Posso dizer sem muitos rodeios que já tive (e ainda tenho) fones de ouvido e headsets dos mais variados tipos, incluindo, mas não limitado a, fones comuns, fones sem fio, headsets com fio P2, headsets USB, headsets sem fio e por aí vai.
Gosto de ouvir música desde os 10 anos de idade (com preferência para o rock), e sempre valorizei a qualidade de som e praticidade de uso no dia a dia. Neste contexto, testei o Kraken Kitty V2 BT, da Razer, por algumas semanas, e tenho fortes (e curiosas opiniões) sobre ele.
O charme do fone de gatinho
Uma das primeiras coisas que chama atenção no Kraken Kitty V2 BT é o visual. Recebi o headset na cor Quartzo Rosa, que não chega a ser nem pink nem rosa bebê - é um tom agradável entre essas opções, que combina bastante com um setup (gamer ou não) voltado para o rosa.
Combinando com as cores estão as orelhas de gatinho, já conhecidas de outros modelos da Razer, que são um charme à parte. Contando com luzes RGB, as orelhinhas têm um bom tamanho: não são nem grandes ao ponto de incomodar, nem pequenas o suficiente para não serem notadas.
Além das orelhas, as luzes RGB também marcam presença na lateral do headset, com o logo da marca. É preciso destacar ainda os detalhes na cor cinza, especialmente nas almofadas do headset e na parte superior. O tom escolhido combina com o rosa, deixando todo o modelo com um leve tom pastel.
De modo geral, é um headset que se destaca pelo visual, embora tenha alguns problemas de uso pelo caminho.
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Conforto e conexões
Como dito acima, o Kraken Kitty V2 BT conta com diversas almofadas na cor cinza, voltadas para o conforto. Pelo lado positivo, o modelo não dá a sensação de “aperto” na cabeça, mesmo com horas de uso, e possui até nove níveis de ajuste, para ficar maior ou menor. Infelizmente, isso não impede que o headset gere um certo desconforto por conta do peso.
Após algumas horas com ele, seja para trabalho ou jogos, há um sentimento de que as laterais começam a pesar, fazendo com que o usuário sinta a necessidade de tirar um pouco o acessório para descansar. Para um headset com proposta gamer, essa pode ser uma questão e tanto, afinal, muitos jogadores precisam ficar horas e horas conectados, e tal sensação até pode tirar a imersão em alguma partida.

De forma curiosa, isso contrasta bastante com o conforto inicial sentido com o headset. Para uma reunião de uns 20 minutos, o Kraken Kitty V2 BT beira a perfeição. Mas, a partir de 50 minutos/1 hora, já é possível sentir o desconforto do peso nas laterais.
Por conta disso, o modelo pode ser considerado robusto, embora a qualidade de som não seja tão absurda. Não estou dizendo que o som não é bom — testei o headset com músicas, jogos e reuniões — e a qualidade de som e microfone é boa. Mas há resultados semelhantes (e até superiores) em modelos mais leves, que não geram tal “cansaço”.
Mas o ponto que mais incomodou na utilização do dia a dia foram as conexões do Kraken Kitty V2 BT com os próprios softwares de suporte da Razer. Ao receber o headset, ficou claro que não há um ajuste do RGB no próprio item, é preciso instalar o Razer Synapse para fazer tal configuração. É importante dizer que a conexão sem fio (Bluetooth) pode ser feita sem tal programa, porém quem escolher essa opção fica com a luz do RGB limitada à cor branca.
Após entender esses passos, fiz a instalação e o processo inicial foi tranquilo. O software reconheceu o headset e disponibilizou informações de quantidade de bateria disponível e opções para personalização das luzes. Após os ajustes, o resultado foi visualmente satisfatório. Existem várias opções de cores e movimentos, que podem combinar com mouses e teclados com RGB, por exemplo.
No entanto, o software demonstrou certas instabilidades durante pelo menos uma semana. Após uma atualização, o Synapse simplesmente parou de reconhecer a conexão com o Kraken Kitty V2 BT, que ficou com as luzes brancas. Nem a solução de problemas da própria Razer deu jeito. Confesso que isso gerou desânimo no uso do headset, que já estava pesando (literalmente) no dia a dia. A questão só foi resolvida quando o software teve mais uma atualização e, da mesma forma que parou de reconhecer o item, voltou a conectar e ter os ajustes de luzes — e continua assim até o momento de publicação deste texto.
Há momentos em que o headset desconecta do Bluetooth, indicados com um aviso sonoro no próprio fone, e reconecta em seguida sem muitas explicações. Tal problema ocorreu em mais de um dispositivo e gerou alguns momentos de pânico, como a desconexão durante a gravação de um podcast, por exemplo. Vale lembrar que essa desconexão é diferente do desligamento por inatividade, que pode ser ajustado no software Synapse.
Carregamento e veredito
Como vários itens da Razer, o Kraken Kitty V2 BT é enviado em uma bonita embalagem. Há uma proteção especial para o headset, manual de instruções básicas e o cabo de conexão USB tipo C para carregamento, também na cor Quartzo Rosa.
Sobre a bateria e carregamento, o item entrega as prometidas quase 40 horas de uso, durando vários dias de um expediente de trabalho. Esse tempo pode ter variações de acordo com a utilização, mas é comum até esquecer qual foi a última vez que o headset foi carregado – o que pode ser bom ou ruim.

O Kraken Kitty V2 BT tem apenas a conexão USB-C, o que, na prática, quer dizer que não é possível utilizar o headset quando ele está descarregado ou carregando. O cabo enviado pela Razer é curto, então ainda que a conexão sem fio via Bluetooth com o computador/celular seja possível durante o carregamento, não há espaço para movimentação: é preciso esperar. Essa característica é semelhante a outros modelos do mercado, mas confesso que senti falta de uma possível conexão P2 ou mesmo USB que permitisse o uso do headset mesmo descarregado. Se você esquecer de completar a bateria, ele pode te deixar na mão.
No papel de “sommelier de fones de ouvido” em que me coloquei neste texto, é com um certo peso no coração que digo que não escolheria o Kraken Kitty V2 BT entre as opções no mercado. Apesar de visualmente lindo e com qualidade de som satisfatória, o item não entregou o que eu esperava e apresentou algumas questões que incomodam no uso do dia a dia – que é exatamente quando precisamos do headset funcionando bem e sem problemas de conectividade com os softwares da própria Razer.
Por enquanto, volto para o uso do meu velho headset P2, deixando o Kraken Kitty como uma opção para dias em que quero que o foco seja o visual e não a praticidade.
Ficha técnica Kraken Kitty V2 BT
Duração aproximada da bateria: Até 40 horas de bateria com o carregamento Tipo C
Peso aproximado: 325g
Tipo de driver: Razer™ TriForce
Sensibilidade do Microfone: -42 dBV / Pa (integrados nas conchas auriculares)
Cancelamento de ruídos: Sim
Padrão de captação: Omnidirecional
Tamanho do driver: 40 mm
Tipo de conexão: Bluetooth 5.2
Esse texto foi feito com um headset Kraken Kitty V2 BT enviado pela Razer.