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David F. Sandberg, diretor de Annabelle 2, não deixou Hollywood subir à cabeça
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David F. Sandberg, diretor de Annabelle 2, não deixou Hollywood subir à cabeça

Conversamos com David F. Sandberg no set de Annabelle 2 - A Criação do Mal, na Califórnia

Marina Val
Marina Val
15.ago.17 às 11h07
Atualizado há mais de 7 anos
David F. Sandberg, diretor de Annabelle 2, não deixou Hollywood subir à cabeça

No ano passado, fomos convidados pela Warner Bros. para acompanhar um dia de gravações de Annabelle 2 – A Criação do Mal na Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, pudemos conversar com o elenco e com com David F. Sandberg, diretor do filme, junto com outros jornalistas da América Latina.

Ao falarmos sobre terror, gênero que Sandberg já havia explorado em seus curtas, o diretor explicou que foi fascinado por horror e ficção científica desde a infância e disse que começou a assistir tais longas muito antes de ter idade suficiente para ver esse tipo de obra. Alguns de seus clássicos favoritos, que ajudaram a influenciar o seu trabalho, incluem O Enigma de Outro Mundo, O Exorcista, O Iluminado, Alien e Tubarão.

Talvez por conta de ter sido apresentado tão cedo ao terror, a visão dele em relação ao estilo é bastante particular. Ao invés de focar apenas em dar sustos gratuitos no público, ele vê esse gênero como uma maneira diferente de mostrar uma realidade:

Eles meio que mostram a vida de uma maneira bem subjetiva. Por exemplo, em O Iluminado. O filme meio que é sobre um garoto que tem um pai alcoólatra, e para ele, pode parecer que o pai está sendo possuído por algo maligno, mas você pode mostrar isso de uma maneira que é muito mais subjetiva.

Segundo o diretor, ele tenta não mostrar muito em seus obras pois acredita que é mais assustador quando você não tem muita certeza do que está acontecendo e o que pode atacar você. Um bom indício de que ele é a pessoa certa para comandar Annabelle 2 – A Criação do Mal.

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Apesar de suas produções terem agradado a Warner ao ponto disso ter rendido um convite para dirigir um dos filmes do universo cinematográfico da DC, Shazam!, o diretor é modesto. Ele se mostrou um tanto incrédulo com a fama que conseguiu graças aos seus curta-metragens independentes que fez em parceria com sua esposa, Lotta Losten (que protagoniza todos os curtas):

Quando nós fomos para o tapete vermelho no outro dia eu fiquei pensando “Tudo isso só aconteceu pois nós fizemos um curta de dois minutos e meio”. Nós filmamos em uma noite depois que Lotta saiu do trabalho e agora tem todos esses repórteres, pôsteres e tudo isso foi só porque fizemos aquilo, só ela e eu. É meio como um efeito borboleta.

Um dos curtas de Sandberg, Lights Out, que virou o longa Quando as Luzes se Apagam graças à Warner, viralizou na internet através do Reddit e abriu portas para que ele trabalhasse em produções maiores.

Ao ser questionado se algum de seus outros curtas pode também virar uma produção hollywoodiana, David F. Sandberg comentou que adoraria que isso acontecesse:

Lotta [Losten] e eu estamos escrevendo um roteiro de um filme baseado em Pictured, que é outro curta que fizemos. Nós também temos um curta chamado Cam Closer que é sobre um celular através do qual é possível ver o futuro, e eu sinto que essa é uma ideia que pode funcionar em um longa também. Veremos.

Recentemente, Sandberg se mudou da Suécia para Los Angeles, nos Estados Unidos, para dirigir filmes como Annabelle 2 e Shazam!, mas não deixou de lado os curtas que faz com a esposa. Um dos mais recentes foi Closet Space, que foi produzido pela dupla assim que as filmagens de Quando as Luzes se Apagam foram concluídas.

É uma coisa divertida de se fazer sem pressão, então nós podemos levar o tempo que quisermos, podemos fazer o que quisermos. Somos só ela e eu, então eu pretendo continuar fazendo isso. E também passa a sensação de uma rede de proteção se esse lance de Hollywood não der certo. Nós podemos continuar fazendo nossos filminhos, sabe, nós temos uma câmera.

Em todos os seus filmes, Sandberg sembre foi bem aberto em relação ao processo de produção, disponibilizando making of dos curtas e também diários de produção dos longas. Ao ser questionado sobre o motivo para isso, o diretor explicou de maneira bem objetiva:

Eu sinto que isso é o que eu gostaria de saber. Tipo, como as pessoas fazem essas coisas e qual o raciocínio por trás disso tudo, então eu disponibilizo para outras pessoas como eu.

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Sandberg comentou também sobre como se sentiu extremamente honrado e feliz quando foi convidado para fazer Annabelle 2:

Eles vieram me convidar e eu fiquei tipo “Ok, então eles provavelmente gostaram de Quando as Luzes se Apagam. Eles provavelmente estão bem felizes com aquilo já que eles vieram me convidar para fazer isso”. E eu amo muito esse universo de Invocação do Mal e Annabelle, é muito divertido entrar nesse mundo, poder brincar com isso e ainda deixá-lo com a minha marca. É isso que eu amo sobre esse filme. Ele é um filme bem separado pois não é uma sequência direta com o mesmo elenco ou qualquer coisa do primeiro Annabelle, então eu sinto que tenho liberdade para dar a minha cara para ele.

Sobre os supostos desafios referentes a trabalhar com um universo criado por outra pessoa, o diretor comentou que na verdade foi um processo bem divertido por conta das regras estabelecidas:

Por exemplo, você não vê a boneca. Ela não sai andando por aí. Então isso é meio divertido. Como posso fazer para deixar assustador? Ela não pode correr atrás de você, mas ela pode fazer outras coisas. Eu gosto desse tipo de limitações pois foi como o curta Lights Out aconteceu. Nós pensamos “O que podemos fazer? Só temos uma atriz.”

Sandberg também possui uma visão bastante peculiar sobre clichés. No lugar de evitá-los completamente, ele tenta usá-los a seu favor para subverter as expectativas:

Às vezes nós podemos usar os clichés só para fazer o oposto. Por exemplo, em Quando as Luzes se Apagam, nós temos o personagem do namorado e todo mundo já espera “Ah, ele é o namorado, ele vai morrer”, mas ele acaba sendo engenhoso, sobrevive e supera as dificuldades. Então eu acho que é bom conhecer os clichés e então transformá-los em algo diferente para que ninguém esteja preparado para o que vai acontecer.

Esperamos que ele consiga subverter as expectativas com Annabelle 2 – A Criação do Mal e nos surpreenda no cinema.


Em Annabelle 2 – A Criação do Mal, um fabricante de bonecas e sua esposa cedem abrigo para uma freira e várias garotas órfãs que haviam sido despejadas de seu antigo lar. Porém, logo as meninas começam a ser alvo de uma das bonecas que havia sido possuída por um espírito maligno, Annabelle.

O longa tem direção de David F. Sandberg, roteiro de Gary Dauberman e produção de Peter Safran e James Wan.

Annabelle 2 – A Criação do Mal tem estreia prevista para 17 de agosto de 2017.

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