Imagine a seguinte situação: você está andando no shopping tranquilamente quando avista, de longe, aquele cara chato que estudava com você no Ensino Médio, e que provavelmente vai te parar para dizer "Nossa, quanto tempo, né? Lembra daquela prova de química no segundo ano?". Sua reação natural a esse perigo iminente é pegar o celular e passar reto, fingindo estar ocupado com alguma coisa. Saiba que você não está sozinho, 79% dos brasileiros fazem a mesma coisa.
Segundo estudo feito pelo Kaspersky e divulgado pelo UOL, 79% dos brasileiros usam o celular para evitar conversas com outras pessoas. Desses, 71% usam o aparelho como uma forma de se escapar de situações que podem se tornar constrangedoras.
Para 91% dos entrevistados, o smartphone é uma forma de passar o tempo. 95% das pessoas que conversaram com a pesquisa admitiram que se distraem de seu foco principal com o aparelho. Outro dado descoberto pelo estudo é de que 37% dos usuários de smartphone não sabem se distrair sem o celular, e 18% não sabem fingir que estão ocupados sem o uso dele.
O estudo apontou que apenas 40% dos usuários de smartphone no Brasil usam o celular para tarefas como a consulta de um mapa ou um pedido de táxi ou carona através de aplicativos — 60% preferem pedir informações para outras pessoas na rua e solicitarem seus transportes de maneira tradicional.
Um levantamento feito pela FGV em 2017 apontou que existem cerca de 198 milhões de smartphones no Brasil espalhados entre uma população de 208 milhões de habitantes, o quarto maior mercado de venda de mobiles no mundo. A estimativa é de que entre 2020 e 2022 existam mais celulares do que pessoas no país. Em 2016, um estudo apontou que o brasileiro passava cerca de 1 hora por dia em aplicativos de mensagens, enquanto o americano, por exemplo, passava cerca de 29 minutos neles — de lá para cá o número de usuários do WhatsApp aumentou, junto com o tempo médio de uso do aplicativo.