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Crítica: Creed - Nascido para Lutar
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Crítica: Creed - Nascido para Lutar

Tanto o filme quanto o personagem principal lutam para conquistar um espaço próprio e não viver às sombras de seus antepassados.

André Pilli
André Pilli
18.nov.15 às 11h00
Atualizado há mais de 9 anos
Crítica: Creed - Nascido para Lutar

Tendo sido criado assistindo Rocky e lutando boxe, chegar na Filadélfia foi algo especial. O tempo estava ruim, mas mesmo assim eu estava muito feliz, e a cada esquina que o taxi virava a caminho do hotel, eu tentava lembrar se aquela rua já tinha aparecido nos filmes de algum jeito. Mas embora maravilhado com a cidade e a nostalgia, eu estava preocupado que “Creed” viria a ser só mais um filme tirando proveito do sucesso de uma franquia bem sucedida.

Por isso entrei no cinema meio sem esperanças, achando que o filme seria previsível. E nunca fiquei tão feliz em estar errado.

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Meu principal meio de descobrir se um filme é bom ou não, é se ele me faz rir ou chorar. Mas são raros os filmes que me afetam destas duas maneiras ao mesmo tempo, e esse foi um deles. Muito disso se deve à atmosfera do filme. Muitas vezes nos sentimos redescobrindo lugares através de Adonis Creed. Afinal, é a primeira vez que ele visita o restaurante Adrian’s ou o Mighty Mick’s, então ele tem uma curiosidade e uma maneira de explorar o lugar que seria similar a minha ou a sua. E outro fator que colabora para a imersão da audiência, são pequenas nuances que representam a geração dos personagens. Nos filmes antigos, Rocky costumava assistir as lutas de seus oponentes em VHS, hoje Adonis as assiste através do YouTube. Esse tipo de coisa colabora muito para a verossimilhança do filme.

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É evidente que existe um padrão para um filme com a temática de um lutador, e esse filme acaba seguindo esse formato clássico que envolvem treinos, um interesse amoroso, um treinador etc. Mas são as variáveis exploradas através de um viés original dentro destas diferentes fases do filme que o tornam algo fora de série. É complicado entrar em detalhes sem spoilers. Mas por exemplo, devido a sua origem incomum de família rica, Adonis é um lutador que passa por situações e questionamentos diferentes dos de Balboa. Este último, por sinal,  está em um período difícil de sua vida. Como já percebemos em “Rocky Balboa”, a Adrian era praticamente o motivo de sua existência. E agora ele está vivendo uma fase que é realidade para toda a humanidade: a velhice. Se isso já é difícil para muitos que nunca foram tão fisicamente aptos quanto um campeão mundial de boxe, imagine para ele. Mas envelhecer também tem seu lado bom, como o acúmulo de anos de experiência no ringue. Por isso o clima do filme permanece, de maneira geral, positivo.

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Nós conhecemos Adonis Johnson desde sua infância, e o roteiro conseguiu me cativar a ponto de eu sentir uma empatia por ele similar ao que senti por Rocky que, apesar de não saber muito sobre sua vida quando criança, tive diversos filmes para conhece-lo. E esse legado de filmes na verdade é uma metáfora para a própria trama de “Creed”. Tanto o filme quanto o personagem principal lutam para conquistar um espaço próprio e não viver às sombras de seus antepassados. Saí do cinema depois de muitas risadas, lágrimas e vontade de correr até o topo das escadas do Museu de Arte da Filadélfia ao som de “Gonna Fly Now”. Na falta das escadas, recomendo correr para o cinema assim que ele estrear.

Creed: Nascido para Lutar estreia dia 7 de janeiro de 2016 no Brasil

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