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Bjork fala sobre assédio sexual que sofreu de Lars Von Trier no set de Dançando no Escuro
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Bjork fala sobre assédio sexual que sofreu de Lars Von Trier no set de Dançando no Escuro

A atriz e cantora publicou um texto em seu Facebook, listando todos os acontecimentos com o diretor

Redação NerdBunker
Redação NerdBunker
17.out.17 às 18h28
Atualizado há mais de 7 anos
Bjork fala sobre assédio sexual que sofreu de Lars Von Trier no set de Dançando no Escuro

Depois da onda de acusações de assédio sexual envolvendo o produtor Harvey Weinstein, esse caso parece que está influenciando outras vítimas de abuso a se pronunciarem sobre aquilo que sofreram - tendo até mesmo um dentro da Naughty Dog, a infame empresa de games.

E agora, a atriz e cantora Björk revelou que sofreu assédio do diretor Lars Von Trier, com quem trabalhou em Dançando no Escuro, de 2000. E publicou um texto em seu Facebook, explicando todos os acontecimentos no set. Veja na íntegra:

https://www.facebook.com/bjork/posts/10155782628166460

No espírito da #MeeToo [hashtag que incentiva vítimas de abuso a se pronunciarem contra seus agressores], eu gostaria de emprestar uma mão a todas as mulheres do mundo com uma descrição mais detalhada de minha experiência com o diretor dinamarquês. É extremamente difícil revelar publicamente algo dessa natureza, especialmente quando [somos] imediatamente ridiculizadas pelos agressores. Eu sinto total empatia com todos que hesitam [em se pronunciar], por anos até. Mas eu sinto que é a hora certa, especialmente agora quando pode fazer a diferença. Aqui segue uma lista de encontros que eu conto como assédio sexual:

  1. Depois de cada take, o diretor corria até mim e colocava seus braços ao meu redor por um longo período na frente de todo o elenco ou até mesmo sozinha, e me acariciava às vezes por vários minutos contra a minha vontade.
  2. Depois de dois meses, eu disse que ele tinha que parar de me tocar, ele explodiu e quebrou uma cadeira na frente de todos no set, [agiu] como alguém que sempre pôde acariciar suas atrizes. Depois todos foram mandados para ir para casa.
  3. Durante todo o processo de gravação, tinha essa paralisação constante, embaraçosa e indesejável [dele] sussurrando ofertas sexuais com descrições bem gráficas. Algumas vezes, até com sua esposa sentada perto de nós.
  4. Quando filmávamos na Suécia, ele ameaçou que iria escalar da sacada de seu quarto [de hotel] até a minha no meio da noite com intenções claramente sexuais, enquanto sua esposa estava no quarto ao lado. Eu fugi para o quarto dos meus amigos. Isso foi o que finalmente me acordou para a severidade de tudo isso e me fez ficar firme em meu lugar.
  5. Histórias fabricadas pela imprensa sobre eu ser difícil para seu produtor, isso combina perfeitamente com os métodos de bullying de [Harvey] Weinstein. E eu nunca comi uma camiseta [boato forte da época], nem tenho certeza de que isso seja possível.
  6. Eu não concordei em ser sexualmente assediada, isso foi retratado [na época] como eu sendo difícil. Se ser difícil é ser firme e encarar esse jeito que me tratavam, eu assumo.

Esperança.

Vamos quebrar essa maldição.

A atriz em momento algum citou o nome do seu agressor, mas fica claro que ela se refere a Von Trier, por ter sido o único diretor dinamarquês com quem ela trabalhou. E que havia conflitos entre os dois no set, não é novidade para ninguém.

Em um conversa com um jornal dinamarquês, o diretor se defendeu dizendo brevemente que o que aconteceu entre ele e Björk, não é o mesmo caso envolvendo Harvey Weinsten e as (milhares de) atrizes.

Peter Aalbaek Jensen, co-produtor de Dançando no Escuro, defendeu o cineasta dizendo que pelo que se lembra, ele e Lars eram as vítimas, porque Björk era mais forte que eles e a empresa juntos. Sua declaração tem sido criticada desde então.

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