Durante a visita ao set de Kubo e as Cordas Mágicas, nova animação da LAIKA, tivemos a oportunidade de conversar junto com outros jornalistas com Arianne Sutner, produtora do longa.
Arianne produziu também ParaNorman, além de ter trabalhado no longa A Vida Marinha com Steve Zissou e na animação KaBlam!
Jovem Nerd News: Como vocês escolhem qual vai ser a próxima história que merece ser contada?
Arianne Sutner: Nós queremos surpreender pessoas com o que fazemos e não nos limitar a um tipo só de roteiro. Nós não ficamos procurando só por algo que combine com animações e stop-motion, mas queremos explorar histórias que em sua essência conversem com os mais diversos públicos: crianças, adultos, adolescentes, todo mundo.
JNN: Um tema que é recorrente nas animações da LAIKA é que nada é o que parece. Nós veremos isso novamente em Kubo e as Cordas Mágicas?
AS: Sim, vocês vão ver isso. (risos) Isso foi muito astuto! Eu vou usar isso! (risos) Eu acho que uma das coisas que nesse você pode perceber que não é exatamente o que parece no começo é um tipo de transformação. Eu acho que todo mundo no filme se transforma e abordamos como é essa transformação mantendo a história, mantendo as lições que foram aprendidas com a família e com as pessoas que vieram antes, enquanto nos transformamos. E eu não sei se isso [nada ser o que parece] é intencional ou não, mas o que tentamos fazer é procurar histórias que sejam duradouras e que vão além do limite, que desafiem crianças e adultos enquanto os entretém.
JNN: Kubo e as Cordas Mágicas se passa essencialmente no Japão. Como vocês conseguem falar sobre uma cultura tão diferente sendo um estúdio americano? Vocês só pesquisam, têm consultores do país, viajam até lá?
AS: Existem pessoas de todas as partes do mundo aqui. E toda vez que nós encontramos um novo tema, nós tentamos mergulhar nele. Nós queremos continuar olhando para o mundo e continuar criando histórias diversificadas, então nós usamos o grupo que temos aqui e trabalhamos com consultores, como Taro Goto, e garantimos que toda a pesquisa é realmente impecável. A mitologia [de Kubo e as Cordas Mágicas] é inventada por nós e pensamos nesse filme como um encontro entre oriente e ocidente, pois leva em conta todo o nosso background, todas as nossas próprias experiências. E nós também tentamos ir direto à fonte para questões de design e qualquer coisa que seja muito específica. Nós tentamos sempre pesquisar, caso contrário nós só faríamos filmes sobre Portland, Oregon. (risos) Mas ainda tem um pouquinho de Portland lá.
Que tipo de dicas daria para alguém que gostaria de começar a trabalhar nessa área?
AS: Se estivermos falando especificamente de stop-motion, isso é algo que você tem que amar. Você tem que saber que é isso mesmo que você quer fazer, porque [stop-motion] é muito desafiador, é muito específico, é muito difícil, mas é [uma área] repleta de pessoas que amam o que fazem e que não conseguem se imaginar fazendo qualquer outra coisa.
Alguns pais e mães desestimulam os filhos a procurar empregos na área de cinema, animação ou áreas criativas por dizerem que não é rentável. O que você diria para essas pessoas?
AS: Artes visuais, artes criativas, artes comerciais especificamente estão sob enorme demanda. Nós queremos especialmente as garotas, nós queremos que as garotas estudem cinema para contar histórias, para ficar por trás das câmeras, para animar. Garotas e garotos, um/a contador/a de histórias criativo/a que tenha disciplina e que tenha estudado é algo que sempre existe demanda. E, sabe, apoie os sonhos dos seus filhos.