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Brightburn: Filho das Trevas | Crítica
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Brightburn: Filho das Trevas | Crítica

Longa tem premissa interessante, mas peca na execução

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
23.mai.19 às 11h00
Atualizado há mais de 1 ano
Brightburn: Filho das Trevas | Crítica

Grande onda do momento, os filmes de super-herói, tradicionalmente, se encaixam no gênero de ação. Brightburn: Filho das Trevas, longa produzido por James Gunn (Guardiões da Galáxia), deixa a fórmula de lado e aposta em contar uma história de terror em torno de um ser superpoderoso.

Brightburn se passa numa pequena cidade do Kansas, na qual um meteoro cai na propriedade  de um casal de fazendeiros, que descobrem, entre os destroços, uma nave que traz uma criança, que é criada por eles como um filho. Com o passar dos anos, o garoto passa a desenvolver habilidades sobre-humanas.

Apesar de emular as origens do Superman, as semelhanças com o Homem de Aço param por aí. Brandon Bryers (que, como diversos super-heróis, traz uma aliteração em seu nome) é cruel, sádico e implacável, usando seus poderes para eliminar de seu caminho todos aqueles que possam se tornar seus inimigos.

Dirigido por David Yarovesky (A Colmeia), e escrito por Brian e Mark Gunn, Brightburn se apresenta como uma proposta interessante de subverter as expectativas inerentes a um filme de super-heróis. Porém, o longa joga muito de seu potencial fora ao se apoiar somente em sustos fáceis, sem uma construção gradual da tensão, elemento tão essencial para as boas histórias de terror.

Além de abusar dos jump scares, Brightburn demonstra uma insegurança em sua própria história, querendo que o público não esqueça de jeito nenhum que se trata de um filme de terror. A falta de confiança do roteiro acaba se refletindo em sequências de violência intensa e explícita, que, apesar de serem bem feitas, se removidas da trama, não fariam falta alguma. A direção de Yarovesky também derrapa na maior parte da projeção, apostando em enquadramentos e sequências que já se tornaram clichês tanto no terror, como no filme de super-heróis, como a clássica “aparição do monstro no espelho do banheiro”, ou então o icônico voo por cima das nuvens, de Superman: O Filme (1978).

O ponto melhor desenvolvido no roteiro é a dinâmica da família Bryers perante o que está acontecendo com Brandon. Elizabeth Banks (Homem-Aranha), que vive a mãe do garoto, entrega a melhor performance do longa, conseguindo demonstrar todos os conflitos internos da personagem que quer continuar amando, apoiando e defendendo seu filho, mas que ao mesmo tempo percebe que ele é um facínora.

Jackson A. Dunn (Vingadores: Ultimato) também cria uma dinâmica interessante para Brandon, que passa de um garoto gentil para o Mal Encarnado em um piscar de olhos, com uma frieza digna de outras crianças sinistras dos filmes de terror, como Damien, de A Profecia (1976), e Isaac, de Colheita Maldita (1986).

No fim das contas, Brightburn: Filho das Trevas é um filme com uma premissa incrível, mas que acaba se perdendo em uma execução preguiçosa de seus principais realizadores. Que sirva, pelo menos, para mostrar aos estúdios que é possível trabalhar com super-heróis para além das grandes ameaças cósmicas e das batalhas épicas.

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