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Assistimos a "A Colina Escarlate"
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Assistimos a "A Colina Escarlate"

Cada cômodo da casa para a qual a jovem protagonista se muda é rico em detalhes, e a vontade é de se mudar para aquele lugar, com ou sem assombrações

André Duboc Ponsi
André Duboc Ponsi
15.out.15 às 20h42
Atualizado há mais de 9 anos
Assistimos a "A Colina Escarlate"

A Colina Escarlate é a nova investida de Guillermo del Toro no terror. Com uma estética vitoriana, o filme retrata a alta sociedade em meados de 1900 e fenômenos paranormais que perseguem a protagonista.

O longa conta a história de Edith Cushing (Mia Wasikowska), uma aspirante a escritora que se recusa fazer parte das frivolidades da alta sociedade e anseia em ter sua obra publicada. Ela é inspirada por Jane Austen e Mary Shelley e o filme não faz nenhuma questão de ser sutil nas referências.

Enquanto tenta digitar sua obra em uma máquina de escrever no escritório do pai, a garota conhece Thomas Sharp (Tom Hiddleston), um baronete inglês, e logo se apaixona por ele. Assombrada por fantasmas – literais e figurativos – do passado e eventos trágicos do presente, ela se muda com seu amor para uma casa no alto de uma colina com barro vermelho-sangue, onde a trama principal se desenrola.

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O clima que o diretor consegue criar logo no começo é sombrio e instigante. O primeiro encontro de Edith com fantasmas, ainda na infância, é um dos mais arrepiantes. Infelizmente, conforme a trama se desenrola, essa sensação de medo e curiosidade se dilui e os sustos vão sendo esquecidos.

A ambientação de A Colina Escarlate é visualmente deslumbrante. Cada cômodo da casa para a qual a jovem protagonista se muda é muito rico em detalhes, e a vontade é de se mudar para aquele lugar, com ou sem assombrações.

Além disso, a mansão sombria e decrépita oferece um enorme contraste com as cores vibrantes das roupas da protagonista, e mesmo com o barro vermelho que parece querer engolir a mansão.

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A Colina Escarlate, assim como o livro que Edith está escrevendo, não é uma história sobre fantasmas e sim um conto com fantasmas. Esse pequeno detalhe pode parecer insignificante, mas faz bastante diferença no desenrolar da trama.

Por não se aprofundar muito nas questões paranormais, a história segue uma linha lenta e previsível, que tem a necessidade de explicar diversas vezes a mesma coisa, subestimando a inteligência do espectador.

Guillermo del Toro fez um trabalho incrível na ambientação da história, mas infelizmente esqueceu que beleza não se sustenta sem conteúdo. A trama é rasa e os personagens mal desenvolvidos, especialmente Thomas Sharp que, apesar de ser interpretado por um bom ator, é completamente engolido pelas sombras da mansão.

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A intensidade do drama só é sentida nas protagonistas femininas, Edith Cushing e Lucille Sharp (Jessica Chastain) que conseguem alguns bons momentos de tensão durante os conflitos entre as duas.

Se você está em busca de bons sustos para o próximo dia das bruxas, talvez A Colina Escarlate não seja a melhor escolha. Porém, se você é fã de Guillermo del Toro e quer ver algo tão visualmente rico quanto O Labirinto do Fauno, já pode comprar os ingressos.

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