação do Mal, Aquaman) e da Blumhouse. O restante da equipe é composto por cineastas relativamente novatos, como o diretor Gerard Johnstone (Housebound) e a roteirista Akela Cooper (Maligno). O elenco não traz nenhum grande nome, daqueles que dá para estampar no pôster. Todo o apelo do filme foi uma boneca assassina dançante, que ajudou a viralizar o trailer.

Ainda assim, tanto O Telefone Preto quanto M3GAN foram impressionantes sucessos de bilheteria para a Blumhouse. Com orçamentos pequenos que não passam nem de US$20 milhões, as criações da produtora viram lucro em questão de alguns dias em cartaz. A partir desses sucessos comprovados, criam-se novas franquias — M3GAN já tem continuação em desenvolvimento —, e sobra um troco para investir na retomada de sagas estabelecidas.

Matemática do horror

Sorridente, Jason Blum explica que a Blumhouse divide sua atenção entre ideias originais e franquias [Créditos: NerdBunker/Reprodução]
O vindouro The Exorcist: Believer, que chega aos cinemas em outubro de 2023, fará continuação direta ao clássico atemporal de 1973. O projeto é tocado por David Gordon Green, que já mostrou sua força com a nova trilogia de Halloween. Tendo em mãos o que são duas das maiores franquias de terror já feitas, muitas produtoras poderiam se deixar seduzir pelo apelo de revirar o passado.

Segundo Jason Blum, há um esforço consciente para escapar da armadilha da nostalgia:

Não é uma divisão exata, mas tentamos fazer 50% de filmes originais, e os outros 50% de continuações. Tento manter isso na cabeça para nunca pender muito para o lado das franquias estabelecidas, já que assim ficamos sem criar novas.

Nem toda produção da Blumhouse dá sucesso ou ganha continuação, mas a produtora tem um histórico de acertos impressionante, ao ponto de virar caso de estudo e fascínio por entusiastas. Dentre os fãs de horror, “um filme da Blumhouse” é um título que pede por atenção, portanto é ótimo que haja esforço em direcionar esses olhares além do que é seguro, apostando em novas ideias e cineastas.

Como Jason Blum deixou claro, há dinheiro a ser ganho ao apostar em gente nova e projetos ousados, mas o produtor afirma que equilibrar a novidade com o que é conhecido pode ser criativamente agradável: “Há algo divertido em ambos, e eu não gostaria de ficar fazendo só um tipo de filme”, explicou. “Gosto de como os parâmetros criativos são diferentes em franquias e em ideias inéditas”.

Sobrenatural: A Porta Vermelha chega aos cinemas em 6 de julho. O longa, que é o quinto título da franquia, marca a estreia do ator Patrick Wilson (Invocação do Mal, Aquaman) como diretor.

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