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Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica | Crítica
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Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica | Crítica

Um filme tímido, que chega devagar, com receio de mostrar o seu valor

Marina Val
Marina Val
04.mar.20 às 11h23
Atualizado há mais de 1 ano
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica | Crítica

O novo filme da Pixar, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, se passa em um mundo muito parecido com o nosso, no qual os indivíduos desenvolveram tecnologias similares às que conhecemos, como aviões, automóveis, eletrodomésticos e celulares. A maior diferença é que quem povoa esse lugar não são humanos, mas sim sereias, centauros, fadinhas, ciclopes e trolls. Além disso, em algum momento da história, todos esses seres eram capazes de usar magia, mas pararam de usar por conta da praticidade do mundo moderno.

Nesse contexto, somos apresentados a dois irmãos elfos com personalidades totalmente distintas. O mais jovem, Ian Lightfoot, é tímido e tem dificuldade de se enturmar na escola, sonhando em ser mais confiante como o pai, que morreu antes mesmo dele nascer. Enquanto Barley, o mais velho, é super extrovertido, adora RPG e vive perdido em suas fantasias. Os dois entram juntos em uma jornada para reencontrar, por apenas um dia, o falecido pai.

A construção do mundo é incrível. Ver criaturas gigantescas, como trolls, interagindo com seres minúsculos, como as fadinhas, em uma cidade que mistura construções contemporâneas com telhados de cogumelos gigantes, realmente faz o público sentir um pouquinho de como é viver ali.

É quase como se a magia escapasse um pouquinho da tela do cinema e coisas como um dragão de estimação ou feitiços para evitar o trânsito parecessem possíveis. De repente, até o conhecimento acumulado de anos de sessões de RPG parece mais útil para situações do dia a dia.

Se fazer o espectador mergulhar em um mundo fantástico é algo que a Pixar faz com excelência, o ponto fraco do filme acaba ficando mesmo no roteiro. A história em si é divertida e os personagens são críveis e carismáticos, a dublagem brasileira está excelente, e tem momentos que deixam o coração quentinho, mas ainda é um road movie que segue todas as ideias básicas do gênero e não traz nenhuma grande surpresa.

Mesmo a relação com a morte, que é algo tão pessoal para o diretor Dan Scalon por ele ter também ter perdido o pai quando ainda era criança, acaba não tendo tanto impacto quanto Viva - A Vida é uma Festa, outro longa do estúdio. Só criar um universo maravilhoso não é suficiente para toda a carga emocional que o longa gostaria de (ou deveria) transmitir.

Assim como Ian Lightfoot, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica é um filme tímido, que chega devagar, com receio de mostrar o seu valor. Ele aposta no seguro e, por mais que isso não seja exatamente errado, acaba o excluindo do grupinho descolado dos grandes filmes da Pixar.

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