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Crítica: Rua Cloverfield, 10
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Crítica: Rua Cloverfield, 10

Uma produção de J.J. Abrams que não tem nada a ver com Cloverfield — Monstro, a não ser ser uma história fantástica.

André Gordirro
André Gordirro
04.abr.16 às 16h48
Atualizado há cerca de 9 anos
Crítica: Rua Cloverfield, 10

Falar de Rua Cloverfield, 10 é pisar em ovos. Ninguém quer estragar os mistérios deste suspense com flerte no fantástico. Antes de mais nada, é bom frisar que o filme não tem nada a ver com Cloverfield — Monstro (2008); basicamente, aqui o produtor J.J. Abrams usa o “Cloverfield” como uma espécie de Além da Imaginação pessoal, um selo para contar histórias dignas de habitar a “Twilight Zone” do mestre Rod Serling. O primeiro filme acompanha a fuga de seis jovens moradores de Nova York durante o ataque de um monstro, já aqui...  É difícil ir além da sinopse inicial sem estragar a experiência.

Após um acidente de carro, uma jovem (Mary Elizabeth Winstead) acorda e se vê presa em um abrigo nuclear com dois homens, um dos quais (John Goodman), o dono do local, insiste que houve uma espécie de ataque (químico? nuclear? alienígena? de um monstro?) e que o cativeiro é para a segurança dos três.

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Entre o horror de se imaginar raptada por um tarado até a descoberta de possíveis sinais de que o sujeito esquisitão possa estar sendo sincero, a protagonista passa por uma trama de suspense digna de Alfred Hitchcock — só faltou J.J. Abrams ter escalado uma atriz loura para o papel. O confinamento aumenta a tensão, e o roteiro sabe dosar a revelação de pistas sobre verdade, bem como os pequenos indícios para ela ser posta à prova ou não.

Rua Cloverfield, 10 tem dois trunfos, um à frente das câmeras, e outro que trabalhou na pós-produção. John Goodman rouba o filme como o maluco por sobrevivência que passou a vida se preparando para resistir a um apocalipse de qualquer origem. Com uma carreira que alterna tipos bonachões (Os Flintstones, Speed Racer) e figuras violentas (O Grande Lebowski, Às Margens de um Crime), Goodman tem um repertório de atuação que deixa o espectador sem saber se está bem ou mal intencionado — justamente o necessário para manter o clima de mistério.

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E, do outro lado das câmeras, Bear McCreary assina uma trilha sonora impecável, que vai exatamente de Hitchcock ao Spielberg de Tubarão. É impressionante como sua música acentua a impressão de se estar vendo um filme de suspense digno de vários predecessores. É a coroação de um trabalho que só vem melhorando, vide o recente serviço na sexta temporada de The Walking Dead, o melhor desempenho de Bear McCreary na série até agora.

Rua Cloverfield, 10 é muito bem contado, tem um suspense envolvente e sufocante, e só dá uma derrapada no final, quando exagera nas peripécias e perde um pouco o ritmo conciso e enxuto. O filme termina bem, não chega a ser estragado pelo epílogo, mas merecia uma leve poda no último trecho narrativo.

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